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terça-feira, 29 de novembro de 2011

- Curiosidades do futebol

Em histórias de nosso cotidiano, apresento um fato não tão comum entre o meio futebolisco. Este sobre o  Amazonas Esporte Clube do Garcia, foi um relato de Ary Fernando Flores. 
Por Volta de 1957, o time aspirantes do Amazonas, se preparando para mais um jogo do campeonato, fica postado junto ao gramado e diante de sua torcida para uma famosa foto.
Foto batida no estádio do Amazonas no Bairro Garcia: da (E) para (D) em pé : Nino, (Bidico o menino), Amálio de Souza,, Lino Cestari e Célio, Chimbica e Massagista Valmor T.Victorino.
Agachados: Diretor Sylvio de Oliveira, Hércilio Machado, Curuca, João Massaneiro, Boião e Nelinho Reinert.
O time devidamente perfilado, eis que um jogador que não aparece na foto. O jogador conhecido como Costinha, correu ao banheiro após uma “diarreia”. Notem na foto que o local está vago e aos fundos aproveitando a deixa, aparece o menino Bidico.
Rádio que ganhei do meu amigo Álvaro L. dos Santos
Algumas curiosidades:
- O nosso futebol bretão nos trás de vez em quando algumas dessas histórias, como a aquela da premiação oferecida por uma emissora paulistana, para o jogador melhor em campo. Era a (época epopeia do famoso Rádio Moto-Rádio Atual Moto Brás). O jogador vencedor ao receber a premiação, foi perguntado na entrevista, o que ele faria com o Moto-Rádio? “Ele imediatamente retrucou: O Rádio eu vou ficar, mas a moto irei vender”.

- Charles William Miller
Charles Miller foi um funcionário da São Paulo Railway Company, vice-cônsul inglês no Brasil e o introdutor do futebol no Brasil.
Nascimento
Charles Miller nasceu na cidade de São Paulo (Brasil) em 24 de novembro de 1874..
Charles Miller morreu na cidade de São Paulo (Brasil) em 30 de junho de 1953.
Biografia (resumo):
- Filho de pai escocês e mãe brasileira de ascendência inglesa.
- Com dez anos de idade foi estudar na Inglaterra onde conheceu e se encantou pelo futebol.
- Retornou ao Brasil em 1894 para trabalhar na São Paulo Railway (Estrada de Ferro Santos-Jundiai). Trouxe na bagagem duas bolas de futebol, um livro de regras, uniforme e um par de chuteiras. Começou a partir de então a difundir o futebol entre os trabalhadores da estrada de ferro.
- Foi correspondente da Coroa Britânica na Inglaterra.
- Atuou também como vice-cônsul da Inglaterra no Brasil.
Principais realizações
- Trouxe da Inglaterra o futebol para o Brasil.
- Colaborou, de forma importante, na criação da Liga Paulista de Futebol.
- Participou da organização do São Paulo Athletic Club. Jogou neste time até 1910, tornando-se tri-campeão (1902, 1903 e 1904).
- Após encerrar a carreira, foi árbitro de futebol.

Curiosidades:
- A praça em frente ao Estádio do Pacaembú, em São Paulo, chama-se Praça Charles Miller em homenagem ao "pai do futebol brasileiro".
- “A Maior Goleada do Futebol Brasileiro” conquistado pelo time carioca Botafogo, no dia 30 de maio de 1909, com um placar histórico de 24x0 em cima do Sport Club Mangueira.
- O primeiro jogo de futebol no Brasil foi realizado na Várzea do Carmo, em São Paulo, em 14 de abril de 1895. Até então a prática não era conhecida por terra brasileiras e as primeiras equipes eram formadas por ingleses que viviam em nosso pais.
Esse jogo histórico contava com São Paulo Railway e Companhia de Gás como equipes e com ninguém menos que Charles Miller, considerado o pai do futebol, no primeiro time. Miller venceu por 4 x 2.
- No dia 31 de março de 1928, foi realizado em São Januário, o primeiro jogo oficial artificialmente iluminado. O Vasco da Gama venceu o Wanders (Uruguai), por 1 a 0.

