V I C T O R H E R I N G ( 1902- 1961 )
UM INSIGNE BLUMENAUENSE NOBILITADO COM A
¨” COMENDA DA ORDEM DA ÁRVORE “
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Apresentamos hoje mais uma colaboração exclusiva de importância fundamental para nossa historiografia do renomado Niels Deeke - Memorialista em Blumenau. Hoje são prestadas justas homenagens à um ilustre blumenauense ao completar 50 anos de seu falecimento.
MINHAS SINGELAS PALAVRAS COMO PREITO DE GRATIDÂO AO SR. VICTOR HERING.- in memoriam. Autoria de Niels Deeke
Decorria o mês de maio de 1952, lá pelas 20,00 horas de um dia de semana, quando Niels Deeke aos seus 15 anos de idade, estava “esfriando” o motor de sua motocicleta depois de “ter dado um rápido pico” sobre o asfalto do Bom Retiro. Para descansar sentou-se, ou melhor montou no banco junto à calçada da praça D. Pedro II ( existente nas confluências das ruas Paraná < atual Vidal Ramos > , Floriano Peixoto e rua Hermann Hering. O busto de D. Pedro II, lá constante, foi inaugurado em 1950 durante as festividades comemorativas do Centenário de Blumenau, ao passo que o terreno fora, em época anterior, doado à municipalidade pelo Sr. Max Hering, genitor de Victor Hering), que era fronteira à casa de Victor Hering, pondo os fundilhos sobre o encosto e os pés no assento do dito. Nisso, retornando da indústria Cia. Hering, numa limousine – deveria ser um “chevrolet modelo fleetline” em duas cores que suponho fosse verde claro e creme - chegava o Sr. Victor que, para adentrar sua residência, precisava ultrapassar a praça. Certamente percebeu o folgazão aboletado, daquele jeito irreverente, com os pés no tabuado pintado em verde, que o próprio Sr. Victor mandou esmaltar na mesma cor dos canos-grade que entremeavam os pilares do muro da morada. Cá posso estar confundindo e tenho dúvidas, talvez os canos do muro estivessem pintados da cor do alumínio. Colocado o carro na garagem, o sr. Victor saiu pelo mesmo caminho que adentrou, caminhou até o banco - evidentemente pretendendo passar uma justa e merecida reprimenda naquele desocupado que lá pitava um cigarro bandido. Aproximando-se mais e, no lusco-fusco, enxergando melhor exclamou : “Ah ! Na escuridão não reconheci - é o Niels ! Também isso não são maneiras de sentar num banco público, mas não faz mal”, e continuou : - “A propósito semana passada estive conversando com o Ralf (Raf Gross- Bruno Ralf Gross) que falou-me de teu atual interesse por orquídeas, e que estavas organizando um orquidário de sarrafado, o que é muito bom, porém deverás cuidar para não arrancar as plantas de qualquer maneira das árvores pelos matos, pois a maioria certamente irá morrer”. Prosseguindo disse ser uma pena que para plantar as orquídeas fosse preciso cortar os “xaxins” que tanto embelezavam a floresta. E nisso concordei, era um enorme pecado desfalcar as florestas dos majestosos xaxins e quanto às plantas, ponderei que nas nossas matas, no médio vale, quase nada mais havia de orquídeas legítimas – as epífetas - somente topava-se com as “Cattléias Leopoldi” – os ditos Leopoldões - alguns “Epidendros” e raríssimas Catléias Intermédias. Laelias no médio vale do Itajaí, suponho jamais existiram espontâneas e se alguma for encontrada , deverá ter sido introduzida antropicamente. Com relação aos xaxins, lamentei que no “Mato dos Padres” ( atual Parque Santo Antônio), onde deles abastecia-me, restassem somente espécimes muito jovens e raquíticos que não se prestavam para fixação das epífetas. Aí o Sr. Victor, concordando disse que nem sempre foi assim, pois se eu desejasse ver como seria exuberante o Mato dos Padres caso não houvessem depredado os xaxins, poderia observar o passado representado ainda naquela atualidade então existente no Mato da Cia. Hering, do qual este último era uma natural continuação territorial do Mato dos Padres. E nisso fez o convite para acompanhá-lo no domingo próximo, quando iria inspecionar