LENDA URBANA :
Novamente a participação exclusiva do renomado Jornalista e escritor Carlos Braga Mueller, hoje com mais um tema ou lenda interessante sobre algumas Praças de Blumenau. Me antecipo dizendo que faz parte do imaginário e das lendas Urbanas, porém muita verdade existia sobre o tema.
Trabalhei durante 25 anos no setor de Recursos Humanos das empresas Garcia e Artex, e eram feitos comentários dos dirigentes sobre este tema. Também em certas épocas as linhas de ônibus funcionavam somente até às 22h30min horas, justamente para que os empregados pudessem retornar logo ao seu lar, e participar de poucos lazeres e poder estar em boas condições de trabalho para o dia seguinte. Adalberto Day
Boa leitura:
Ao longo das décadas a cidade foi crescendo e as praças continuaram fora do panorama da urbe. Foi assim que, há muitos anos, começou a circular uma lenda urbana. Ela conta que alguns governantes de antigamente, mancomunados com empresários tantos, não viam com bons olhos as grandes praças públicas, porque ali os operários ficariam a mercê dos prazeres proibidos: bebida em excesso, ócio nada criativo e , por conseqüência, noites mal dormidas, muita preguiça ao acordar, rendimento péssimo no trabalho do dia seguinte !
Claro que nunca se provou nada, nem ninguém assumiu a culpa pela falta de praças. Esta, foi sempre atribuída à nossa topografia acidentada e ao conturbado espaço físico disponível para tais excentridades ! Curioso é notar que praticamente desde a fundação, a cidade mantém as duas mesmas praças de sempre: uma a Hercílio Luz, no início da Rua 15 de Novembro; a outra, a Victor Konder, no final da mesma rua. Ainda assim, a Hercílio Luz várias vezes foi entregue à iniciativa privada, para exploração comercial, resultando daí apelidos como Biergarten, Praça da Cerveja, etc. E até recebeu uma construção inoportuna, para abrigar uma cervejaria... Importante é lembrar também que estes logradouros acabaram sendo praças por força das circunstâncias. Isto porque, onde hoje está a Praça Hercílio Luz situava-se o pátio/depósito do Porto do Rio Itajaí Açu, e por ali escoava toda a nossa produção em direção ao litoral. Já a Praça Victor Konder era o local de recepção aos que viajavam de trem para o Alto Vale, porque ali ficava situada a antiga estação da Estrada de Ferro Santa Catarina, bem no lugar onde hoje está a Prefeitura. Sua demolição foi mais um atentado à preservação histórica do município.
Outras praças:
Muito modestas, estão inseridas ainda no núcleo central da nossa cidade, a Praça Dr. Blumenau, e a do Teatro Carlos Gomes, que nem pública é, pois pertence à Sociedade Dramático-Musical Carlos Gomes. As demais, como a que existe em homenagem a Pedro II no início da Rua Hermann Hering, nada mais são do que “arremedos”, imitações de praças, que não se prestam à finalidade de recreação para a comunidade, pois além de acanhadas não possuem equipamentos de lazer.
A inauguração de uma nova praça em Blumenau, a dos Músicos, no local onde se situava a Fábrica de Gaitas Hering, talvez seja, acima de tudo, o resgate de uma antiga dívida para com a comunidade blumenauense. Isto reforça a crendice popular que criou esta lenda urbana.
E na boca do povo ficou o dito de que a falta de praças em Blumenau é coisa de patrão mau caráter, desalmado, que só pensa em faturar! Será que você também pensa assim?
Arquivo de Adalberto Day/colaboração Carlos Braga Mueller jornalista e escritor.
Beto
ResponderExcluirO Braga Mueller retrata muito bem a situação da epoca, ou seja. Poucas praças, poucos divertimentos, e chegar em casa cedo. Os patrões não eram mole. Hoje não é muito diferente, só progredimos um pouco. Mas os exageros e a reponmsabilidade, deve sempre estar a frente, sem nunca no entamto aniquilar a liberdade de ir e vir e muito menos o lazer
abraços parabéns ao senhor Braga e a você.
Leon1968anod@hotmail.com
Já me peguei pensando diversas vezes a respeito desse tema. Hoje, temos duas novas praças das quais podemos nos orgulhar. na realidade é uma praça (a recém criada dos musicos) e um parque, que é O Ramiro Ruediger e já se provou ser algo excelente para a cidade. Quem bom que a realidade anti-lazer da cidade está finalmente mudando!
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