O Silencio do Castelo
A matéria é reprodução de texto do JSC do ano de 2003,
referindo-se aos eventos de 1999.
Blumenau
22 de fevereiro de 1999
Criada
em 1869 a Moellmann sucumbiu às dívidas e pediu falência 130 anos depois.
Fechamento
do mais famoso ponto turístico da Rua XV surpreende a cidade em fevereiro de
1999.
O silêncio tomou conta
do castelo mais famoso de Blumenau no dia 22 de fevereiro de 1999. Com dívidas
que, na época, ultrapassavam a R$ 6 milhões, os 130 anos de tradição da
Moellmann sucumbiram e a empresa decretou falência, encerrando de forma
discreta e melancólica as atividades.
Naquela manhã, a cidade foi pega de surpresa ao descobrir o prédio inaugurado
em 1978, na Rua XV de Novembro, de portas fechadas. Chegou-se a falar que o
local seria transformado em um centro comercial, o que acabou não ocorrendo.
Autoridades e pessoas
comuns lamentaram a perda de um patrimônio histórico de Blumenau. Apontado
como uma das construções mais fotografadas da Região Sul, o castelinho teria
pela frente anos de incertezas. Além do processo de falência, uma briga judicial
se arrasta desde então. Isso porque, oficialmente, no dia do fechamento o
prédio não pertencia mais à Moellmann. Oferecido como garantia do pagamento de
empréstimos, o prédio há três anos havia sido repassado ao empresário Wandér
Weege, de Jaraguá do Sul.
O confuso processo está
indefinido até os dias atuais. Enquanto o impasse segue sem solução, a
prefeitura encontrou uma forma de evitar que o local permanecesse fechado e,
desde junho do ano passado, por recomendação judicial, instalou lá a Secretária
de Turismo.
O imóvel que viria a se
transforma no castelinho foi adquirido pela família Moellmann em 1919. O
projeto arquitetônico marcante foi inspirado na prefeitura de Michelstadt, na
Alemanha. A história da empresa começou um século antes, em 1817, pelas mãos de
Carl Moellmann, carpinteiro que, em função das dificuldades para prosperar na
Europa, veio com a esposa e os cincos filhos para o Brasil. Desembarcou em Florianópolis
(na época, Desterro), onde, em 1869, abriu uma loja de tintas.
Anos depois, fazendo
sucesso com a importação de utensílios e ferramentas da região onde nascera
resolveu abrir filiais no Estado. A Loja de Blumenau foi a primeira, inaugurada
em 13 de outubro de 1919.
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Castelo da Havan
Observação: Em 31 de maio de 2008 A Loja Havan foi inaugurada no Castelinho ou Castelo.
Para saber mais e dados
atuais leiam:
Inauguração
do Castelo da Havan
Arquivo de Adalberto
Day/Jornal de Santa Catarina, 1º de setembro de 2003
Meu caro Adalberto,
ResponderExcluirEste imóvel apesar destas lamentáveis brigas judiciais, sobre tudo ainda é um cartão postal de muita soberania em nossa cidade. Estas dificuldades que a família passou na época não foram únicas(em textos outros de suas postagens foi citadas outras tradicionais famílias dá cidade),seria lamentável se houvesse uma demolição para avanços comerciais de tal ponto. Mas é semore um retrocesso Quando não se dá sequência as obras patriarcas. Parabéns pelo texto.
Bacana abordar este assunto. Realmente foi um ícone do comércio blumenauense. Não há quem não sinta saudade. Lembro bem da dinâmica da loja sempre bem prestigiada, do café colonial e também de minha torcida na época para que não fechasse, diante das dificuldades que eram anunciadas.
ResponderExcluirUma pena seu encerramento, e uma compensação para todos nós seu ressurgimento como HAVAN.
Valeu, grande abraço,
Theodor.
Boa tarde professor Adalberto. Triste relato, como já citado por Nilton. Quantas lojas tradicionais se fecharam ao longo dos anos,uma outra o Probst loja essa que trabalhei. O que me faz lembrar os incentivos ao esporte, tínhamos o campeonato de futebol de salão, hoje futsal, dos Cormerciarios. Tinha grande rivalidade entre era muito divertido. Uma mistura das línguas alemã, e portuguesa. Era uma época onde as pessoas se conheciam, do patrão ao empregado,o cliente. O fechamento dessa loja e outras também se perdeu muito da tradição. Abraço e parabéns sempre.
ResponderExcluirMuito grato pela lembrança.
ResponderExcluirFoi uma noticia chocante á época.
Luis
Quanta história em tão pouco tempo de existência do Castelinho ...
ResponderExcluirO Sr Udo Schadrack, que o construiu foi uma das pessoas que mais admirei e respeitei na vida.
Só uma sugestão de redação. Ao invés de dizer que "no ano tal a loja Havan inaugurou o Castelo" , dizer :no ano tal a loja Havan foi inaugurada NO Castelo"