Publicado no dia 03/07/2010/N° 11982
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Novamente a participação do Biólogo Lauro Eduardo Bacca, com um assunto polêmico, mas para a discussão de toda a sociedade blumenauense. O importante é chegar a um consenso que venha a beneficiar nossa cidade, sem transgredir com excessos e intransigências culturais, políticas e pessoais.
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LAURO EDUARDO BACCA
Beira Rio - margem esquerda e direita
A polêmica da obra da margem esquerda em Blumenau evidenciou mais uma vez o grande desconhecimento sobre o que é ser ambientalista. Se alguém levanta a necessidade de se considerar o lado ecológico de um empreendimento ou obra, imediatamente surge quem o tache de ambientalista, dando sentido quase demoníaco ao termo.
Afinal, o que é ser ambientalista? Como fenômeno social, o ambientalismo realmente causa perplexidade, pois foge a praticamente todos os padrões usuais anteriormente conhecidos. Não caracteriza-se por faixa etária, nível de escolaridade, orientação ideológica ou político-partidária, profissão, religião, sexo, opção sexual, posição social, raça e assim por diante. Em todos esses segmentos e setores, encontramos ambientalistas. E entre os que são assim rotulados, temos desde o mais despreparado, que nunca estudou nada sobre Ecologia e Meio Ambiente, até o mais respeitado PhD no assunto. Há que se tomar muito cuidado, portanto, quando se qualifica algo ou alguém como ambientalista, pois atinge-se um espectro amplo demais de pessoas e atividades.
Beira Rio - margem esquerda
Beira Rio - margem esquerda e direita
Eu me considero um ambientalista. Se me tacham de “ecochato” ou “biodesagradável”, esforço-me para não ser tanto assim. Se me rotulam de ser contra o progresso, dependendo do que se entende por progresso, sou contra, assim como seria contra embarcar numa canoa furada ou num avião sem garantias de segurança de voo. Se me qualificam como radical, se a questão é a erradicação da natureza e das condições que sustentam a vida no planeta, sou radical, sim. Quem em sã consciência e no perfeito uso da razão não seria radicalmente contra algo que ameaça a qualidade de vida de filhos e netos ou mesmo a própria sobrevivência?
Acima de tudo, não se pode confundir um ambientalista como alguém fora da casinha, um mero louco visionário. A grande maioria é composta por gente séria, que procura estudar a fundo o assunto e merece respeito. Se o objetivo for o da sobrevivência nossa e de todas as outras espécies e uma vida de boa qualidade, digna de ser vivida, bem-vindos os ambientalistas!
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Artigo jornal de Santa Catarina
Publicado no dia 17/07/2010
N° 11994 LAURO BACCA lauro.bacca@santa.com.br
As cinco bocas da vaca
Monges beneditinos no Paraná, para poderem se manter, entre outras atividades criam gado numa fazenda ou sítio em Borda do Campo, próximo a Curitiba. Adotam técnicas modernas de manejo de pastagem de alto rendimento, como o método Voisin, que inclui como princípio jamais deixar o gado pastando muito tempo num só lugar. Para isso, o pasto é dividido em parcelas. André Voisin, autor do método que leva seu nome, explica que o rendimento do pasto será máximo se as vacas pastarem apenas um dia em cada parcela.
Formado em Agronomia e responsável pela criação de gado de seu mosteiro, o monge beneditino Pierre Recroise, também artista entalhador de madeira, costumava explicar o método Voisin aos visitantes com o curioso comentário de que “a vaca tem cinco bocas, uma que come, e as outras são suas quatro patas”. A boca que come, se permanecer muito tempo no local, vai voltar ao mesmo capim e cortá-lo mais vezes, enfraquecendo-o e impedindo tempo suficiente de acúmulo de reservas em suas raízes, necessárias para um início de rebrote vigoroso. As outras quatro “bocas” fazem o resto, através do pisoteio de centenas de quilos em cada passada.
O que as cinco bocas da vaca têm a ver com Ecologia e Meio Ambiente? Os primeiros resultados do Inventário Florístico Florestal do Estado nos dão a resposta, principalmente na região do Planalto, onde ainda é forte a antiga tradição da invernada, em que o gado é liberado para circular nas matas e capões livremente durante os meses do inverno. O estrago é imenso, mas só percebido por agricultores bons observadores ou por quem estudou, acompanhou e entende do assunto, como o doutor Alexander Vibrans, da Furb. A boca que come, corta e danifica inúmeras mudas das futuras árvores daquela floresta e as outras quatro “bocas” pisoteiam, quebram e compactam o solo do local. O resultado são as “florestas ocas”, no dizer da botânica Lúcia Sevegnani, também da Furb, florestas sem mudas de árvores, com um grande vazio de regeneração em seu interior.