a floresta do morro no “Schweine Rücken” – Costado do Porco, o dito Morro da Companhia. Para mim não poderia haver melhor programa, mesmo porque fazia anos que lá estivera numa churrascada que foi preparada junto às represas, e na oportunidade muito pouco pude observar da floresta que tanto me interessava. Perguntado se eu não causaria incômodo, respondeu o Sr. Victor que ao contrário, ser-lhe-ia um prazer, e pediu que eu fosse com traje apropriado, porque desejava aproveitar a oportunidade para verificar o progresso da nidificação oriunda de um cruzamento experimental de “Jacus” com “Jacupembas”, que haviam acasalado em cativeiro e depois foram soltas, ovos cuja incubação natural estava sendo induzida na própria mata. Havia tempos que eu havia apreendido junto ao Sr. Johannes Roedel, biólogo e zelador responsável pelo Jardim Zoológico de Pomerode, durante os longos anos de 1942 a 1952, em que o Parque foi propriedade do então meu tio Victor Weege, a identificar o sexo dos Jacus – gênero Penélope e das Jacutingas – gênero Pipele, nos quais o macho possui nos olhos um anel vermelho, enquanto nas fêmeas a coloração é escura e uniforme. Contudo interessa-lhe, especificamente, saber se havia ocorrido a eclosão, e nisso eu poderia ajudar escalando determinadas árvores para constatar o que ocorrera com os ovos. Assim acertaram o passeio para 6,30 horas do domingo próximo e, na hora aprazada, eu encostava minha moto nos fundos da casa do Sr. Victor, o qual já estava na cozinha a tomar seu café, e convidou-me para sentar-me à mesa e me alimentasse, o que procedi apesar de avisar que já havia tomado café em casa, mas em razão da insistência acabei comendo mais uma fatia de pão com “Schmierwurst”. Depois do Sr. Victor ter, rapidamente, se despedido de sua esposa, dona Eulália, embarcamos, somente os dois, em um Jeep cinzento, importado e de quatro cilindros que suponho fosse um dos muitos então compostos na Linha de Montagem de Jeeps de empresa ¨Samarco¨- em Itajaí.. Sim...poucos recordam-se , porém houve no pós grande guerra e durante vários anos, uma aprestada Linha de Montagem desses utilitários em Itajaí, que recebia, da Willys Overland nos EUA, os veículos sob forma CKD (Complete Knock-Down) e aqui, meu tio Victor Félix Deeke, os montava e negociava. Tomando o rumo para a Cia Hering e após passarem pelo pátio interno e estreitos acessos junto à fábrica, alcançaram o caminho do morro. Foi a partir daquele ponto que passei a receber a melhor de todas as aulas de comportamento ambiental ( ecologia ou ambiemntalismo : eram termos desconhecidos no vernáculo ) que um guri poderia ter a felicidade de ouvir, além de assisti-la em pleno ambiente natural. Com paciência de Jó e com o carisma que lhe era peculiar, o Sr. Victor argüia-me e explicava cada detalhe da natureza ali preservada. Ainda na subida no morro indicou, à beira da estradinha, alguns dos grandes pteridófitos (xaxins pretos - fetos vegetais < botânica : Filifolha ordem Filicales > com mais de 10.000 espécies ainda existentes, as quais, no fim do período geológico do Triássico, há cerca de 200 milhões de anos, recobriram, predominantemente, toda nossa região ), de mais de 4 metros de altura, daqueles volumosos - grossos na base - que só conseguia-se encontrar muito longe, lá para os fundos da Terceira Vargem (Alto Garcia), muito diferentes os peludos xaxins vermelhos – dotados de fibras frágeis - existentes no planalto serrano e que são, agora, objeto de devastação para a produção de recipientes para conter samambaias, esta outra pteridófita. Apreciei as sementeiras parcialmente sombreadas pela própria floresta, com diversas mudinhas de essências nativas- todas classificadas, coisa que na época, na nossa região, nem se sonhava produzir. Quem quer que fosse e por mais desinteressado que pudesse ser, ficaria profundamente impressionado com o desvelo do Sr. Victor, um dendrófilo convicto, que, ao mirar a