- Parece que a marca de Roberto Dinamite (Foto ao lado de Zico) no Campeonato Brasileiro ainda leva um tempo a ser batida. Jogando pelo Vasco, em 1971 até 1988, 90 e 92 e também pela Portuguesa de Desportos, em 1989, o atacante marcou nada menos que 190 gols em 326 jogos – média de 0,58. Zico, em cinco torneios disputados pelo Flamengo, é o ‘vice-artilheiro’ geral do torneio: 135 gols em 248 jogos (média de 0,54 gols por partida).
- Zico é o maior artilheiro do Maracanã com 333 gols em 435 jogos.
- O primeiro gol no Maracanã aconteceu em um amistoso em 16 de junho de 1950 e marcado pelo jogado Didi (Waldir Pereira). O jogo foi entre as equipes de Rio e São Paulo. Os paulistas venceram por 3 a 1, mas o primeiro gol foi do time carioca.
- O primeiro gol no novo Maracanã foi marcado por Fred do Fluminense no dia 02 de junho 2013 Brasil 2x2 Inglaterra.
- O primeiro gol da seleção brasileira em Copas (1930/Uruguai) foi marcado por Preguinho na derrota por 2 x 1 para a Iugoslávia.
- O primeiro pênalti defendido em Copas: Veloso, goleiro do Brasil, na vitória por 4 a 0 sobre a Bolívia (1930/Uruguai).

- Arthur Friedenreich
- Nascido em São Paulo em 18 de julho de 1892.
- Faleceu em 06 de setembro de 1969.
- Em 1941 foi homenageado em Blumenau, no estádio Brasil depois Palmeiras/BEC.
- Neto de Wilheim Friedenreich um dos 17 primeiros colonizadores de Blumenau, e que mais tarde transferiu-se para São Paulo. Na foto a esquerda, o canhoteiro Arthur Friedenreich, marcando um gol.
- Filho de Oscar Friedenreich Blumenauense que casou com uma brasileira (cor negra) de nome Matilde.
É um dos maiores monstros do futebol brasileiro e, segundo o Guinness Book, o maior artilheiro de toda a história do esporte.
Era conhecido popularmente como “Fried” e também como “El Tigre”, recebeu este apelido no Uruguai após participação pela seleção brasileira onde atuou 22 vezes em jogos oficiais e não oficiais, marcou em sua carreira 1329 gols contra 1283 de Péle (segundo a FIFA), dos quais 10 pela seleção. Também recebeu o apelido de “El namorador Del América”
A seleção brasileira jogou a primeira partida oficial em 1914 contra a Argentina, e lá estava Arthur Friedenreich vestindo a camisa 9 do escrete nacional.
Em 1930 por ocasião da primeira copa do mundo no Uruguai apesar dos seus 38 anos ainda era considerado o melhor jogador do Brasil, não foi convocado contrariando os torcedores brasileiros.
Em São Paulo atuou pelo Mackenzie, Ypiranga, Germânia e Paulistano (todos times extintos) São Paulo e Flamengo (exibição). Atuou nas décadas de 1910/1935
Ida filha do casal Friedenreich, foi a primeira pessoa a nascer em Blumenau em 1851 que era por conseguinte tia de Arthur Friedenreich.
Foi campeão Paulista em 7 oportunidades.
Foi artilheiro do campeonato paulista nos seguintes anos:
1912- 1914- 1917- 1918- 1919- 1921- 1927- 1928- 1929
Clubes:
• 1909 - Germânia • 1910 - Ypiranga • 1911 - Germânia • 1912 - Mackenzie
• 1913 - Ypiranga • 1913 - Americano • 1913-1914 - Paulista • 1914 - Atlas
• 1914-1915 - Ypiranga • 1915-1916 - Paysandu • 1916 - Paulistano • 1917 - Ypiranga • 1917 - Flamengo • 1917-1929 - Paulistano • 1929 - Internacional • 1929 - Atlético Santista • 1930 - Santos • 1930-1933 - São Paulo da Floresta • 1933 - Dois de Julho (BA) • 1934-1935 - São Paulo
• 1935 - Santos • 1935 - Flamengo



- Diamante Negro
- Artilheiro da Copa de 1938/França, Leônidas da Silva transforma-se no primeiro garoto propaganda do futebol brasileiro. Ele anuncia cigarro e motiva a criação de um chocolate com o seu apelido. Diamante Negro. Fez vários gols antológicos de bicicleta.
- Claudiomiro, então jogador do Inter, chegando para um jogo pelo Campeonato Brasileiro em Belém do Pará:
Orgulho-me por vir jogar na terra onde Jesus nasceu.
- Frase célebre de Nunes, antigo centroavante do Flamengo:
 Para fugir do becão, fiz que fui, não fui, e acabei fondo...

