A imagem por volta de 1860 mostra a ponte sobre a foz do
Ribeirão Garcia, construída em 1856. Onde está a residência, depois em 1902
Hotel Holetz, em 1962 o Grande Hotel (datas de inauguração). Acervo e colaboração: Bruno Kadletz/Gilberto Gerlach
Acervo Carl Heinz Rothbarth
Imagem de 1904 mostra a antiga ponte de madeira sobre o Ribeirão do Garcia, - as embarcações e aos fundos a esquerda o Hotel Holetz que foi inaugurado em 1902, demolido em 1959 e hoje desde 1962 o Grande Hotel. Acervo Carl Heinz Rothbarth
A imagem de 1906 mostra os trabalhadores da ponte sobre o Ribeirão Garcia em sua foz, trabalhos em fase de conclusão e o dia da inauguração. Sua construção teve inicio em 1903.
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Hoje, lendo o Relatório de 1906 apresentado ao Conselho Municipal de Blumenau
pelo Superintendente Sr. Alwin Schrader em 15 de Abril de 1907 e impresso em
junho do mesmo ano pela Typographia do "Urwaldsbote" Blumenau
(Brazil) nas páginas 18 e 19 consta:
Acervo de MRoeck Röck
Acervo Carl Heinz Rothbarth - dia da inauguração - aos fundos antiga Prefeitura de Blumenau - atual fundação Cultural
A inauguração aconteceu no dia 3 de junho de
1906 com a presença de diversas autoridades e comunidade em geral. Teve a
presença do governador Interino Pereira Oliveira. A obra construída com trilhos
da E.F. Santa Catarina, com a supervisão do Engenheiro Henrique Krohberger. Os recursos financeiros para a aquisição da
estrutura de ferro, importada da Alemanha, foram levantados através de
empréstimos público, com apoio da Associação Comercial. A Ponte tinha 29 metros
de comprimento e 9 metros de largura.
A imagem da década de 1920 mostra a ponte e o Hotel
Holetz (1902-1959) mais aos fundos antiga Padaria e Confeitaria de S.Katz,
inaugurada em 20 de julho de 1904.
A imagem da década de 1940 mostra a Ponte de Ferro sobre o Ribeirão Garcia, com visão
para a prefeitura antiga, atual fundação cultural de Blumenau. Acervo da família de Wily Sievert
A imagem do inicio da década de 1950, mostra a nova Ponte
denominada de Dr. João Pedro da Silva, executada no governo do
então prefeito Hercilio Deeke. Aparecem na imagem à esquerda o antigo estabelecimento - Ponte Bar e aos fundos o majestoso Hotel Holetz.
Imagem da Ponte meados dos anos de 1950
Ponte sobre a Foz do Rib Garcia enchente 17/10/1950 - Foto: Márcia Lorese Heidorn
A imagem da década de 1970 mostra a ponte Dr. João Pedro da Silva e a esquerda
já o então Grande Hotel (inaugurado em 16 de dezembro de 1962). Arquivo de Charles Schwanke.
Acervo Giovani Luebke
A imagem de 1976 mostra o acesso a atual Ponte Dr. João Pedro da Silva e
aos fundos o Grande Hotel.
Dr João Pedro da Silva
Na galeria dos blumenauenses ilustres, seria injustiça
omitir o nome do Des. João Pedro da Silva, filho do Cel. João da Silva Ramos e
de D. Maria Adolfina Sales Silva, que embora nascido em São José, neste Estado,
aos 29 de junho de 1882, viveu por muitos anos nesta cidade, cuja vida
judiciária presidiu com elevação e imparcialidade.
Formado pela tradicional Faculdade de Direito de São Paulo,
em 1906, João Pedro da Silva iniciou a sua vida pública em seu Estado natal,
como oficial de gabinete do Cel. Gustavo Richard, então governador do Estado.
