segunda-feira, 1 de setembro de 2014

- 164º Aniversário de Blumenau

Parabéns, Blumenau!
Imagem: Sônia Baier Gauche.
Imagem acervo: Rubens Heusi
- Blumenau - Cidade Jardim - comemora em 02 de setembro de 2014, 164 anos de sua colonização. Povo ordeiro, trabalhador, pujante – nos remete a uma cidade cheia de orgulho, de esplendor de bela natureza e de um povo que se orgulha de sua cidade.
Imagem: Mário Barbeta
Imagem Acervo de Rubens Heusi
Parabéns, Blumenau!
- Mas essa data nem sempre foi considerada como data de sua fundação. Dr. Hermann Bruno Otto Blumenau, fundador da cidade, considerava a data de 28 de agosto de 1852 como data de fundação de nossa cidade. Tanto é que em 28 de agosto de 1877 foi comemorado o 25º aniversário da cidade.
Vídeo curiosidades sobre Blumenau:
http://www.youtube.com/watch?v=RIiU70pcf9U
Com Susan Germer e Adalberto Day
História
Dr. Blumenau partiu do porto de Hamburgo em 30 de março de 1846 com destino ao Brasil, viajando a bordo do veleiro “Johannes”. O primeiro contato com o Brasil foi no Rio Grande do Sul, quando chegou em 19 de junho do mesmo ano. Conheceu várias colônias alemãs daquela Província para posteriormente visitar Santa Catarina. A viagem de reconhecimento e exploração do grande rio Itajaí foi realizada no ano de 1848, acompanhado do comerciante Ferdinand Hackradt, guiados pelo conhecedor da região o canoeiro Ângelo Dias. Após o reconhecimento e encantados com o local, compraram terras para a formação de uma colônia na região.
- Feita a solicitação do pedido de concessão de terras junto à Província, Dr. Blumenau entrou em entendimento com as autoridades alemãs para dar continuidade ao plano colonizador. No Rio de Janeiro apresentou projetos de colonização ao Governo Imperial. Retornou à Alemanha (1849) para trazer os primeiros colonos. Retornou para o Brasil – Blumenau em março de 1850. Apesar das dificuldades, em 2 de setembro de 1850, chegaram os primeiros 17 pioneiros¹. Era o início de um empreendimento particular. Em 1860, devido a dificuldades financeiras, a administração da Colônia Blumenau passou a ser responsabilidade do Governo Imperial. Blumenau cresceu e se emancipou, em 1880. Dr. Blumenau casou aos 48 anos com Bertha Repsold na Alemanha. Deste casamento resultaram quatro filhos: Pedro Hermann, Cristina, Gertrudes e Otto, que faleceu meses após o nascimento.
Casa em que Dr. Blumenau nasceu na Alemanha
- Dr. Blumenau nasceu a 26 de dezembro de 1819, no ducado de Braunschweig (Alemanha). Após viver trinta e quatro anos em Blumenau, seu fundador partiu em definitivo para a Alemanha, veio a falecer em 30 de outubro de 1899, aos 79 anos de idade. Em 1974, seus restos mortais foram transferidos da Alemanha para Blumenau, estando depositados no Mausoléu, erguido em sua homenagem.
Casa em que Dr. Blumenau morou em Blumenau na
 Alameda Duque de Caxias - deustruida pela enchente de 1880
- Blumenau foi fundada em 02 de setembro de 1850¹ pelo Dr. Hermann Bruno Otto Blumenau - O poder público adotou esta data a partir de 02 de setembro de 1900, por ser a data em que chegaram os primeiros 17 imigrantes. Até então a data considerada de fundação era 28 de agosto de 1852, data em que Dr. Blumenau entregou os primeiros lotes na Região Sul (Garcia) em Blumenau.
- A região de Blumenau era habitada por índios Kaigangs, Xoklengs e Botocudos, e mesmo antes da fundação da Colônia Blumenau, já havia famílias estabelecidas na região de Belchior, à margem do ribeirão Garcia e margem esquerda do Rio Itajaí-açu.
- Inicialmente o centro da cidade era onde hoje se localiza a Avenida Duque de Caxias (Rua das Palmeiras), arquivo histórico José Ferreira da Silva, a Biblioteca Pública Municipal Dr. Fritz Mueller e o museu da Família Colonial.
- A primeira Rua em Blumenau surgiu em 1852, com o nome de Palmenalle , onde foi construído o primeiro hotel, de alvenaria. Num dos quartos o Dr. Blumenau instalou a direção da Colônia. - A Rua Palmenalle mudou seu nome para Boulevard Wendeburg em 3 de fevereiro de 1883, depois para alameda Dr. Blumenau e em 8 de abril de 1939, para alameda Duque de Caxias através do Decreto-Lei nº. 68 de 18 de agosto 1942, na administração de Afonso Rabe. O Decreto-Lei nº. 1.202, que se referia sobre a nacionalização dos nomes de ruas, determinava que as ruas com nomes estrangeiros fossem alterados e colocados nomes nacionais. A povoação compreendia o início do Garcia, e parte da rua XV de Novembro.
- Muitos outros imigrantes atravessavam o Oceano Atlântico em veleiros de companhias particulares. E assim foi crescendo o número de agricultores, povoadores e cultivadores dos lotes, medidos e demarcados ao longo dos rios e ribeirões que banhavam o território da concessão. No princípio, a Colônia era de propriedade do fundador, Dr. Blumenau.