Arquivo/Adalberto Day

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

- Blumenau no Exército Nacional

Voluntários da Pátria de Blumenau

Frei Ernesto Emmendoerfer, O.F.M.
Foto de Jaime Batista da Silva - em homenagem aos voluntários da Pátria em Blumenau. Prédio antigo da Prefeitura, atual fundação cultural.

Pela Lei 3.371, de 7 de janeiro de 1865, o Governo Imperial do Brasil convocava voluntários para a guerra contra o ditador do Paraguai, Francisco Solano López, que, em 12 de novembro do ano anterior, rompera as hostilidades, apoderando-se do vapor Marquês de Olinda e invadindo o Mato Grosso.
Sem que houvesse constrangimento ou pressão de parte alguma, a novel colônia de Blumenau atendeu generosa, ao apelo da Pátria que os imigrantes adotaram.
Os habitantes de Blumenau, naquela época, podiam ser uns dois mil e poucos. Era gente recém-chegada, que mal começara a construir as bases da prosperidade que esperava conquistar nas margens férteis do Itajaí-açu.
Foram mais de 70 homens, quociente, pois, bastante elevado da população, que se apresentaram para defender o território e a honra nacional.
Temos a relação dos voluntários blumenauense, de maneira que conhecemos os nomes daqueles bravos que escreveram uma página de glória na história de Blumenau.

Num diário começado em 1864, com anotações diversas até 1882, nas ultimas páginas, independente dos demais lançamentos, encontram-se a mencionada relação.
Constam dela os nomes de 80 homens, com indicação de idade, profissão e religião, bem como observações referentes à situação militar de alguns alistados e ao soldo pago.
Nove nomes da lista foram riscados, dois nomes foram intercalados, com letra miúda, diferente, e um foi acrescentado a lápis.
No fim da relação encontra-se a seguinte nota escrita pela mão do Doutor Blumenau:
Foram ao todo 67 homens mais os oficiais: capitão Von Gilsa, tenente Odebrecht, alferes Von Seckendorf, alferes Sametzki, cirurgião-alferes Friedenreich”.
No mesmo diário, no dia 5 de outubro de 1865, foi feita esta anotação:
“Marcha de 57 voluntários da Pátria para Destêrro” (i.é, Florianópolis).
E no dia 23 do mesmo mês diz-se:
“Marcha de 11 voluntários da Pátria para Destêrro”.
Parece haver contradição, quando se diz que foram ao todo 67 homens e 5 oficiais os que alistaram, e depois se afirma que seguiram 68 voluntários.
Dos oficiais citados Emilio Odebrecht e Júlio Sametzki figuram na lista, os demais, não. Mas da relação ainda constam o nome de Ludwig Endrenyí como oficial e as observações dão Jacó Riedinger como cabo, Luís Hoffmann, Fernando Schuhmacher e Wilhelm Peters como militares.
Se dos 80 nomes da lista tirarmos os nove nomes riscados e os dos 7 militares profissionais, acrescentando os três nomes das entrelinhas, teremos 67 voluntários da Pátria.
Está-se parecendo que a relação não é completa.

A Crônica do Convento de Santo Antônio de Blumenau diz que Peter Tillmann de Blumenau participou da guerra do Paraguai. Informa também que em Passo Manso residiam húngaros, dos quais bom número se alistaram para a guerra, quando na relação encontramos apenas um nome tipicamente magiar.