Quem não entende do assunto, olha do avião e afirma que ainda temos muita área preservada. Não sabe que aquilo que ele vê de longe ou superficialmente, mal chega a ser um espectro da floresta que foi no passado. No pouco que restou, caçadores continuam matando impunemente os poucos exemplares sobreviventes de uma fauna que outrora foi exuberante e abundante. Leis ambientais feitas para proteger não são cumpridas e agora também são contestadas. O golpe de misericórdia que poderá acabar de vez com essas outrora exuberantes florestas, quem diria, está sendo aplicado por ninguém menos que nossas inocentes e simpáticas vaquinhas. Coitadas. Como nós, humanos, também elas não sabem o que fazem.
Arquivo de Adalberto Day e Lauro Bacca
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Artigo jornal de Santa Catarina
Publicado no dia 17/07/2010
N° 11994 LAURO BACCA lauro.bacca@santa.com.br
As cinco bocas da vaca
Monges beneditinos no Paraná, para poderem se manter, entre outras atividades criam gado numa fazenda ou sítio em Borda do Campo, próximo a Curitiba. Adotam técnicas modernas de manejo de pastagem de alto rendimento, como o método Voisin, que inclui como princípio jamais deixar o gado pastando muito tempo num só lugar. Para isso, o pasto é dividido em parcelas. André Voisin, autor do método que leva seu nome, explica que o rendimento do pasto será máximo se as vacas pastarem apenas um dia em cada parcela.
Formado em Agronomia e responsável pela criação de gado de seu mosteiro, o monge beneditino Pierre Recroise, também artista entalhador de madeira, costumava explicar o método Voisin aos visitantes com o curioso comentário de que “a vaca tem cinco bocas, uma que come, e as outras são suas quatro patas”. A boca que come, se permanecer muito tempo no local, vai voltar ao mesmo capim e cortá-lo mais vezes, enfraquecendo-o e impedindo tempo suficiente de acúmulo de reservas em suas raízes, necessárias para um início de rebrote vigoroso. As outras quatro “bocas” fazem o resto, através do pisoteio de centenas de quilos em cada passada.
O que as cinco bocas da vaca têm a ver com Ecologia e Meio Ambiente? Os primeiros resultados do Inventário Florístico Florestal do Estado nos dão a resposta, principalmente na região do Planalto, onde ainda é forte a antiga tradição da invernada, em que o gado é liberado para circular nas matas e capões livremente durante os meses do inverno. O estrago é imenso, mas só percebido por agricultores bons observadores ou por quem estudou, acompanhou e entende do assunto, como o doutor Alexander Vibrans, da Furb. A boca que come, corta e danifica inúmeras mudas das futuras árvores daquela floresta e as outras quatro “bocas” pisoteiam, quebram e compactam o solo do local. O resultado são as “florestas ocas”, no dizer da botânica Lúcia Sevegnani, também da Furb, florestas sem mudas de árvores, com um grande vazio de regeneração em seu interior.
Quem não entende do assunto, olha do avião e afirma que ainda temos muita área preservada. Não sabe que aquilo que ele vê de longe ou superficialmente, mal chega a ser um espectro da floresta que foi no passado. No pouco que restou, caçadores continuam matando impunemente os poucos exemplares sobreviventes de uma fauna que outrora foi exuberante e abundante. Leis ambientais feitas para proteger não são cumpridas e agora também são contestadas. O golpe de misericórdia que poderá acabar de vez com essas outrora exuberantes florestas, quem diria, está sendo aplicado por ninguém menos que nossas inocentes e simpáticas vaquinhas. Coitadas. Como nós, humanos, também elas não sabem o que fazem.
Arquivo de Adalberto Day e Lauro Bacca
Osni Wilson Melin sou de 1949,residia na rua Hermann Wenderbug,esta rua fica na descida da antiga venda do Sr. Paulo Schmit, onde hoje não ha mais pastos e sim a Associação da Artex.Ao ver sua foto quando garoto na escola lembrei-me de vc. e que nos estudamos juntos no grupo escolar São Jose. Brincamos muito quando criança pois meu pai era muito amigo
ResponderExcluirdo Sr Vilmar Correia que era vizinho de sua familia.Meu pai trabalhava na EIG na sala 18 nome dele era Mario Melin.Foi por um acaso que localizei seu Blog, fiquei muito contente em saber que um de nos teve a brilhante ideia de fazer um histórico de nosso bairro,sendo assim fico grato a você por fazer lembrar o passado neste bairro,que foi a minha infância e juventude e que me deu saudades daqueles tempos.Como você fez um trabalho sobre o Canto do Rio,por acaso vc tem algum trabalho sobre o America Esporte Clube,que era a equipe de futebol da Artex,na qual joguei, na segunda divisão na época.Como vc fala do Gloria ,tinha outras equipes bem estruturadas como o Independente do Zendron, o Horizonte, o Estrelinha,sem contar os demais times de ruas, como:Rua do Sumpa,Rua progresso e outros.Gostaria de saber se vc ainda mora na rua 12 de outubro antiga casa de seu pai,eu estou morando desde 1983 em Guabiruba mas vou de muitas vezes a Blumenau,pois meus pais estão sepultados no cemitério do Progresso. Parabéns pelo trabalho e que DEUS ilumine seu caminho e de sua família. abraços .
Muitas saudades dos colegas daqueles tempos