-Em 1860 o Governo Imperial encampou o empreendimento e Dr. Blumenau foi mantido na direção até a elevação da colônia. E a Lei nº 860, de 04 de fevereiro de 1880, à categoria de Município.Em poucos anos, Dr. Blumenau, dotado de grande energia e tenacidade, fez da colônia um dos maiores empreendimentos colonizadores da América do Sul, criando um importante centro agrícola e industrial influente na economia do país. Entretanto, em outubro de 1880, uma grande enchente causou sérios prejuízos à população e à administração pública, com a destruição de pontes e estradas. 
Com isso, a instalação do Município só foi possível em 10 de janeiro de 1883, quando assumiu o exercício a Câmara Municipal eleita no ano anterior. Depois disso o município recebeu o título de Comarca (1886) e finalmente, em 1928, passou à categoria de Cidade.
Quando Dr. Blumenau, esteve aqui pela primeira vez em janeiro de 1848, associou-se a um comerciante de nome Ferdinand Hackradt , e rumou ao Itajaí , onde Agostinho Alves Ramos emprestou embarcações , alimentos e um guia para explorações .Quando chegaram, encontraram famílias, com residências fixas, como os Haendchen, os Klocher os Deschamps, Klock, Schneider , Theiss, Kerbach, Peter Wagner, Peter Lukas, que vieram a partir de 1837 provenientes de São Pedro de Alcântara e outros que foram os percussores da colonização de Gaspar (Belchior e Pocinho) . Os dois últimos tinham grandes culturas e engenhos de açúcar no local “Capim Volta”, um conhecido bairro de Blumenau, hoje City Figueiras. Essas famílias deram suporte e sustentação a Dr. Blumenau, em seu tão sonhado empreendimento. Todas as famílias citadas deixaram descendentes por toda região do Vale do Itajaí, alguns deles casaram com imigrantes alemães que vieram após 1850. Quem os trouxe foi um caboclo forte e prudente, que foi recomendado como de inteira confiança, chamado Ângelo Dias, que prestou grandes trabalhos aos dois empreendedores. Todos esses nomes mencionados não vieram com Dr. Blumenau, que veio no intuito de organizar uma colônia, até então eram apenas famílias isoladas. Mas não devemos esquecê-las, pois tiveram sua importância dentro de um contexto histórico para o desenvolvimento de nossa cidade. O próprio Ferdinand Hackradt ficou na região próximo ao centro da cidade, enquanto Dr. Blumenau retorna à Alemanha e após conseguir convencer 17 imigrantes através de seu sobrinho Reinhold Gaertner a vir ao novo continente, chegam à foz do Ribeirão da Velha em 02 de setembro de 1850¹. Dr. Blumenau já se encontrava em Blumenau quando os 17 primeiros imigrantes chegaram.
Observação¹: Na realidade os 17 primeiros imigrantes chegaram em Desterro (Florianópolis) nessa data. Em Blumenau a primeira família a chegar foram os FRIEDENREICH no dia 09 de setembro, os outros vieram aos poucos e até a pé. Mas definiu-se em 1900 que a data seria 02 de Setembro de 1850. 
OS PRIMEIROS 17 IMIGRANTES
- REINOLDO GARTNER: com 26 anos de idade, solteiro, natural de Brunsvique, sobrinho, pelo lado materno, do Dr. Blumenau;
- FRANCISCO SALLENTHIEN, com 24 anos, solteiro, lavrador, também natural de Brunsvique;
- PAUL KELLNER; 23 anos, solteiro, lavrador,igualmente de Brunsvique;
- JÚLIO RITSCHER, 22 anos, solteiro, agrimensor, natural de Hannover;
- GUILHERME FRIEDENREICH, com 27 anos de idade, alveitar, natural da Prússia, casado com;
- MINNA FRIEDENREICH, 24 anos de idade, possuindo o casal os seguintes filhos;
- CLARA, com 2 anos de idade;
- ALMA, com 9 meses;
DANIEL PFAFFENDORFF, 26 anos de idade, solteiro, carpinteiro, natural da Saxônia;
- FREDERICO GEIER, 27 anos de idade, solteiro, marceneiro, natural de Holstein;
- FREDERICO RIEMER, 46 anos de idade, solteiro, charuteiro, natural da Prússia;
- ERICH HOFFMANN, 22 anos de idade, ferreiro, funileiro, também da Prússia;
-ANDRÉ KOLMANN, 52 anos de idade, ferreiro, igualmente da Prússia, acompanhado da esposa;
- JOANNA KOLMANN, 44 anos de idade, e das filhas;
- MARIA, 20 anos de idade, solteira;
- CRISTINA, 17 anos, também solteira, e
ANDRÉ BOETTSCHER, com 22 anos de idade, solteiro, ferreiro, natural da Prússia.
Observação: Adendo de Wieland Lickfeld 
O Friedenreich, que consta como sendo da Prússia, era de Hettstadt.
O Hoffmann, que também consta como sendo da Prússia, era de Osterfeld.
O Kellner, que aparece como sendo de Braunschweig, era de Barbecke.
O Pfaffendorf, também relacionado como da Prússia, era de Klein Endersdorf.
O Riemer também é citado como sendo da Prússia, e era de Osterfeld.
O Ritscher aparece como sendo de Hannover e era de Lauterberg.