floresta - com sereno entusiasmo refletido em seus luzidios olhos zarcos - coloridos de idílico azul – assumindo uma expressão poética e sonhadora - fazia irradiar contagiante e profundo sentimento ecológico em quem fosse seu circunstante. Tanto havia eu perlustrado florestas só pensando em chumbar o que viesse pela frente que jamais tivera desprendimento para observar uma semente de um simples “cedro”, quando as observei pela vez primeira naquele dia no qual, o dedicado Sr. Victor, mostrou-lhe um monte delas que, espinhentas, estavam sobre um tabuleiro rústico lá naquele mato. Enfim comentou longamente sobre a germinação das içaras, a necessidade de desgastar a casquinha dos frutos ( içara ou juçara é o fruto, o palmiteiro inteiro é, em tupi, Pindó = Euterpe Edulis ) para melhor brotação, a paradoxal multiplicação das Figueiras, cujas sementes, para germinarem, necessitam de lugar extremamente seco, e pouco tempo após brotadas, para crescerem passam a requerer locais excessivamente úmidos, e nisso até um bando tucanos estava a chilrear pelas imediações. Quanto ao ninho dos Jacus-híbridos e deles próprios, nem sombras - estava completamente desfeito - e talvez houvessem mudado de local. Depois de tudo fiscalizar com muito apuro e de comentar sobre a rigidez do lenho das legítimas madeiras ¨ Tajubas¨ ( alguns a denominam Itajuba, nada as relacionando as amazônicas Itaúbas ) dotadas de grandes espinhos e que suponho seja a árvore de madeira mais dura da mata atlântica, superando os araribás, araçás, sucurujubas, canelas e camboatás, retornamos não muito além o meio-dia. Desde então mudei radicalmente o seu comportamento florestal. Não deixei de seguir para os matos - porém a espingarda passou a ser um “enfeite” - caçava somente com os olhos....... mirando as orquídeas nas árvores, e pelo chão as pedrinhas exóticas dos ribeirões. Extasiava-me com o místico encanto da natureza selvática. Passei a ser outro - transmutei-me, até mesmo na maneira de caminhar pelas matas - coisa que fazia, por atavismo, desde meus cinco anos de idade, porém só a partir daquele dia pude sentir-me totalmente integrado à selva que me transmitia confortante tranqüilidade e um sentimento de satisfação inenarrável - um prazer muito gostoso – verdadeiro êxtase que me inebriava - misto de presença, humildade, participação, contemplação, deslumbramento e gratidão.além de identificação com à exuberante “natureza” – que antes era para mim simplesmente “algo” solitário e acessório do contexto natural. Certamente desde então melhorei, e presumo que em condições logarítmicas e, isto, em grande parte, fiquei a dever ao magnânimo Sr. Victor Hering, que, com sua magistral habilidade, logrou transformar um “predador compulsivo” em “preservador contumaz” – e conforme alguns me avaliam – um virtual extremado conservacionista - propugnando o defeso perene da Fauna e Flora à ação predatória da dita sociedade racional humana, pois, a partir de então, em absoluto, e compulsivamente, não consegui mais identificar-me comigo próprio sem visitar, quando tempo houvesse, a “minha querida mata”. Entre os assuntos que o Sr. Victor abordou, recordo-me de sua acerba crítica ao deflorestamento que por dez anos seguidos, a partir de 1939 o S.N.M. – Serviço Nacional da Malária - procedeu em toda a “Mata Primordial” que cercava o centro urbano de Blumenau. Somente a Mata da Cia. Hering e, parcialmente o Mato dos Padres, escaparam daquele autêntico insulto à Natureza. O Sr. Victor perguntou-me, também, se eu havia observado as conseqüências da aspersão de DDT e do querosene que poucos anos antes, 1947-1949, haviam os dois helicópteros do S.N.M ou da Fundação Rockfeller, . levado a efeito sobre todas as matas circundantes, e nisso relatei-lhe minhas constatações no Mato das Padres, onde o pessoal do SNM havia derrubado muitas das grandes figueiras e outras árvores foram escaladas com a utilização dos conhecidos “carrapatos” de