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terça-feira, 28 de julho de 2020

- Um Rosto por dia

Adalberto - 64 anos em Junho 2017
Adalberto Day, 67 anos (em 2020), nasceu em Blumenau. A mãe era costureira e o pai, tecelão e bombeiro. Ambos trabalhavam na Empresa Industrial Garcia e a família vivia na Rua Almirante Saldanha da Gama, bairro Glória, numa das casas populares destinadas a funcionários da indústria. Beto, como é conhecido, tem uma irmã mais velha e um irmão mais novo. Estudou na Escola São José, atual Celso Ramos, no Pedro II e no Colégio Vale do Itajaí. 
Rua Almirante Saldanha da Gama
Inicio da Rua da Glória - 
Fez o curso técnico em Contabilidade e se formou em Ciência Sociais na Universidade Regional de Blumenau (Furb) em duas cadeiras: Bacharel e Licenciatura. 
A infância foi “extremamente rica e maravilhosa”. Quando não estava na escola, vivia entre os pés de goiaba e pitanga, pescando ou jogando futebol e pião na rua. Na adolescência e juventude jogava futebol, basquete e vôlei e ajudava nos serviços domésticos, como serrar e cortar lenha, capinava, além de cuidar das galinhas que eles criavam. Conheceu a futura esposa em uma festinha e se casou aos 23 anos. 
O casal foi morar na Rua Progresso, onde ficou por oito anos, e hoje está na Rua Julio Heiden há mais de três décadas (se mudaram para próximo ao Complexo Vila Germânica em novembro de 2017). Eles tiveram duas filhas e estão juntos desde 1973 . O primeiro emprego ele conquistou aos 15 anos na mesma empresa onde trabalharam o pai e a mãe. Começou como auxiliar de depósito, foi para o faturamento e depois para o departamento pessoal. Foram 25 anos na Empresa Garcia, que depois foi incorporado pela Artex. 
Atuou como professor nas escolas Pedro II, no Canto do Rio, e Padre José Maurício. Também dava palestras motivacionais e como pesquisador da história e trabalhou na empresa de um amigo que lidava com peças de carros. Mesmo com tantas atividades, Adalberto é mais reconhecido pelas pesquisas que faz desde os sete anos de idade sobre a história do bairro Garcia e de Blumenau. Começou com a curiosidade sobre a origem dos nomes das localidades e se aprofundou lendo, conversando e reunindo um acervo de fotos, documentos e objetos históricos. Acervo que em breve deve ser colocado ao alcance do público (Na EEB Celso Ramos) . Também mantém um blog onde publica os resultados das pesquisas que ainda faz. Tudo com o apoio e a colaboração da esposa. Apesar de um câncer que superou recentemente, ele quer viver muitos anos e se sente motivado porque está convicto de que ainda tem muito a fazer.

Texto PUBLICADO POR PANCHO - Jornalista NSC

Data da entrevista: 1º de junho de 2017

Quem abrir pelo Celular ir mais abaixo onde está escrito em Azul  Página Inicial: Clicar em Visualizar versão para Web, e você poderá assistir o vídeo.
Ouça abaixo um pouco da voz de Adalberto
Colaboração: Djalma Fontanella da Silva/Fotos acervo de Dalva e Adalberto Day

