tag:blogger.com,1999:blog-2953407439745136836.post5553106648019449135..comments2024-03-10T01:31:26.033-03:00Comments on Adalberto Day: - A descoberta do SPITZKOPFAdalberto Dayhttp://www.blogger.com/profile/05203079296697600682noreply@blogger.comBlogger2125tag:blogger.com,1999:blog-2953407439745136836.post-67791981490453608112011-04-11T15:36:19.393-03:002011-04-11T15:36:19.393-03:00Prezado Adalberto, o relato do jacaré me fez recor...Prezado Adalberto, o relato do jacaré me fez recordar um evento da minha infância, na segunda metade da década de 1960: ao cruzar, com meu falecido pai, a ponte sobre o Ribeirão Garcia existente à Rua Sete de Setembro, este me chamou a atenção para algo que se parecia, à primeira vista, um pequeno tronco de madeira. Tenho a viva lembrança de que se tratava de um pequeno jacaré. Aliás, quando moramos, por breve período, à Avenida Brasil, junto à ponte Aldo Pereira de Andrade, numa casa com terreno cujo fundo dava para o rio, meus pais sempre ordenavam que se deixasse o portão dos fundos fechado, pois poderia haver jacarés ali. Talvez apenas queriam nos assustar, manter-nos longe da tentação de ir até próximo ao rio, pelo risco que isso podia representar para nós, mas a origem do temor poderia ser de lembranças ainda recentes. Certo é, pois ainda me recordo deste passeio num domingo de manhã, que havia um senhor residente junto à Ponte dos Arcos, que mantinha em cativeiro alguns pequenos jacarés. Donde teriam vindo? Do Itajaí-Açu ou de algum de seus afluentes? No tocante ao queixada, o Dr. Niels cita o taititu ou tateto. Outras formas de nominá-los que se popularizaram são caititu ou cateto. Grande abraço!Wieland Lickfeldhttps://www.blogger.com/profile/11775042489518906255noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2953407439745136836.post-11594012938830336152011-04-11T15:34:12.875-03:002011-04-11T15:34:12.875-03:00Caro Adalberto, eu já havia lido a respeito do con...Caro Adalberto, eu já havia lido a respeito do conto "Am Lagerfeuer", e me foi um prazer muito grande poder lê-lo, na íntegra, em seu blog. Meus agradecimentos ao Dr. Niels Deeke pela sua generosa colaboração, tanto ao traduzir o texto para o português, facilitando, assim, o acesso de mais pessoas a este conhecimento, quanto ao prover o texto de importantes esclarecimentos. O Spitzkopf é, sem dúvida, um símbolo blumenauense. Quem já esteve em seu cume, jamais deixa de ser lembrado desta experiência inesquecível toda vez que, trafegando pela cidade ou região, observa-o, ao longe, altivo, como se sentinela do vale fosse, qual rei governando, soberanamente, a paisagem que o cerca. Conhecer os primórdios de sua primeira subida até o cume é enriquecedor para todos nós que temos interesse na história de Blumenau. Muito interessante também a discursão a respeito do moquém, termo pouco utilizado em nossos dias, talvez até pouco conhecido. Recomendo a leitura da interessantíssima obra "Viagem à terra do Brasil", na qual o teólogo calvinista francês Jean de Léry (1534-1611) relata sua experiência no Brasil no contexto da malograda tentativa colonizadora de Villegagnon: a França Antártica. Discussões de cunho religioso fizeram com que este protestante, minoria entre católicos, acabasse exilado em terra firme e tendo um longo convívio com os tupinambás, silvícolas canibais cujos costumes ele descreveu com riqueza de detalhes. Referindo-se às raízes 'aypi' e 'maniot' (nossos velhos conhecidos 'aipim' e 'mandioca'), e de como eram preparados pelas mulheres, escreve: "(...) secam-nas ao fogo no 'bucan' (...). Mais adiante, ao descrever o preparo da carne de animais (o mesmo tratamento era dado à carne de inimigos sacrificados), de Léry relata: "(...) os selvagens a preparam à sua moda, moqueando-a. (...) enterram profundamente no chão quatro forquilhas de pau, enquadradas à distância de três pés e à altura de dois pés e meio; sobre eles assentam varas com uma polegada ou dois dedos de distância uma da outra, formando uma grelha de madeira a que chamam 'boucan'. Têm-no todos em suas casas e nêle colocam a carne cortada em pedaços, acendendo um fogo lento por baixo, com lenha sêca que não faça muita fumaça, voltando a carne e revirando de quarto em quarto de hora até que esteja bem assada. Como não salgam suas viandas (carnes) para guardá-las, como nós fazemos, êsse é o único meio de conservá-las. (...) Em suma, estem 'moquem' lhes servem de salgadeira, aparador e guarda-comida; (...) Eis o que tinha a dizer acêrca do moquém e da moqueação (...)". O substantivo tupi 'bucan' (ou 'boucan', na tradução latina) tem origem no verbo 'mbokaê, 'mokaê', tornar seco, enxuto, etc., cf Plinio Ayrosa em "Têrmos tupis, no português do Brasil", de 1937. Como já explicou o Dr. Niels Deeke, deste verbo surgiram os vocábulos portugueses 'moquém', 'moquear', <br />'moqueação, etc. A partir dele, os franceses criaram 'boucan', 'boucannerie', <br />'boucanage', entre outros. Os ingleses dele tiraram 'bucaneer', 'bucaneering', etc. Não deixa de ser curioso que dali surgiu o termo haitiano 'barbacoa', que deu origem ao inglês barbecue, utilizado, em ambos os casos, para fazer churrasco, assar carne na brasa. Inclusive o termo bucaneiro, para designar piratas, teve origem neste termo tupi, numa das muitas facetas do processo que dá origem às palavras. Esclareço que, ao transcrever partes do texto original, mantive-o fiel à grafia original, cf a ortografia vigente no Brasil em 1961, ano da publicação da obra pela Biblioteca do Exército Editora. Grande abraço!Wieland Lickfeldhttps://www.blogger.com/profile/11775042489518906255noreply@blogger.com