A imagem de 1930 – Mostra a antiga estação ferroviária de Blumenau – demolida a partir de Setembro de 1974.
Obs.: A Macuca prestou serviço de 1909 até 1935, (seria a Locomotiva No. 3, segundo relatórios
preservados de Breves Filho, que era o diretor da EFSC. As de No. 1 e 2 foram
construídas, respectivamente, em setembro e novembro de 1907, enquanto a Macuca
é de 1909. Tanto a No. 1 quanto a No. 2 foram sucateadas em 1932)
Esta estação funcionou até 1954 – se localizava onde hoje é a atual prefeitura de Blumenau. - A Estrada de Ferro Santa Catarina foi aberta com capital alemão em 03 de maio de 1909, ligando Blumenau a Hansa, com a intenção de se encontrar com a linha Itararé-Uruguai, então em construção, próximo a Limeira (Herval do Oeste). Pouco tempo depois, o Governo tomou a ferrovia. A partir daí, avançou lentamente, chegando em Rio do Sul apenas em 1933 e em Trombudo Central em 1958, jamais alcançando o entroncamento. Em 1954, prolongara sua linha até o litorial, em Itajaí, mas nem isso foi suficiente para revitalizar a ferrovia, extinta pela RFFSA, já sua proprietária desde 1957, em 13 de março de 1971, os trilhos foram arrancados logo depois, sob protestos da comunidade. Desde então se vem tentando reativar pelo menos um trecho da antiga ferrovia, na região de Rio do Sul, com recolocação de trilhos e o esforço de gente dedicada.
A Macuca que desde está na praça desde 31 agosto de 1991 ao lado da prefeitura de Blumenau.
Primeira locomotiva de Blumenau. Importada da Alemanha em 1.908, chegou ao Brasil a bordo do Vapor Klobenz que também trazia oitocentas toneladas de material para a Estrada de Ferro Santa Catarina.
Sinônimo de progresso e modernidade quando chegou ao município, em 1908 , a Macuca simboliza a memória de uma época. Além disso, reforça a necessidade de preservação da única locomotiva que sobrou da frota da Estrada de Ferro Santa Catarina (EFSC). Produzida em Berlim, na Alemanha, carregava inicialmente a missão de levar material de construção para as obras ferroviárias entre Blumenau e Indaial. Ela veio para o Vale do Itajaí como uma locomotiva para trens de serviço, mas também puxou trens com autoridades ferroviárias e governamentais e até militares em inspeção ao longo da via férrea.Curiosidade: O apelido “Macuca” foi dado carinhosamente pela comunidade devido a semelhança com o macuco (Tinamus Solitárius – Ave da família Tinamidae). Além da anatomia, o seu apito lembrava o piu do macuco e o ruído da descarga de sua caldeira recordava o som produzido pelas asas da referida ave. A locomotiva inaugurou o trecho Blumenau – Warnow (hoje cidade de Indaial).
A ESTAÇÃO: A estação de Blumenau, a original, foi inaugurada com a linha, em 03 de maio de 1909, em estilo (Técnica) enxaimel. Em 1.904, o Governo Estadual concedeu autorização a Companhia Colonizadora Hanseática para a construção e exploração de uma via férrea ao longo do Vale. O primeiro trecho, com 30 quilômetros de extensão, entre Blumenau e Warnow, hoje Indaial, foi inaugurado em 3 de maio de 1.909. Em junho do mesmo ano, o leito chegou em Ascurra; e, em outubro em Hansa, atual Ibirama. A Estrada de Ferro Santa Catarina foi a primeira obra da época, realmente planejada na região do Vale do Itajaí. Seu leito foi construído em uma altitude especial, visando a proteção contra as cheias já registradas pelos primeiros colonizadores. Foi desativada em 1954, com a extensão da linha até Itajaí, quando se construiu uma nova estação. Chegou a funcionar por algum tempo juntamente com a nova estação, como pátio de manobras e estação de cargas. Ficava a cerca de 600 metros da estação nova. Foi demolida por volta de 1968 no governo de Carlos Curt Zadrozny, e o que ocupa hoje seu lugar é o prédio da Prefeitura Municipal. "Quando a linha foi estendida para Itajaí, esta foi construída num patamar mais alto em relação a linha antiga que demandava para a antiga estação. Assim, mais ou menos 1,5 km à frente da estação velha houve a derivação da nova linha para Itajaí e onde foi construída a nova estação em 1937. Em 1954, quando o trecho finalmente foi inaugurado, a linha velha permaneceu por uns anos. Normalmente as locomotivas usavam a linha velha para fazer a limpeza da caldeira (jato de vapor) numa ponte que existia perto da velha estação. Mas, isto durou uns anos e depois a linha foi erradicada. A estação velha a partir de 1954, passou a abrigar apenas o escritório da ferrovia, a diretoria, por exemplo, por ser área central da cidade, e assim ficou até a desativação em 13 de março 1971.
Foi este local um dos primeiros a ser "encampado" pela Prefeitura de Blumenau, que ali construiu o fórum da cidade onde era o antigo colégio Luiz Delfino,e onde era a estação a atual prefeitura nova de Blumenau em 1982- e lamentavelmente demolindo a estação, isto já pelos fins de 1971. Além do prédio do fórum, que já não é mais fórum, o local abriga hoje o grande prédio da Prefeitura de Blumenau" (Luiz Carlos Henkels, 2008). (Fonte: A Estrada de Ferro no Vale do Itajaí, de Angelina C. R. Wittman, 2001; Luiz Carlos Henkels, 2008)
Curiosidades enviadas por Zé Pfau:
Na antiga Estrada de Ferro conta-se histórias interessantes. Uma delas na região de Rio do Sul, quando o colono foi ao Superintendente da EFSC reclamar que seu cavalo, teria sido vitima e que foi o trem que atropelou e matou e que deveria ser indenizado. Reclamando e irritado o proprietário do animal foi levado perante a autoridade máxima da empresa de transportes e depois de explicar seu prejuízo teve do superintendente o seguinte argumento. "É lamentável, nós pedimos desculpas, o Senhor acredita que nós já solicitamos diversas vezes aos nossos maquinistas para não passar com o trem por dentro de pastos, pois lá estão os animais e podem causar acidentes". O reclamante adicionou a informação de, "não, não foi no pasto seu doutor, meu cavalo estava amarrado junto aos trilhos e se soltou". " É, pois é." O que encerrou a conversa sobre o assunto.