domingo, 12 de julho de 2020

- Rodolfo Rosumeck

  – Adendo: Adalberto Day
Rodolfo Rosumeck morou em frente do Estádio do Amazonas, e depois nos anos de 1965 foi nosso vizinho na Rua Almirante Saldanha da Gama. 
Participou da Guarnição de Corpo de Bombeiros da Empresa Industrial Garcia.
Adalberto e Nicassio
Seu filho Adalberto, também foi um grande goleiro campeão pelo Amazonas em 1955/56/57. Depois foi jogar no Carlos Renaux, treinou antes no Santos e outras equipes, voltou em 1963 para o Palmeiras de Blumenau.
Uma das equipes de futebol que mais brilharam nos anos 1930, no cenário estadual, e, em especial, no Vale do Itajaí, foi, sem dúvida, a do Amazonas Esporte Clube, cujos Jogadores, em sua maioria, eram operários pertencentes à Empresa Industrial Garcia. O Amazonas Esporte Clube possuía uma equipe homogênea, integrada por aplaudidos valores, entre os quais destacavam-se Chiquito, Edgar, Meni Kielwagen, Nena Poli,Leopoldo Cirilo, Ewaldo e Pedro Tensini, Boia, Ata Karsten, Amadeu, José Pera, Marcos Moritz, além de outros. Mas, uma das principais, senão a principal figura do afamado onze amazonense, foi, naquela época, o valente, elástico e aplaudido goleiro Rodolfo Rosumeck. 
Suas atuações, no reduto final da aprimorada equipe amazonense, tornaram-se, ao longo dos anos em que ele defendeu aquela meta, conhecidíssimas em todo o Estado de Santa Catarina. Rodolfo Rosumeck era, sem sombra de dúvida, motivo de tranquilidade e confiança dos homens que guarneciam a zaga e a linha média do Amazonas. Ele orientava seus. companheiros e sabia colocar-se, sempre na linha de arremessos dos adversários, tornando-se assim, muito difícil de ser vazado seu reduto. Hoje, passados tantos anos daquelas soberbas atuações do Amazonas, ainda nos lembramos bem da figura atlética e técnica de Rodolfo Rosumeck. Ele iniciou-se no futebol, defendendo as cores do Tamandaré, de Ibirama, cidade onde nasceu a 03 de fevereiro de 1911. Aos 17 anos, já como goleiro consagrado em Ibirama por suas magníficas atuações no Tamandaré, Rodolfo mudou-se para Blumenau, ingressando, no dia 14 de novembro de 1928, como operário aprendiz de tecelão, na Empresa Industrial Garcia, começando seu primeiro dia de serviço às 13,30 horas, ou seja, no segundo turno que terminava às 1.0 horas da noite. Foi aí que Rodolfo conheceu a equipe do Amazonas. Como era ainda desconhecido, não teve oportunidade imediata de ingressar na equipe, mesmo porque era muito jovem. Assim, começou a jogar na equipe do Guarani, que possuía seu campo nas proximidades de onde hoje acha-se o quartel do .. 23° . B. I. Depois, jogou no Bom Retiro. Nesses dois anos de atuações naquelas equipes, Rodolfo mostrou sua grande versatilidade como goleiro, projetando-se sobremaneira no conceito dos torcedores em geral. 
Foi então que o conduziram para a equipe do Amazonas, numa quase imposição do Diretor da Empresa Industrial Garcia, o sr. João Medeiros, o qual, para Rodolfo foi um dos seus melhores amigos, de saudosa memória. A partir de então, Rodolfo tornou-se o titular absoluto do arco amazonense. começando uma carreira esportiva verdadeiramente vibrante, rodeado sempre pelo Arquivo Histórico José Fereira da Silva - Blumenau - SC por seus inúmeros admiradores e amigos. Agora já um completo tecelão, administrando a produção de dois teares "Jacquard", Rodolfo sentia-se muito feliz. Treinava. com assíduo e, nos fins de semana, estava sempre na melhor forma para defender o arco daquela famosa esquadra que, nos anos 30 a 40, deixou saudades. Ele cita, ainda, além dos jogadores já mencionados, os nomes de Noventa e de Amadeu, que- compunham a forte equipe amazonense. Aos 26 anos de idade, profissional tecelão capacitado e goleiro consagrado, Rodolfo passou a viver outra vida. Casou-se com Irma Westphal, nascida dia 23 de setembro de 1915. O casamento ocorreu no dia 17 de abril de 1937. Desta união, nasceram dois filhos: Adalberto e Marlene. E dos dois filhos, resultaram cinco netos, sendo um de Marlene e 4 de Adalberto. E deste. lhes foi proporcionada a felicidade de nascerem, de seus filhos, 6 bisnetos. Rodolfo Rosumeck lembra com gratidão de vários diretores que passaram pela Empresa, enquanto trabalhava na mesma. Cita, além do sr. João Medeiros, seu grande amigo a quem muito admirava e estimava, o sr. Ernesto Stodieck Jr., Max Pagel, Felix Bauer, Curt Prayon e Rolf Ehlke.