aço fixados aos calçados, tudo objetivando erradicar os “gravatas” ( Caraguatás ) que, em grande quantidade, jaziam ao chão, entremeados de outras parasitas e alguns “leopoldões”. Não atino com trabalho mais inútil que aquele, pois semelhava-se ao de Síssifo, derrubá-las do alto para deixá-las proliferarem mosquitos no chão.As folhagens dos sombreados xaxins igualmente não escaparam ao borrifamento com querosene e DDT, que desfigurou suas belas aparências, definhando-os irreversivelmente. Quando chegado em minha casa, à noite, perguntei ao meu pai, qual o motivo justificativo para aquele procedimento tão dispendioso que exerceram, durante quase um ano, os dois helicópteros ( um de cor azul e o outro em vermelho-vinho) que tinham por heliponto o “Campo de futebol do Grêmio Esportivo Olímpico”, recebendo por resposta que médicos infectologistas “haveriam constatado, por volta de 1939, um surto epidêmico de “malária hemolítica” (seria a atual Dengue hemorrágica ? ) em Massaranduba, Corupá e região da Subida, e, então, o S.N.M, subsidiado pela Fundação Rockfeller, procedeu a pulverização, lançando DDT adicionado ao querosene sobre a mata, evitando derrubar toda a floresta – justificavam : “como dos males, o menor” - porém o meu pai – Hercílio - estava convicto que tudo seria reflorestado com “cunninghâmias” e “eucaliptos”- conforme os “barnabés federais” haviam prometido. Pois sim ! Plantaram menos de 1.000 árvores, e o próprio Hercílio, quando prefeito naquela época de 1952, continuava a reflorestar - através ônus exclusivo para a municipalidade - o Morro da Caixa d’Água e o Morro do Aipim com as ditas Cunninghamias que deveriam ter sido introduzidas pelo Governo Federal, mas não foram. Ainda em 1965, para reparar a devastação, plantou, ele Hercílio Deeke, através comodato entre a Prefeitura de Blumenau e o Colégio Santo Antônio, no dito Morro dos Padres, 32.400 “Piuns Elliottii”, quando parte das mudas eu próprio - Niels Deeke - procedi, gratuitamente, afretamentos em uma Kombi do “Moinhos Reunidos Itajaí” – com duas cargas de 3.000 torrões cada, que busquei no Horto Florestal de Araquari para, contribuindo com o “bem público e o meio-ambiente ” embelezar a cidade de Blumenau. Foi tudo inútil – esforço jogado fora - pois atualmente depredaram todo aquele reflorestamento – cujas árvores pertenciam, exclusivamente, à municipalidade. Suponho que os administradores municipais nos mandatos que sucederam a gestão encerrada em 31/01/1966, nem mesmo sabiam que o plantio e as respectivas árvores eram patrimônio municipal. De tudo permanece o meu gratíssimo reconhecimento à bondade do saudoso Sr. Victor Hering, que com sua generosa proficiência revelou-me a verdadeira maneira de apreciar a Natureza. Foi, ele, sem favor algum, um baluarte do florestamento e reflorestamento, pessoa de caráter reto e de ilibada personalidade – um Varão de Plutarco – um gentlemann honorável, exemplo modelar para os preservadores da natureza, enfim um grandioso vulto na ¨idade de ouro¨ da evolução de Blumenau. Através seu abnegado empenho fez-se respeitado quando chamava a atenção para a importância da preservação de nossas florestas nativas, ressaltando o quanto representam para o equilíbrio do meio ambiente, estimulando observância de sua conservação. Entre as muitas homenagens recebidas, o Sr. Victor Hering, na década de 1950, foi, muito meritoriamente, nomeado “Delegado Florestal em Santa Catarina”, e agraciado pelo Ministro da Agricultura, e com o Laurel Máximo, nobilitando-o com a insigne “Comenda da Ordem da Árvore”
A Victor Hering, in memoriam, Niels Deeke agradece por feito despertar em si, naquele inesquecível domingo, um sentimento único, de inenarrável complexidade, referto de inebriante deslumbramento, quando passou a sentir-se plenamente integrado a fantástica magnitude da “Evolução Criativa”, tão idilicamente consubstanciada na beleza das nossas queridas florestas.