O relojoeiro em Indaial recebia diariamente pedidos de consertos de colonos que vinham no trem para a cidade. Num destes dias, entre na oficina um cidadão e desenrola de um lenço um belo pendulo, a peça móvel de um provável belo exemplar de relógio de parede e solicita. "É o Senhor que conserta relógios? Eu gostaria de consertar um relógio de parede que ganhei do meu avô". "Qual é o defeito?" questiona o relojoeiro. "É esse", mostra o pendulo, evidente sem o relógio. "Essa é a peça que parou de balançar, o Senhor conserta?".
Arquivo : Dalva e Adalberto Day /José Geraldo Reis Pfau
Adalberto
ResponderExcluirSensacional. Assunto de primeira.
Temos que iniciar a campanha de recuperação do prédio da estação na Rua Martin Luther (atrás da Renault).
Acho que deveriamos ter a relação das máquinas e até o cronograma exato da vida da EFSC. Não achas ?
Tenho algumas fotos no meu arquivo desse assunto. Se te interressar use a vontade.
O trem na ponte de ferro e é a que tenho como "a última viagem". Me parece que foi capa do jornal.
A foto da oficina - já em abandono - lá na Rua São Paulo aonde hoje temos os laboratórios da FURB
E outra de meu pai - Osmênio Pfau - quando mecanico de locomotivas - matéria entrevista publicada no Jornal em 1973.
E uma foto publicada no Santa "Almanaque" (que não tenho a data) cuja texto fala da locomotiva nº 01.
A tal de Macuca (dizem que ) não foi a primeira era uma máquina por ser pequena usada para manobras na oficina e com vagões de cargas.
Veja o que diz este texto....
http://pt.wikipedia.org/wiki/Estrada_de_Ferro_Santa_Catarina
Construída no inicio do seculo passado por descendentes alemães, a E. F. Santa Catarina foi desativada na década de 80, sendo que sua última utilização na enchente de 1984.
José Geraldo reis Pfau
Blog está cada dia mais atraente, bonito e com tecnologia atualizada.
ResponderExcluirParabéns e obrigado por fazer constar o meu nome em evidência.
Sou suspeito para comentar, mas seu trabalho é espetacularmente maravilhoso.
Você é muito talentoso.
Parabéns e mais uma vez, muito obrigado.
Abraços,
Adilson Siegel
Prezado Beto Day,
ResponderExcluirMuito oportuna a matéria sobre a nossa saudosa estrada de ferro.
O que ainda mexe conosco é a demolição da antiga estação ferroviária, onde hoje está a Prefeitura.
Acho que não houve nenhuma reação popular. Assim como passaram em branco outras demolições:
- a do antigo Hotel Holetz, o símbolo de Blumenau durante várias décadas, para ali se entronizar um quadrado de cimento e ferro (o Grande Hotel);
- a da casa comercial Katz, depois Kieckbusch, na esquina da Rua 15 de Novembro com a Alameda Rio Branco;
- a da casa comercial R. Grossenbacher, na Rua 15 de Novembro, onde hoje está o Bradesco.
Foram verdadeiros golpes na preservação da arquitetura dos nossos antepassados.
Algumas destas demolições foram substituidas pelo "enxamelóide", um cenário, uma imitação, daquilo que era o tradicional enxaimel.
Acredito que naqueles tempos não existia uma consciência de preservação, pois de outra forma não teriam ocorrido as demolições.
Pensava-se apenas no progresso e ele tinha o seu preço !
Abraços do Braga Mueller
Curto muito esse blog. O Beto está de parabéns!
ResponderExcluirConvido vc, Beto, a ver o que estamos divulgando no nosso blog, inspirados no seu...
www.logradourosdemiracemarj.blogspot.com
Agradeço se puder nos sugerir ou orientar.
Angeline Tostes
Até hj nunca entendi porque da retirada da Macuca e das estradas de ferro aqui na região. Cada vez que penso sobre isso, me resvolto e me entristessee a ignorância da retirada.
ResponderExcluirSenhores,
ResponderExcluirGostaria, se possível, que esclarecessem minha dúvida:
- Qual foi a última viagem da MACUCA?
- 13/03/1971 FOI A ÚLTIMA VIAGEM DO TREM EM bLUMENAU COM DESTINO iTAJAÍ. mAS A LOCOMOTIVA DESTA VIAGEM ERA A MACUCA?
Grata
Fátima Venutti
As crianças da 3a série do colégio Padre José Maurício estão em produção de maquetes da Macuca. E minha filha Letícia está toda encantada com a produção dela feita com material reciclado totalmente idealizada por ela. Este blog ajudou muito com as imagens e a história. Obrigada!
ResponderExcluirQuerido Beto,
ResponderExcluirSempre fico feliz em poder ver e compartilhar algo que nos trás à memória as histórias que de certa forma fizemos parte; sou bisneta de Edmundo Pozes um dos desenhistas, profissão que foi seguida e aprimorada de uma geração a outra.
Com admiração,
Luiza Pozes (também desenhista)
projetos.luiza.pozes@gmail.com