Da Crônica da Residência Franciscana em Gaspar colhemos os seguintes dados:
Jacob Rinks e Mathias Bens tombaram no campo de batalha, Jacob Theiss (cujo nome, aliás, também encontramos no diário de Vítor von Gilsa, de que falaremos mais tarde) regressou depois da guerra; dela também participaram Anton Simon, Jacob Müller, Heinrich Lucas e Jakob Gaspar, este, talvez, idêntico com Jakob Jasper da lista de Blumenau.
Estes e, quiçá, uns quantos outros, possivelmente, não se incorporaram em Blumenau.

No diário de von Gilsa ocorrem vários nomes que parecem ser de cidadãos radicados em Blumenau, sem contudo figurar entre os 80 homens que partiram dali em novembro de 1865.

Sobre a personalidade e a atuação do tenente Emílio Odebrecht informa a biografia deste benemérito cidadão neste livro entre os “Blumenauenses Ilustres”.
Carl Wilhelm (Guilherme) Friedenreich chegou a Blumenau a 2 de setembro de 1850 com o primeiro contingente de imigrantes. Veio acompanhado da mulher e duas filhas. Tinha, então 26 anos. De profissão era veterinário, mas durante muitos anos fez as vezes de médico. Foi um dos sócios fundadores da Sociedade de Atiradores de Blumenau, como o capitão Vitor von Gilsa. Quando a colônia foi entregue ao Governo Imperial, Friedenreich foi nomeado delegado de policia. Manteve forte polemica política no “Immigrant” contra o Doutor Fritz Muller, que por sua vez, escrevia no “Blumenauer Zeitung”. Mais tarde Friedenreich mudou-se para São Paulo. Seu neto Artur é o célebre campeão de futebol, cuja fama vem de anos que já vão longe.

Júlio Sametzki arribou a Blumenau em 24 de julho de 1859, com 44 anos de idade, trazendo sua mulher e um casal de filhos. Na Prússia havia sido agricultor. Possuía, porém, bastante instrução. Foi morar em Itoupava-Seca, onde pôs à disposição do Dr. Eberhardt uma casa para nela instalar a primeira escola daquele bairro. Regressou da guerra e viveu até 20 de março de 1893.

Guido von Seckendorf, que fez a campanha como alferes, também voltou. Foi secretário da primeira Câmara Municipal de Blumenau.

Vítor von Gilsa, depois de ter servido à Prússia, ao Schleswig-Holstein e ao Brasil como capitão de artilharia, veio a Blumenau, onde foi nomeado professor público, em 1858. Regressou da guerra antes de acabada, talvez por motivos de saúde, como Emilio Odebrecht. Reassumiu seu cargo em 1867 e nele se manteve até a morte, em novembro de 1874.
Vitor von Gilsa, que foi o comandante dos voluntários de Blumenau, aos quais depois vieram juntar-se os de Dona Francisca (Joinville), fez apontamentos sobre a campanha contra López em forma de diário. Temos diante de nós esse documento precioso, inédito até agora. É, um caderninho sem capa, de 8 x 13,5 cm. Está escrito a lápis. Em certas partes as páginas já estão um tanto apagadas. As páginas não tem numeração. Na primeira parte encontram-se endereços de parentes chegados dos soldados, certamente para fazer-lhes, comunicação em caso de acidente fatal; estão anotados nomes de autoridades civis e militares; existe a relação dos que faleceram do seu contingente até 25 de junho de 1866; de permeio com outras notas estão vocábulos, expressões e rifões da língua portuguesa.

À memória dos heróicos Voluntários da Pátria, comandados por: - Emil Odebrecht – Guido Von Seckendorf – Viktor Von Gilsa, que defenderam a honra e dignidade do Brasil nos Campos do Paraguai.
Homenagem do povo de Blumenau no centenário de sua partida.

Blumenau, 5 de outubro de 1965

Os depoimentos diários começam com a data de 5 de novembro de 1865. Depois do dia 8 de dezembro faltam folhas no diário até 1º de fevereiro. De 6 de maio em diante existe só parte de uma página. É, pois, o diário de von Gilsa um documento fragmentário. Mas contém referencias valiosas. Merece ser estudado e analisado minuciosamente, o que não pode ser feito no âmbito deste livro, nem por quem escreve estas linhas.
Servimo-nos do diário de von Gilsa para dar algumas notícias sobre a atuação dos voluntários da Pátria de Blumenau.
Depois que o contingente chegou a Florianópolis, passou o mês de novembro em treinamentos e preparativos para o embarque, juntamente com os homens de Joinville, que de início eram 19.