Para todos, tem uma palavra de carinho e respeito. Não culpa nenhum dos diretores pelo desgosto que teve. Quando aposentado, permaneceu trabalhando como contramestre durante mais três anos _ Queria continuar ainda muitos anos a trabalhar, mas o dispensaram, com o argumento de que ele deveria usufruir de sua aposentadoria. Ele diz que, em certas ocasiões, virava dia e noite, para garantir a produção necessária à empresa. Trabalhava até 3 ou 4 horas da madrugada, ia em casa tomar café e retornava logo após, trabalhando durante todo o dia. Trabalhava porquê gostava de trabalhar, assim como gostava de jogar. Ainda referindo-se ao futebol, Rodolfo diz que considerava como o mais completo goleiro de todos os tempos, o então goleiro do Blumenauense, (atual Olímpico), Kuenich, que mais tarde foi ecônomo do C.N. América e, posteriormente, do Centro Cultural 25 de Julho, já falecido e e saudosa memória. Diz ainda que a maior vitória do Amazonas aconteceu sobre o Recreativo Brasil Esporte Clube, hoje Palmeiras, por 13 a O. Na partida seguinte, de revanche, houve empate e resultou numa briga enorme em que saíram muitos feridos. Referindo-se à seus anos de solteiro, Rodolfo conta-nos um fato ocorrido num salão existente no Vorstadt, denominado Salão Bretzki . Diz ele que estava participando das danças e a festa era animada, com muitas moças e muitos rapazes divertindo-se. Lá pelas tantas, o "tempo fechou", armando-se uma briga enorme entre dois grupos de rapazes. Rodolfo diz que a briga foi devido a uma jovem ter-se negado a dançar com alguém. Ele, que nada tinha a ver com a história, também foi ferido a faca. Diz que nunca viu tanta faca sendo exibida pelos, briguentos. Naqueles tempos, não havia um serviço de ônibus regular do bairro Garcia para a cidade. Existia um motorista conhecido por Zep, que possuía um Ford-Balão ano 1927 e que servia de táxi. Havia também um ônibus do sr. Bohem, que fazia transportes esporádicos à cidade e vice-versa, mas que não havia horários predeterminados. Neste ônibus, Rodolfo nunca pagou passagem, e possuía carta-branca, pois Bohem era assíduo torcedor do Amazonas. Existia também um carro de mola de propriedade do sr. Gustavo Buerger e que fazia corridas, como táxi, do Garcia para o centro. No bairro Progresso, também havia um carro de mola, lá pelo Jordão e que servia a população local. Rodolfo lembra, ainda, como curiosidade da época, O ano em que José Pera (1935), participou do desfile carnavalesco na cidade, enfiado num carrinho de quatro rodas, no qual só ele cabia, usando uma toca na cabeça e mamadeira na boca, puxado por um burrinho, recebendo muitos aplausos do povo que lotava os passeios da rua 15 de Novembro.
Como acontecimento trágico, Rodolfo lembra uma terrível enxurrada ocasionada por um forte temporal, nas proximidades dos anos 1940, quando conseguiu salvar de morte certa o então jovem jogador Augusto de Souza, (mais tarde conhecido como " o velho Augusto", grande jogador do Palmeiras) e Chico Manco, Rodolfo atirou-se às águas e conseguiu retirar delas primeiro o Augusto e depois o Chico.
 Retornando as suas memórias do tempo da Empresa Industrial Garcia, Rodolfo diz que uma de suas grandes alegrias, foi ver reconhecida sua dedicação profissional, ao ser promovido a contramestre no dia 10 de abril de 1951 (como diz ele, parece mentira, mas é verdade), mostrando-nos sua carteira profissional devidamente anotada. Nos dias de hoje (Janeiro de 1996), Rodolfo vive ao lado de sua amada companheira Irma, em sua residência no bairro Bela Vista, Vorstadt (ambos já falecidos adendo junho 2020). Vive de belas dações, consciência tranquila do dever cumprido, tanto como esportista, como profissional tecelão e especialmente como pai, avô e bisavô, cercado do carinho de todos estes seus descendentes.
José Gonçalves diretor do Arquivo Histórico e Cultura em 1996.
Dados relatados na Revista Blumenau em Cadernos Tomo XXXVII – Fevereiro 1996 página,50, 51.
Fotos de Adalberto Day.

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