Meus agradecimentos ao Sr. Victor Hering.
Niels Deeke
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Sinopse da Relação Genealógica e traços biográficos de VICTOR HERING - MAX VICTOR HERING . Nascido em Bl’au aos 28/7/1902 onde faleceu em 07/02/1961. Filho de Max Alfred Hering, nascido aos 04/7/1875 em Tannhausen-Alemanha, vindo ao Brasil quando tinha dois anos de idade, e que faleceu, em Bl’au aos 23/01/1976, o qual casou-se, em 1898, com Klara Kleine, falecida em 19/02/1964 . [ Klara Hering- nome de rua CEP 89.010-560 –com início à Rua Mal. Floriano Peixoto – alto, no bairro Jardim Blumenau ] Klara Kleine, consta da família de Theodor Kleine e encontra-se referida junto à “Crônica Genealógica da Família Jensen” no histórico de LR II F3 : KATHARINE ( SOPHIE ?) JENSEN, nascida em 1851 ou 1852 em Husum/Holstein.e falecida a .......de..... .........de 1922, antes de transcorridos três meses após a morte do marido.]
Max Alfred Hering, filho de Hermann Hering, este nascido aos 03/01/1835 em Hartha, Saxônia e falecido aos 28/11/1915 em Bl’au e que foi o fundador da “Indústria Têxtil Cia. Hering”, e de Minna Foerster, nascida aos 09/8/1839 em Neustadt, Saxônia e falecida aos 24/02/1906 em Bl’au. Max Alftred Hering foi diretor gerente da Cia. Hering em Bl’au. Victor Hering freqüentou o primeiro grau da Escola Alemã (Deutsche Schule) em Bl’au, quando esta ainda situava-se na rua das Palmeiras ( Alameda Duque de Caxias), no local onde atualmente ( estamos em1997) está edificado o prédio que abriga a Biblioteca Fritz Müller e o Arquivo Histórico Municipal. Interrompeu os estudos quando a escola foi fechada durante a Primeira Grande Guerra. No período, durante dois anos, recebeu aulas particulares, e após, pelo tempo de três anos, foi aluno do Colégio Porto Seguro (Antiga Olinda Schule) em São Paulo. Aos 18 anos viajou à Alemanha, preparando-se, inicialmente, para os exames qualificativos de acesso à universidade (Abitur), instituição seletiva que perdura até a atualidade (1997) Depois de freqüentar cursos de engenharia, diplomou-se, em 1930, em engenharia na Escola Politécnica de Darmstadt. Na seqüência deu continuidade à longa tradição de atividades da família Hering, assumindo os trabalhos técnicos e administrativos na indústria “Cia Hering”, à qual dedicou toda a sua vida profissional. Mediante seu empenho contribuiu decisivamente para o progresso da empresa, gerando continuamente mais empregos através de salutar relacionamento entre o capital e o trabalho, logrando alcançar notável sucesso em seus objetivos sociais. Destacou-se por sua significativa participação na transferência e desenvolvimento de tecnologia no acabamento da malha de algodão nos anos cinqüentas - fator que garantiu a qualidade e competitividade dos produtos da empresa, bem como a preservação da capacidade produtiva do parque fabril durante os difíceis anos em que decorreu a Segunda Grande