No dia 5 de novembro chega, sem ser esperado, o Imperador. Há parada. Sua Majestade visita os “alemães” em seu quartel. Aperta a mão do comandante. Na despedida, os soldados dizem: “O bom Deus guarde a vida de V.M.”
Dia 28 de novembro, partida de Desterro, no vapor São Miguel. Em 1º de dezembro, chegada a Montevideo, e em 4, a Buenos Aires.
Nos dias 6,7 e 8, subida pelo Prata e Paraná até Rosário.
Muitos soldados adoecem e têm que baixar aos hospitais. A moléstia dos intestinos (foi disenteria ou cólera?) ataca também o comandante, mas este continua à frente das duas companhias que formavam o chamado Contingente de Alemães, incorporado á 9ª Brigada. A maior parte de seus componentes constituía a tripulação da canhoeira Araguari.
Em Corrientes prepara-se a invasão do Paraguai. Durante os trabalhos de exploração registraram-se escaramuças e combates entre unidades das fronteiras adversárias.

Em 30 de março, 20 homens, sob o comando de von Gilsa, conquistaram uma chata paraguaia.
No combate de 10 de abril, de que participaram os soldados blumenauenses, 900 brasileiros derrotaram 1.200 paraguaios, que deixam no campo de batalha 640 mortos.
Em 16 de abril de 1865, dá-se a invasão do território inimigo, pelas 16 horas, com tempo horrível. A canhoeira Araguari participa da operação.
A 18 de abril  é içada a bandeira brasileira no forte de Itapiru.. Tomaram parte nos combates 7 oficiais e 112 homens do Contingente de voluntários da Pátria Alemães.
Depois de 20 de abril de 1866, von Gilsa trabalhou na intendência e nos transportes dos depósitos centrais de Corrientes para a frente de batalha.
Infelizmente, a nossa fonte não dá ulteriores informações, dando seu estado fragmentário.
O tenente Emílio Odebrecht foi dos primeiros que regressaram a Blumenau, devido a seu estado de saúde.
Não sabemos se von Gilsa reconduziu os voluntários de Blumenau ou parte deles.
Poucos, relativamente, foram os que regressaram a Blumenau, e estes, na maior parte, doentes e alquebrados.
Aos bravos que deram seu sangue pelo Brasil, ou lhe sacrificaram a saúde, e a todos que lutaram com denodo pela sua nova Pátria, Blumenau centenária rende homenagem.