Alguns anos após, em 1909, ingressou na magistratura, indo ocupar o juizado de
direito da comarca de São Bento, revelando logo nobres qualidades de julgar
sereno, conciliador e esclarecido. Durante este tempo dedicou muito de seus
esforços no sentido de acalmar os ânimos, então exaltados em face da chamada
“questão do Contestado”.
Em 1915 foi nomeado Juiz de Direito desta comarca, assumindo
o exercício das suas funções em 19 de setembro. Aqui permaneceu até 1919, quando
foi nomeado para exercer o cargo de Juiz de Direito da 2ª Vara da Capital,
sendo posteriormente, em 1920, promovido, por merecimento, a desembargador do
nosso Tribunal de Justiça. Quando já desembargador, João Pedro da Silva teve
ocasião de exercer com proficiência e serenidade as funções de Chefe de Polícia
do Estado do governo do Cel. Pereira e Oliveira.
A inclusão de seu nome entre aqueles que amaram e
engrandeceram Blumenau, justifica-se plenamente pela sua destacada atuação
quando Juiz de Direito desta comuna.
Durante os anos em que aqui exerceu a judicatura, o Des.
João Pedro da Silva não só cumpriu o seu dever de magistrado com brilhantismo e
perfeito senso de justiça, como se tornou um verdadeiro amigo e conselheiro da
gente blumenauense. Tratando a todos com aquela grandeza de coração que era bem
uma característica de sua alma, João Pedro da Silva fez-se credor da estima e
da consideração dos blumenauenses, que traduziam a sua afetividade pelo Juiz,
chamando-o, de modo familiar, de “Dr. Pedrinho”. De fato, o Dr. Pedrinho não
foi em Blumenau simplesmente o pretor, apegado no texto frio da lei, insensível
e distante. Ao contrário, exerceu em Blumenau, sem quebra do cumprimento de seu
dever, uma judicatura suave, paternal e amiga. Mesmo afastado de Blumenau, João
Pedro da Silva, não esqueceu os seus jurisdicionados e até morrer, em 15 de
junho de 1936, recordava sempre com saudade e carinho os anos que vivera entre
nós.
Casado com Exma. Sra. D. Raquel Ramos da Silva, filha do
venerando Cel. Vidal Ramos, uma das figuras de merecido relevo na vida pública
catarinense, o Des. João Pedro da Silva legou aos seus filhos, entre os quais o
Dr. Aderbal Ramos da Silva, atual governador do Estado (1950), o seu
nome honrado e muito da bondade de coração que foi o traço dominante de sua
personalidade.
Livro Centenário de Blumenau 1850/1950; páginas
424,425
Colaboração Niels
Deeke/Memorialista em Blumenau (In Memorian). José Geraldo Reis Pfau.
Adalberto Day cientista social e pesquisador da história.
Está ponte nos anos 50/60 se conhecia como Ponte Bar, meu pai foi preso por uma noite por motivo do bar.
ResponderExcluirO Guarda de trânsito Serafin, morava próximo ao colégio Santos Dumont, todos os dias ele estava no ponto de ônibus e existia ali também um bar na época, meu pai comprava cigarros lá, e Serafin vinha então de carona, numa Moto muito grande que meu tinha (indian) Antecessora da Harley, um dia Serafim multou meu pai, (Fridolin) por estacionamento proibido, pois no local do ponto, tinham colocado uma placa de Poibido Estacionar, e Serafin multou Fridolin, passado semanas, lá estava Serafin pedindo carona para Fridolin, que prontamente caregou Serafin, só que na saída Fridolin, acelerou ao máximo sua moto, arancou com toda violencia, Serafin deramou-se ao solo, Fridolin fez a volta e pasou com a moto sobre o pé de Serafin, dai uma uma briga, e Fridolin uma noite na Cadeia da Rua Itajai,pra esfriar os ímpetos.
Nos anos de 1965 até 1970, quando tínhamos oficina, todos os dias ao meio dia quando vínhamos almoçar em casa, na rua Acre, Serafin continuou vindo de carona, num Jeep Kandango Verde, até o Santos Dumont, tudo tinha sido esquecido e perdoado.