Guerra, conflagração que provocou o fechamento das importações até mesmo para peças de reposição. Foi desde 1931 diretor-suplente, posteriormente diretor-industrial, e em 1946 diretor da Empresa Cia Hering, cargo no qual permaneceu até seu prematuro falecimento, aos 58 anos de idade. Victor Hering casou-se, em 1934, com Eulália Müller sobrinha-bisneta do Engº Heinrich Krohberger-F1N5, Telefone de Dona Eulália em 02.6.2000 : 3.22.1995. (Vide Vórtex 31: “CRÔNICA GENEALÓGICA DA FAMÍLIA KROHBERGER ” junto à classificação F1N5 ). Victor Hering exerceu intensa participação comunitária : Foi candidato a Prefeito de Blumenau pelo P.S.D; primeiro presidente do Clube de Caça e Tiro Blumenau; integrou a orquestra sinfônica de Bl’au; presidente do Clube Náutico América; presidente do Aéreo Clube de Blumenau; membro do Rotary Clube de Bl’au; presidente e organizador de exposições da Associação Rural de Bl’au; presidente da subcomissão de exposições nas festividades comemorativas do “ lº Centenário de Blumenau - 1950”.
Em 1950 executou a lª pavimentação asfáltica em Santa Catarina, na rua Hermann Hering, que liga o bairro Bom Retiro, onde situa-se a empresa “Hering” (Foto), ao centro da cidade. Igualmente projetou e executou a abertura da rua Bruno Hering, interligando o bairro do Bom Retiro ao bairro da Velha. Victor Hering foi um amante da natureza, pioneiro, portanto, do atual movimento ecológico. Realizou pesquisas em silvicultura, implantando na mata existente dos fundos da Cia. Hering , numerosos talhões experimentais com essências de coníferas ( Pinus Eliottis,Cunninghamia e Araucárias) além de eucaliptos e espécies nativas, as quais posteriormente forneceram sementes para o então incipiente reflorestamento no país. Através seu abnegado empenho pela natureza fez-se respeitado e estimulou que a respeitassem, chamando a atenção para a importância da preservação de nossas florestas nativas, ressaltando o quanto representam para o equilíbrio do meio ambiente. Victor Hering foi muito meritoriamente, na década de 1950, nomeado “Delegado Florestal em Santa Catarina”, e agraciado pelo Ministro da Agricultura, com a Nobilitante “Comenda da Ordem da Árvore”. Em 18/7/1965, com a presença do governador Celso Ramos, foi inaugurada a “ Escola Básica Victor Hering” no bairro da Vila Nova em Bl’au ( Vide Relatório dos Negócios Administrativos do Prefeito Hercílio Deeke - ano 1965 pág. 103).
Em 14/11/1964, a Indústria Têxtil Cia. Hering, inaugurou no Parque Florestal junto à sua empresa, no bairro Bom Retiro, a “Represa Victor Hering”.
Eulália Hering, sua esposa, faleceu em 29/5/2006 aos 97 anos de idade no Hospital Santa Catarina – Blumenau. Inumada no Cemitério Evangélico Blumenau- Centro em 30/5/2006. Teve três filhos dos quais dois já eram falecidos em maio de 2006, e deixou ainda 12 netos e 11bisnetos.
Seqüências do casal Victor e Eulália, sendo uma masculina e duas femininas.