O Sallenthien pelo jeito era da Branschweig mesmo.
Fonte: Arquivo Histórico José Ferreira da Silva / Museu da Família Colonial SEPLAN / - Wieland Lickfeld. Arquivo: Mario Barbeta, Sônia Baier Gauche. 
Dalva e Adalberto Day 

14 comentários:

  1. Uma bela homenagem a nossa querida Blumenau e a todos os aqui nascidos e aos que a adotaram como terra mãe.

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  2. Muito bacana Sr. Adalberto o resumo de nossa história. Que Blumenau possa continuar crescendo de uma forma equilibrada,tornand-se cada vez melhor e mas especial do que já tem sido ! Um abraç, Theodor.

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  3. Bela e Sempre Linda BLUMENAU, terra de povo ordeiro e trabalhador.
    Nascido em Blumenau, mas já morrei no Norte de Minas, (Montes Claros) em João Pessoa PB, e Fortaleza CE, agora terceira vez em Curitiba PR, mas Blumenau, sempre é Blumenau.
    Parabéns Linda e Bela Blumenau, também aos Blumenauenses, pelos seus 163 anos de gloria e luta.

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  4. Quão fico orgulhoso de falar em minhas viagens neste Brasil de Deus, que sou filho desta cidade.
    Parabéns Blumenau, e a quem constrói esta cidade ,que por sinal entendo que você meu amigo Adalberto, tem uma certa participação desta construção.

