- Hoje pretendo me juntar ao reitor da FURB – Eduardo Deschamps., a UNIASSELVI ao reitor José Tafner aos Alunos e a todos que tinham admiração por este excelente professor, de conduta ética e moral acentuada.
- Filósofo, antropólogo e professor Sálvio Alexandre Müller trabalhou na FURB por 25 anos, reconhecido como uma das principais referências no ensino superior de Santa Catarina. Na Universidade atuou como professor, integrou diversas comissões especiais e ocupou cargos de direção, com destaque à coordenação de Assuntos Comunitários e de Desenvolvimento, a participação na comissão especial que elaborou a proposta de modelo organizacional da Universidade Regional de Blumenau (1984), a direção do Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes (1985), a direção da Editora da FURB (1994-1997), a direção do Instituto de Pesquisas Sociais (1994-1997) e a chefia do Gabinete da Reitoria (1997-1998).
- Atualmente coordenava o Programa de Preservação Histórica e Patrimonial da Região de Usina Salto Pilão, era professor na UNIASSELVI e conselheiro sênior desta instituição. Professor Sálvio, como era conhecido, nasceu em Rio do Sul em 10 de novembro de 1945. Falecido em 23 de maio de 2008.
Autor de inúmeros artigos distribuídos por jornais, revistas e anais de todo país, Sálvio Alexandre Müller chegou a publicar o artigo “A natureza brasileira segundo dois cronistas no período colonial” na Revista Brasileira de História (set; 1990/fev. 1991), principal revista de historiografia do Brasil. Organizou ainda e coordenou diversos livros e é autor de “Opressão e Depredação: a construção da barragem de Ibirama e a desagregação da comunidade indígena local”, livro publicado pela Editora da FURB em 1987. Sálvio Alexandre Muller faleceu na madrugada do dia 23 de maio de 2008, aos 62 anos.
“Com o professor Sálvio Müller aprendi o real significado da palavra intelectual. O ensino catarinense perde um dos seus grandes pensadores”, observa o reitor, Eduardo Deschamps.
Sarau prepara entrevista O Sarau Eletrônico, site de literatura da Biblioteca Universitária da FURB edita uma entrevista concedida pelo professor em 1998, inédita ainda, em que ele aborda aspectos da sua história de vida, da FURB e dos trabalhos acadêmicos e científicos que desenvolvia na época. A equipe que produz o Sarau acredita que até o final da semana o texto já esteja disponível. O endereço é o www.bc.furb.br/saraueletronico
Artigo/publicado no jornal de Santa Catarina no dia 23 de julho de 2008
Achei excelente e que deveria constar junto ao artigo acima.
Um sábio exemplo GIANCARLO MOSER/ Professor universitário
Há exatos dois meses os deuses do infinito arrebataram deste nosso plano físico o nosso estimado mestre, o professor Sálvio Alexandre Muller. Muitos são os que buscam na docência uma forma de ganhar a vida, mas poucos o fazem como Sálvio fez, ou seja, transformar o ensinar em uma profissão de fé. Sálvio é uma dessas pessoas que merecem não uma biografia, mas algo mais elevado, algo quase como uma hagiografia. Não que se pretenda canonizá-lo ou mesmo santificá-lo, mas deve-se fazer plena justiça ao profundo e rico legado intelectual e humano deixado pelo professor Sálvio em mais de três décadas como docente, pesquisador e autor nas diversas áreas do conhecimento humano.Entretanto, sua maior herança foi a de ter alcançado em vida um plano espiritual superior, algo que comumente é chamado de Nirvana ou Paraíso, pois Sálvio conseguiu elevar sua alma e transubstanciar os vastos conhecimentos em Filosofia, Antropologia, História e Sociologia em um exemplo de conduta de vida e atuação profissional.Seu legado pode ser verificado, e não plenamente medido (dada a extensão), pelos inúmeros aprendizes e admiradores que se formaram à sombra de sua sabedoria, formando uma plêiade de pensadores e profissionais que semeiam diuturnamente os ensinamentos do velho mestre; um verdadeiro guru espiritual, que ao permitir que se quebrassem os grilhões da mediocridade da cultura contemporânea, explorou os recônditos da alma e da psiquê humana, buscando no divino a inspiração para sua caminhada.Seu despojamento material e a vasta ambição intelectual andavam na contramão do mundo atual, lastreado pelo prazer imediato e o consumismo desenfreado, pois as suas preocupações eram a elevação do indivíduo e a harmonização de nossos desejos com o infinito etéreo; e isto tudo sem os maniqueísmos religiosos e metafísicos que fazem a alegria de vários credos que incutem uma ética e uma moral de péssima intensidade vernacular nos incautos adeptos.Professor no mais amplo e verdadeiro valor da palavra; intelectual em tempo integral, Sálvio Muller foi um dos últimos exemplares de decência intelectual, preocupado em formar e permitir e respeitar o pensar alheio, pois considerava o livre-arbítrio a própria manifestação do divino, sempre inspirado por Spinoza.Profundo conhecedor de Freud e Marx, Sálvio transitou pelas calçadas e universidades do Vale do Itajaí e professou seu íntimo nos Caminhos de Compostela, onde afiou a arguta e, perspicazmente, buscando, acima de tudo, ser um indivíduo melhor, para auxiliar e, humildemente, melhorar o mundo.
Olá, tudo bem?
ResponderExcluirSomos estudantes de História da FURB.
Criamos um Blog com o intuito de reunir essa galera virtualmente, com o objetivo de enriquecer nosso conhecimento. É só o início de um breve projeto.
Seu Blog é interessantíssimo, parabéns pelo trabalho!
Convidamos para visitar o Blog, dar sua sugestão, crítica, comentário e se quiser entrar na lista de contatos, agradeceríamos.
;)
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www.historianos.blogspot.com
Nosso professor eterno
ResponderExcluirSálvio Alexandre Muller – era um desses professores que eu não queria que a aula terminasse. Sua sabedoria, seu jeito de transmitir seus conhecimentos, sua habilidade na adversidade, sua simplicidade, seu jeito simpático de ser, um ser maravilhoso que aprendi a admirar. Estão gravados em minha memória muitos momentos deste aprendizado, do seu modo simples e eficiente de transmitir. Vinha a sala de aula sempre de modo simples, com pouco ou nenhum material, mas com uma enciclopédia em sua memória. Transmitia com facilidade, quase sempre sentado a mesa, às vezes dava uma pequena e discreta gargalhada. Certo dia um aluno perguntou “professor quando o senhor vai começar a dar aula” ele respondeu já iniciei já faz tempo, referindo-se aqueles alunos que anotavam seus conhecimentos orais, e estavam bem a frente daquela pergunta. A pergunta foi feita, pois o mestre Sálvio, pouco transmitia através do quadro. Ele se foi juntar-se a outros mestres, e nós ficamos com seus ensinamentos.
Adalberto Day Cientista Social e pesquisador da História.