Seus nomes não serão esquecidos:
Vítor von Gilsa, capitão, comandante dos Voluntários da Pátria de Blumenau; Emilio Odebrecht, tentente; Guido von Seckendorf, Júlio Sametzki, alferes; Carlos Guilherme Friedenreich, alferes-cirurgião; Luis Endrenyi, Luís Hoffmann, comissionados em alferes; Wilhelm Fischer, oficial inferior; Jacó Riedinger; cabo; Francisco Ewald, Guinther Fransce, Eugen Kurz, Hermann Eckelberg, Henrique Riegel, Conrad Riegel, Fernando Schuhmacher, Christiano Muller, Henrique Lucas, Michael Riegel, Wendelin Kraemer, Christiano Reiff, Ernesto Richter, Carlos Siebert, Otto Lobedan, Rodolfo Wagner, Jacob Jasper, Carlos Baucke, Christiano Lucas, Pedro Lucas, Oscar Kluge, Chr. Fred Kruger, Augusto Persch, Johann Wendt Dias, Guilherme Hafenstein, Fred Gross, Julio Hartmann, Gottieb Gneewuch, Wilhelm Peters, Nicolau Haendchen, Frederico Augusto Thomas, Carl Sauberlich, Carl Hinze, Gustavo Bosse, Luis Helmbrecht, Francisco Boehmer, Albert Marx, Carl Jansen, Heinrich Engel, Bruno Scharn, Guilherme Fischer, Fr. Bahr, Christiano Klein, Paulo Stahl, Christiano Mitthoft, Johann Weisensee, Hermann Kuchendahl, Luis Schonhauser, Adolfo Marx, Wilhelm Vogel , Fritz Riemer, Hermann Grahl, Eduard Kochy, Hermann Willerding, Johan Fischer, Hermann Geyer, Carl Lichtenberg, Ernst Scheeffer, Carl Kressien, Woldemar von Zeschau, Carlos Geyer, Fernando Ebert, Ricardo Ebert, Carl Hugo Praun., João Oltmann, Isidor Hirt, Gottlieb Zeschke, Simon Theiss, Heinrich Hausen, Wilhelm Fischer.
A lista (certamente incompleta) dos mortos é esta:
Christian Muller faleceu no hospital de Corrientes em 7-2-66.
Otto Lobedan, f aleceu no hospital de Corrientes em 24-4-66.
Hermann Kuchendahl, faleceu no hospital de Corrientes em 1-5-66.
Eugen Kurz, faleceu no hospital de Corrientes em 9-5-66.
Fischer (qual deles?) faleceu na ilha (de Itapiru?) em 10-6-66.
Hoffmann (Luis?) faleceu no hospital de Corrientes (sem data).
Marinha do Brasil - foto Rubens Heusi
Livro Centenário de Blumenau – 1850 – 2 de Setembro – 1950
Edição da comissão de festejos
Arquivo de Dalva e Adalberto Day

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

- Frederico Jensen

Em histórias de nosso cotidiano, apresentamos um breve relato biográfico de Frederico Jensen: “Manteiga Especial – Frederico Jensen- Blumenau”. Frederico Jensen estabeleceu-se por conta própria, no ramo de açougue e beneficiamento de subprodutos do leite, queijaria, manteigas, banha, além da casa de comércio nas imediações da atual empresa “Mafisa” , próximo ao trevo da Br 470 com a Rua Pedro Zimmermann, sobre a qual estabeleceram a via asfáltica Guilherme Jensen.

Excerto extraído da CRÔNICA GENEALÓGICA da FAMILIA JENSEN
elaborada por JOANA JENSEN DEEKE e NIELS DEEKE.

FREDERICO JENSEN: personagem selecionado, por Niels Deeke, mediante especial pedido de Adalberto Day
Brasão Regional da Frísia do Norte - de onde emigraram os Jensen desta genealogia..
Brasão distrital da Ilha Pellworm, onde estavam estabelecidos os Jensen desta genealogia