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  5. Bom dia Adalberto

    bela homenagem a Blumenau.
    vc. tem razão em trazer um resumo da história da cidade, porque a memória do passado, que os antepassados enfrentaram com coragem, com vontade de viver, além de enfrentar adversidades, pode nos dar perspectivas para o futuro.
    Abraço

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  6. querido amigo adalberto, agradeço o precioso trabalho em retratar com exatidão e capricho exemplar a história da nossa cidade brasileira BLUMENAU, trazendo e avivando para nós brasileiros conhecimentos importantes da nossa cultura. obrigado amigo! por marcondes schifter - poeta.

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  7. Estimado amigo, Adalberto.

    Ouso a dizer que a história da cidade se confunde com a sua.
    Parabéns a Blumenau, parabéns a você, por manter viva tantas passagens, boas ou ruins, sobre nossa querida e Amanda Blumenau!

    Forte abraço,
    Mauro Bremer

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  8. Bela matéria

    em adição ao meu comentário anterior, parabenizo Blumenau pelos seus 164 anos e a todos os blumenauenses.
    bela cidade, orgulho de ter nascido aqui e também fazer parte desta história.
    Abraço

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  9. Meu caro Adalberto,
    Em outra oportunidade já comentei este texto, mas é sempre é muito bom registrar e participar da nossa historia. Sempre nas minhas viagens fico muito ansioso para volta, tanto viagens há trabalho como as há passeio , voltar para casa nossa cidade é sempre muito bom, parabéns Blumenau cidade esta que me orgulho muito.

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  10. BLUMENAU: cidade de 1º mundo! Lugar lindo e acolhedor, com um povo bonito, educado e trabalhador. Quem por aí passa, não tem com esquecer. Parabéns à cidade e a todos seus moradores, por mais um aniversário. Parabéns, também, ao senhor Adalberto Day, que além de nos brindar com sua amizade, sempre nos brinda com seu vasto conhecimento sobre o Vale do Itajaí.

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  11. Mais um aniversário da cidade vizinha, Blumenau .
    Tudo começou com grande luta, grande força de vontade de vencer de ver a cidade nascer e crescer. Dr Blumenau e os primeiros moradores desta terra devem estar num céu especial vendo que todo trabalho frutificou. Gratidão a eles sempre.
    Parabéns Sr Day por sempre nos presentear com estes fatos históricos. Abraços gasparenses.

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  12. Prezado Amigo Adalberto,

    Blumenau é um exemplo do que se pode fazer quando há vontade, determinação e principalmente, coragem.

    Parabéns a todos que contribuíram para essa vitoriosa realização!

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  13. Parabéns a todos os blumenauenses pelos 164 anos de Fundação do município de Blumenau. Parabéns Adalberto, por relatar sempre esta linda história que me orgulha muito de também ter nascido nesta linda cidade.

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  14. Prezado Adalberto,

    Apesar que não sou morador de Blumenau, todavia também não estou tão distante, e tenho a impressão que gradativamente a memória da fundação e evolução de Blumenau vai sendo esquecida de uma forma inexorável. Por isso, me alegro quando alguém persiste em andar na contramão desta constatação. O artigo escrito e que relembra a comemoração dos 164 anos de fundação de Blumenau, contemplando a inserção de datas importantes referentes a história politica e administrativa do Município, é louvável.
    Existem duas situações em que o nome de Blumenau é citado exaustivamente, época de ocorrência de grande cheia e mais uma edição da Oktoberfest.

    Aproveito o momento para expor um assunto, a respeito do qual tenho tentado resgatar maiores detalhes, a saber, a sede da Colonia-Stadtplatz e as condições de embarque e desembarque dos barcos na margem direita, na época 1861/1862.
    Entendo que o Stadtplatz abrangia uma área limitada entre a cabeceira esquerda da ponte sobre o Ribeirão Garcia e Rua Floriano Peixoto, região do canal Bom Retiro. Essa hipótese está correta?
    Com relação ao "atracadouro", não passava de uma escada precária escavada no barranco do Rio, e um tipo de plano inclinado com trilhos, sobre os quais deslisava um carrinho que transportava dos barcos até a borda do barranco, mercadorias e bagagens. Isso ocorria em 1861/62?

    Grato.
    Wilson Kopsch

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