Muito legal.
Abraços.
Henry Georg Spring
Meu caro Adalberto, ao ver estas fotos de época, e lendo o texto , é incrível quão eram esforçados os trabalhadores da época.
ResponderExcluirSim pois certamente não tinham os equipamentos de auto rendimento como os de hoje.
Eu os considero BRAVOS GUERREIROS ,pois não se tem mais mão de obra como antigamente, nem tão pouco governantes.
Amigo Beto,
ResponderExcluirVocê é mágico em escrever, pois faz nós leitores entendermos a história e nos colocarmos na época.
Era tranquila a nossa Blumenau, espie a largura da ponte.
Também, como já comentado, bravos eram os trabalhadores que com dedicação construíram esta história.
Henry Georg Spring, que sejam seguidos o exemplo do seu pai e do guarda Serafim, tiveram desavenças porém se desculparam, falta esta nobreza nos dias de hoje.
Por fim Adalberto, a colaboração do Niels Deeke no texto, fantástico, do qual sinto saudades. Deus deve estar vibrando ouvindo histórias e relatos do Niels é a nossa cidade, sendo conhecida lá no Céu.
Parabéns, Adalberto!!
Meus cumprimentos, Doutor em conhecimentos... Viajei agora em uma história, até então, desconhecida pra mim. Abraço
ResponderExcluirBelas imagens, Adalberto, e ricos textos para enaltecer tão interessante post sobre a necessidade, tão premente desde os primórdios da colônia, de cruzar o Garcia. Diverti-me com o curioso relato do Henry, sobre seu saudoso pai, o Sr. Fridolin Spring. Não sabia que este amigo, sempre tão tranquilo, que participou de muitos de nossos passeios e me presentou com o livro de Harry Wiese sobre a história de Presidente Getúlio, seria capaz de uma 'arte' destas. Muito bom! Grande abraço ao amigo.
ResponderExcluirADALBERTO
ResponderExcluirAtualizando o acompanhamento e leitura de seu Blog, deparo-me com esta história sobre as pontes sobre o Ribeirão Garcia da Rua XV de Novembro, que muito despertou meu interesse e sobre a qual aponto algumas peculiaridades. Pela foto da primeira ponte, observa-se que ela foi erguida muito próximo ao leito das águas e, imagino que esta ponte deve ter sofrido muito com as enchentes e, fico imaginando, o que deve ter acontecido com ela! Será que foi Rio Itajaí abaixo?
Talvez, devido a experiência com a primeira, construíram a segunda num nível mais alto e, nota-se na imagem, que a foto foi batida em uma ocasião em que havia enchente, pois as embarcações estão na mesma altura da ponte.
A ponte inaugurada em 1906, estruturada exclusivamente com vigamento em ferro, já foi instalada na altura de doze metros, praticamente na mesma altura da ponte atual. Observa-se, no local, que pelas cabeceiras, que ainda lá se encontram, foram solidamente construídas com pedras e cimento e, nos mostram uma diferença na sua localização de aproximadamente dois metros mais para a esquerda, na direção do Grande Hotel.
E a atual, que é totalmente edificada em concreto armado, com largura total de treze metros, quando foi construída? Não lembro da ponte de ferro mas lembro da edificação do Grande Hotel e, então estou sem saber se ela ainda existia quando este foi inaugurado em 1962.
É nesta hora em que vemos como é importante termos alguém como você compilando e preservando a história de nossa cidade, de nosso bairro e, como as informações e imagens postadas sobre uma simples ponte, podem se tornar tão interessantes e valiosas para todos nós.
Mais uma vez parabéns amigo, vejo que esse trabalho continua muito bem em suas mãos.
CarlosASallesOliveira
ResponderExcluirOla Grande Adalberto
Realmente foi um grande marco para Blumenau esta ponte ainda mais em saber que foi feito pelo nosso povo ordeiro desta cidade, Gostaria de cumprimentar Vsa. Pelo bom trabalho de pesquisas neste assunto
Abraços
Edemar Faht