Resumo Genealógico :
LRIIF1 : RUDOLF WILHELM HARRO JENS JENSEN de seu casamento com Karoline Dorothea Friderike Kay, teve dez seqüências, sendo seis masculinas e quatro femininas, cuja nominata é a seguinte :
LRIIF1N1. : CARL JENSEN, nascido a 16/0//1871 em Blumenau.
LRIIF1N2. : JOHANNA JENSEN, nascida a 02/4/1873 em Itoupava, Blumenau.
LRIIF1N3 : CAROLINE SOPHIE ERNESTINE JENSEN, nascida em 28/02/1876, em Itoupava, Blumenau.
LRIIF1N4 : FREDERICO ( FRITZ) JENSEN. ( NICOLAUS FRIEDRICH JENSEN), nascido em 19/7/1879.
LRIIF1N5 : WILHELMINE JENSEN, nascida em 1883.
LRIIF1N6 : IDA JENSEN, nascida em 1887.
LRIIF1N7 : JENS JENSEN. ( JENS ERNST EDUARD JENSEN) nascido a 08/5/1888- Itoupava, Blumenau.
LRIIF1N8 : WILLY JENSEN, nascido em 1893.
LRIIF1N9 : OTTO JENS JENSEN, nascido a 18/6/1894.
LRIIF1N10: HERMANN NIKLAUS JENSEN, nascido em 1897.
LRIIF1N4 : FREDERICO ( FRITZ) JENSEN. (Nikolaus Friedrich Jensen - ou Fritz Nikolaus Jensen) ), nascido em 19/7/1879 ( Sexta-feira) em Blumenau onde faleceu em 1973 ( o Ancestry registra falecido em abril de 1974). Foram padrinhos de seu batismo: Claus Steen, Nicolaus Jensen, Fritz Jenichen. Casado, em 25/7/1900 – Blumenau, com Martha Anna Augustine Kuchenbecker, nascida a 28/8/1880 ( O Ancestry registra nascida em 28/9/1880) e falecida em 1948 (O Ancestry registra falecida em abril de 1976) , filha de Ludwig Kuchenbecker, nascido a 22/02/1852 em Posnam – Alemanha e falecido em 31/10/1890 e de Johanna Hackbarth.
Em 1929 Frederico Jensen e sua esposa Martha viajaram para a Europa em turismo. Como particularidade física de Frederico Jensen foi indicada uma grande cicatriz no braço direito e seus olhos eram muito azuis e a esposa Martha tinha olhos castanhos, cfe. consta de suas certidões. Em poder de sua neta Edite Jensen Loewen, filha de Harry Jensen, estão diversos originais de cartas escritas por Rudolf Wilhelm Harro Jens Jensen a seu filho Frederico Jensen bem como muitas outras que sua mãe Karoline Kay Jensen lhe enviou. A troca de correspondência também deu-se com sua irmã Wilhelmine Jensen, (LRIIF1N5 : Wilhelmine Jensen, nascida em 1883) e além existe uma carta que lhe dirigiu a irmã Ida Jensen, casada Soefner –( LRIIF1N6 : Ida Jensen, nascida em 1887) .Consta, transmitida entre os familiares Jensen, a informação de que Frederico Jensen costumava trazer consigo, invariavelmente, no bolso, uma pequeno frasco com álcool, que embebia em lenço e passava nas mãos após precisar com elas cumprimentar alguém. O que tal procedimento poderia significar em higiene própria ou temor de contaminar alguém com possível mal que o afligisse, isto não foi informado. Fotocópias no TABULARIUM JOANA JENSEN DEEKE & NIELS DEEKE, onde também constam os rótulos de produtos de fabricação de Frederico Jensen, como : “Manteiga Especial – Frederico Jensen- Blumenau”. Frederico Jensen estabeleceu-se por conta própria, no ramo de açougue e beneficiamento de subprodutos do leite, queijaria, manteigas, banha, além da casa de comércio nas imediações da atual empresa “Mafisa” , próximo ao trevo da Br 470 com a Rua Pedro Zimmermann, sobre a qual estabeleceram a via asfáltica Guilherme Jensen. O Professor Max Humpl em seu “Diário” – Aus dem Tagebuch eines alten Mannes- über seinen Aufenthält in Brasilein – 1912-1939- von Lehrer a. D. Max Humpl- Trostberg” na p. 62 refere: Tagebucheintrag *uber erteilte stunden Bis Ende 1934 zu Altona : “ 1- Sohn Fritz Jensen – violino!” Portanto um dos filhos homens de Frederico Jensen teve aulas de violino com Humpl antes de 1934. Em sua homenagem – in memoriam- foi dado seu nome à Rua Frederico Jensen - bairro Itoupavazinha, com início na Dr. Pedro Zimmermann nº 1.708 CEP 89066-301. A rua foi denominada através da Lei nº 2097 de 13/10/1975, que renomeou a antiga BL 05- com tal numeração cadastrada em 1965 durante a gestão administrativa municipal de Hercílio Deeke .Vide reportagem no “Jornal de Santa Catarina” - 06/8/1998 Caderno B p. 02, cujos informes foram transmitidos através telefonema mantido pela redação do jornal com Niels Deeke. Obs. de N.Deeke : a matéria publicada contém alguns erros e omissões, acerca cronografia da rua Frederico Jensen .
LRIIF1N4 : Frederico ( Fritz) Jensen de seu casamento com Martha Kuchenbecker teve cinco seqüências, todas masculinas, cuja nominata é a seguinte :
LRIIF1N4B26 : Henrique Jensen , nascido a 25/6/1907 e falecido em 30/3/1982.
LRIIF1N4B27 : Frederico Jensen, nascido a 11/12/1905 e falecido em 03/9/1940
LRIIF1N4B28 : Alfredo Jensen, nascido a ......................... ....... ( 48 anos aprox. em 1950)
LRIIF1N4B29 : Harry Jensen, nascido 31/5/1904. e falecido em 25/6/1986
LRIIF1N4B30 : Erico Jensen, nascido a 08/02/1901.
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Rótulos dos produtos fabricados por “Jensen” : “ Manteiga de Nata Doce” – Jensen & Cia”. “Banha de Sta. Catharina- Fabricado pelo Systema Americano- Jensen & Co.” “Marca Sem Rival”. No rótulo aproveitado para o produto Manteiga- de Nata Doce, observa-se a utilização parcial de desenho contido no “Brasão da Frísia do Norte”, atravessado por uma faixa e com uma chave superposta. Disto se infere que a descendência Jensen –imigrada em Blumenau, tinha conhecimento dos detalhes do Brasão de armas da terra de seus antepassados- Frísia do Norte. “Manteiga Especial – Frederico Jensen- Blumenau”.
Adiante alguns Rótulos dos diversos produtos fabricados por Frederico Jensen
Vídeo sobre a empresa Jensen:

