- Quando Dr. Blumenau, esteve aqui pela primeira vez em janeiro de 1848, associou-se a um comerciante de nome Ferdinand Hackradt , e rumou ao Itajaí , onde Agostinho Alves Ramos emprestou embarcações , alimentos e um guia para explorações .
Segundo relatos do historiador José Ferreira da Silva, em seu livro “história de Blumenau” 2ª edição de 1988, Agostinho Alves Ramos, foi latifundiário e comerciante. Pouco depois da Independência do Brasil, provavelmente no mesmo ano o comerciante Agostinho Alves Ramos, antes estabelecido no Rio Grande do Sul em São Pedro, depois Desterro (Florianópolis), resolveu se transferir para Itajaí, edificando nas imediações do Grande Rio uma casa de negocio. Ele percorreu com seus lanchões as margens do Itajaí adquirindo produtos da lavoura, trocando por outros gêneros do seu comércio. Nessas viagens previu o extraordinário futuro a que se estavam fadadas terras tão férteis e tão ricas e de fácil cultivo. Decidiu, pois estabelecer ali inaugurando assim uma era decisiva no desenvolvimento de toda Bacia do Itajaí. Foi homem de vasta instrução, tornou-se chefe político e deputado providencial em várias legislaturas.
- Quando chegaram, encontraram famílias, com residências fixas, como os Haendchen, os Klocher os Deschamps, Klock, Schneider , Theiss, Kerbach, Peter Wagner, Peter Lukas, que vieram a partir de 1837 provenientes de São Pedro de Alcântara e outros que foram os percussores da colonização de Gaspar (Belchior e Pocinho) . Os dois últimos tinham grandes culturas e engenhos de açúcar no local “Capim Volta”, um conhecido bairro de Blumenau, hoje City Figueiras.
Essas famílias deram suporte e sustentação a Dr. Blumenau, em seu tão sonhado empreendimento.
- Todas as famílias citadas deixaram descendentes por toda região do Vale do Itajaí, alguns deles casaram com imigrantes alemães que vieram após 1850.
- Quem os trouxe foi um caboclo forte e prudente, que foi recomendado como de inteira confiança, chamado Ângelo Dias, que prestou grandes trabalhos aos dois empreendedores. Todos esses nomes mencionados não vieram com Dr. Blumenau, que veio no intuito de organizar uma colônia, até então eram apenas famílias isoladas. Mas não devemos esquecê-las, pois tiveram sua importância dentro de um contexto histórico para o desenvolvimento de nossa cidade. O próprio Ferdinand Hackradt ficou na região próximo ao centro da cidade, enquanto Dr. Blumenau retorna à Alemanha e após conseguir convencer 17 imigrantes através de seu sobrinho Reinhold Gaertner a vir ao novo continente , chegam à foz do Ribeirão da Velha em 02 de setembro de 1850 .
Fonte: História de Blumenau - José Ferreira da Silvva.
Região Sul – Vale do Garcia A cidade de Blumenau tem como data oficial de fundação 1850, mas Segundo José Ferreira da Silva já existiam registros, de pessoas vindas da cidade de Camboriú em 1846, que vieram em busca de ouro e prata, na localidade chamada "Nova Rússia" ou Russulana no Progresso, (existe registro que em 1830 um inglês esteve com um escravo, procurando Ouro) na qual logo foi abandonado (ainda é atração turística) pela pouca produção. Em 1880 esse escravo retornou a região achando prata e vendendo, mas logo abandonou a garimpagem. Essa família que aqui se estabeleceu, veio das margens do rio "Garcia” (hoje Rio Camboriú), da cidade de Camboriú, por isso o nome do BAIRRO.
- Anterior aos pré-europeus, toda região era habitada por silvícolas, em torno de 700. Durante séculos, os Indígenas Xokleng dominaram as florestas que cobriam as encostas da montanha, os vales litorâneos e as bordas do planalto sul do Brasil. Eram nômades. Viviam da caça e da coleta. A mata Atlântica e os bosques de pinheiro forneciam subsidência. Caçavam diferentes tipos de animais e aves, coletavam mel, frutos e raízes silvestres. O pinhão dos principais recursos alimentares. Mantinham uma antiga disputa com os Guaranis, que dominavam grande parte do planalto, as margens dos rios da bacia do Paraná/Paraguai e o litoral, bem como com os Kaingang, que dominavam as terras interiores do planalto. Assim, ficaram os Xokleng com as florestas que se localizavam entre o litoral e o planalto. Esse era seu domínio e seu refugio. As excursões para caça e coleta eram fundamentais para a vida desses Indígenas. Os homens confeccionavam arcos, flechas, lanças e outros artefatos, enquanto as mulheres teciam mantas com fibra de urtiga, indispensáveis nas noites de inverno além de cuidar das crianças e fazer pequenas panelas de barro e sextos de taquaras para armazenar alimentos. Limpavam e cuidavam do preparo da comida.