Dr. Klaus G. Hering, que casou-se com Maria Luísa Renaux ( Divorciados)
Elke Hering, que casou-se com Lindolf Bell e faleceu em 1994
Maike Hering , casou-se com Diomário Queiroz. From: sementesul semente@ccb.ufsc.br Date: 20/04/2006 15:48.Subject: nota de falecimento. Prezados : É com muito pesar que informamos o falecimento da Profa. Maike Hering Queiroz, ocorrido no dia 19 de abril de 2006 em Florianópolis. A Rede Semente Sul perde uma de suas criadoras, mas acreditamos que as sementes que ela lançou ao longo de tantos anos de pesquisa e ensino continuarão produzindo frutos que perpetuarão seu trabalho.A profª. Maike deixa saudades entre todos os que tiveram a oportunidade de compartilhar de sua companhia e saberes. Assim, agradecendo todas as orientações e conselhos recebidos, continuaremos trabalhando no caminho que a professora Maike nos ensinou.
Com gratidão. Equipe do Projeto Rede Semente Sul – UFSC REDE SEMENTE SUL
Fontes : Biografia de Victor Hering, elaborada pelo seu filho o dr. Klaus G. Hering, para os 30 anos da fundação da Escola Básica Victor Hering.
O “Parque Florestal Hering”, fundado por Max Victor Hering, tinha a área de 620.843 m2. Segundo o IPPUB da Pref..Municipal de Blumenau, dados de 1998, tem a altitude de 485 metros.
Em 1952, em almoço do Rotary Clube de Blumenau, numa terça feira , no Teatro Carlos Gomes, ( época do mês imediatamente anterior à visita do Cônsul Geral da República Alemã em Porto Alegre RS Sr. Rodolfo Pamperrien ) estando presentes o Comandante do 23º R.I.- Cel. Osmar Soares Dutra, o Sr. Victor Hering, pronunciou interessantes palavras sob o tema “ – Florestamento e Reflorestamento” – matéria que foi publicada na integra pelos jornais locais.
Colaboração Niels Deeke - Memorialista em Blumenau
Bom dia,
ResponderExcluirA recuperação dos fatos históricos da nossa cultura continua sendo a grande lacuna de nossa cidadania, não é mesmo?
Abraço do
Antunes Severo
www.carosouvintes.org.br
easevero@carosouvintes.org.br
Nossos sinceros agradecimentos ao Dr. Niels Deeke, por compartilhar evento tão íntimo de sua juventude, carregado de lições tão importantes para todos nós, frente ao desafio de progredir de forma sutentável. Sem conservar e preservar adequadamente hoje, que meio ambiente, natural e artificial, encontrarão as futuras gerações? Grato pelo post, Adalberto!
ResponderExcluirÓtima postagem ! Detalhes como esse ficam imortalizados aos serem publicados em blogs.
ResponderExcluirE saber que eu cresci no “Schweine Rücken” – Costado do Porco, o dito Morro da Companhia, não tem preço. eh eh eh.
Obrigado por compartilhar !
Adalberto,
ResponderExcluirEsta na hora de transformar este blog em livro, preferencialmente eletrônico.
Abraços,
Paulo
Senhor Adalberto outra matéria importante,pois fala de um Homem que deixou marcas...
ResponderExcluirSem duvida, Victor Hering,deve ser homenageado porque sua vida serve de exemplo.
E um grande vulto da nossa historia.
Eu desconhecia a vida deste grande homem e foi gratificante conhecê-la.
Tive o privilegio de estudar com a Maike Hering no Colégio Sagrada Família e por sinal éramos muito amigas naquele tempo.
Inclusive eu admirava também muito a sua Irmã Elke.
Infelizmente as duas faleceram cedo, eu não sabia que Maike não estava mais entre nos.
Como todas as matérias do seu blog, hoje também apreciei muito, obrigada.
Carinhosamente M. Cecilia
Tudo Bem? bonita este blogue está muito posicionado.........bom trabalho :)
ResponderExcluirMuito agradável faz mais posts assim !
Muito bom. Sou neto de Victor Hering, filho de Elke e Lindolf. Obrigado por me ensinar ainda mais sobre meu querido OPA. Estou à disposição. Atenciosamente. Pedro Roberto Hering Bell
ResponderExcluirVirei Fã do Victor
ResponderExcluirPaziam
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