Uma breve mais importante introdução ao Tema:
Novamente destacamos em nosso Blog - Crônica da escritora Urda Alice Klueger. Em seu texto além de demonstrar o seu amor e carinho pelos Beatles , Urda comenta os excessos de ciúmes?... que provocavam nas pessoas a relação entre John Lennon e Yoko Ono. Apresento este tema apesar de fugir um pouco das características de mencionar sobre nossa querida Blumenau, pois esta crônica soa bem direitinho em nossos ouvidos; a beleza das canções dos Beatles em especial de John Lennon. Você que nos acompanha agora, seja qual seja sua idade, credo, pensamento, filosofia, costumes, cultura - mesmo que você seja Russo ,Chinês ou Japonês, duvido que você já não tenha ouvido falar sobre os Beatles. Você que ri, você que chora, vai se emocionar agora com a cônica da escritora Urda, sobre Yoko Ono.
Uma boa leitura
Noutro dia falei aqui que adolesci no tempo em que amávamos os Beatles e os Rolling Stones. Não era bem assim. Eu amava era aos Beatles, aqueles rapazes de Liverpool que nos chegaram através do rádio, lá na década de 60, e que passaram a representar nossas ansiedades e nossos sonhos de adolescentes. Num primeiro momento eles nos chegaram como um frenesi, e nós, meninas de ginásio, tínhamos cada uma o seu preferido, sendo que Paul McCartney ganhava longe, embora o meu preferido fosse George Harrison.
Aos poucos, as coisas foram se clarificando, e penso que já devia andar pelo Científico quando John Lennon tomou à frente nas lideranças entre nós, jovens, quando passou a se posicionar, decididamente, a favor da paz. Vivíamos a Guerra do Vietnã, e John Lennon arranjou um guru hindu e passou a falar da paz como ninguém ainda o tinha feito para nós.
Houve um tropeço nas nossas emoções, então: de repente, John Lennon separa-se da sua primeira mulher, e quase que da noite para o dia, casa-se com um ser estranhíssimo chamada Yoko Ono. A imprensa explorou amplamente sua lua-de-mel onde os dois, vestidos de branco, recebiam os repórteres na cama, e outras coisas assim, e ajudou a criar uma boa revolta nossa contra aquela mulher que parecia ter vindo para criar complicações. Naquele período, a Segunda Guerra Mundial ainda era muito próxima, e não tinham sido os japoneses os vilões da História, com direito a experimentarem as duas primeiras bombas atômicas do mundo e tudo? Nossa cabeça formada pelas Seleções do Reader’s Digest não aceitava com nenhuma facilidade aquela japonesa na vida do nosso ídolo, ainda mais considerando o fato de a acharmos feia, e sabermos que era mais velha que ele. Como daí a pouco os Beatles se separaram, na nossa cabeça a culpa era dela, bem dela.
A História encarregou-se de nos mostrar que Yoko Ono nada tinha a ver com as nossas mágoas adolescentes. Nosso amor pelos Beatles nunca morreu (amor verdadeiro não morre mesmo), especialmente por John Lennon, que, entre outras coisas, nos deu aquela pérola chamada Imagine, que, entre outras coisas, diz : “ ...Imagine todos vivendo a vida em paz/todas as pessoas partilhando o mundo inteiro/Você pode dizer que sou um sonhador/mas não sou o único...”
Daí, um dia, um louco foi lá e matou aquele doce e meigo gênio que nós amávamos profundamente, e a nossa dor era tão grande com a perda dele, que transferimos todo aquele nosso grande amor para sua viúva, Yoko Ono, que víamos a chorar pelos corredores de Nova York, e até hoje me emociono até às lágrimas quando a vejo.
Então, um dia uns caras foram lá e jogaram uns aviões sobre uns prédios nos Estados Unidos. Foram cenas vistas ao vivo pelo mundo inteiro, e um sangrento desejo de vingança tomou conta do presidente e da maioria da população daquele país, e passou-se a se querer muito uma guerra para se lavar a honra daquele povo que se sentia ultrajado. Naquelas primeiras semanas depois do 11 de Setembro de 2001, nenhuma rádio estadunidense tocava nenhuma música que falasse em paz; nenhum filme sobre tal tema era mostrado, tamanho era o desejo de guerra que por lá havia.
Então foi ela, Yoko Ono, aquela a quem tínhamos detestado no começo, que lavou a nossa alma: ela comprou uma página inteirinha do New York Times (só imagino quanto terá custado!), e mandou publicar nela a letra da música Imagine. Fazia tempo que a gente já sabia que ela era a Guardiã dos Nossos Sonhos, mas naquela ocasião ela como que recebeu o grau máximo da nossa emoção. Também por causa dela, sabemos hoje que o sonho não acabou.
Arquivo: Adalberto Day
Participação especial:Urda Alice Klueger/escritora
Ótimo! É exatamente isto!
ResponderExcluirQuando aconteceram os atentados eu pensei: -"Esta é a chance de os EUA mostrarem ao mundo a outra face! Mostrar o AMOR, em contraposição ao ódio! Levar a mensagem através de doações, de ajuda, de paz, a todo o mundo!"
Infelizmente parece que não aprenderam o que o Senhor Jesus ensimou, embora se digam cristãos... E veio uma oriental nos dizer através de uma página do NYT o que deveria ser feito... Esquçamos o "olho por olho, dente por dente"! A lei maior é o AMOR! "Amai o teus inimigos"... Difícil, não? É... :..-(
Prezada Urda, quem não viveu esses acontecimentos, assim como quem nunca dormiu num sleeping bag... nem sequer sonhou. Abraços. Cao
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