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

- A Beira Rio

Segundo o Memorialista Niels Deeke o ideário das Obras de Defesa da margem direita do Rio Itajaí Açu, na cidade de Blumenau, teve início após a queda da barranca atrás do Hotel Moderno da Família Greuel, quando a enchente de 18 de maio de 1948 atingiu 11,46 metros. Em maio de 1955, precisaram interditar a Rua XV de novembro - trecho desde a rua Amadeu da Luz até a confluência com a rua Brusque - atual rua Namy Deeke - por cerca de um ano, vez que aquele trecho da rua XV de novembro, sensivelmente fraturado, ameaçava desabar no rio. Constam da nota n° 5 abaixo os desbarrancamentos ocorridos naquela época;
Foto : AHJFS Arquivo Histórico José Ferreira da Silva
Com fundos para o Rio Itajaí-Açu, a Casa de Comércio Altenburg (Após Casa Moellmann) construiu na barranca um porto particular. Tinha, através Plano Inclinado de Tração, acesso direto aos porões da loja, onde funcionava o depósito. E este, depois de desativado, foi lacrado tão bem que só foi descoberto recentemente, com a reforma da Havan. Com o passar do tempo, o rio deixou de ser importante para o tráfego de mercadorias. Novas lojas ocuparam o lugar das antigas. A barranca transformou-se, aterrada, na Avenida Castello Branco, ou Beira-Rio. Aos fundos, a antiga Igreja São Paulo Apóstolo.
1955
1959 - Barranca do rio fundos Praça Hercílio Luz

(Foto: Arquivo de Adalberto Day e Neide Fronza)
A imagem de 1964 mostra a fase inicial das obras na Avenida Castello Branco, a Beira-Rio, em Blumenau. Foi na gestão do governo de Hercílio Deeke que o primeiro trecho da obra foi construído, cobrindo, em 1965, a seção desde o entroncamento com a rua XV de Novembro - junto à Ponte dr. João Pedro da Silva sobre o ribeirão Garcia - até o final da Rua Marechal Floriano Peixoto – foi citado como até o trecho de rua onde localiza-se o edifício Mauá - em uma extensão de 650 metros, permitindo a passagem dos caminhões caçamba e o transporte das pedras para o enrocamento da margem do rio. Desde 1954 foram intensificadas as ações para construção de um muro de arrimo para proteger a margem direita do Rio Itajaí-Açu, projeto que a final aprovado, foi executado em convênio com o DNPVN com início em 27/8/1963, data da assinatura do convênio entre Hercílio Deeke pela a PMB e o Departamento Nacional de Portos e Vias Navegáveis do Ministério da Viação e Obras Públicas. Durante a gestão administrativa do governo Carlos Curt Zadrozny foi dada continuidade e inaugurado o primeiro trecho até a Ponte Adolfo Konder ligando centro bairro Ponta Aguda. Durante o governo de Evelásio Vieira (Lazinho), Felix Theiss, Dalto dos Reis. a obra é concluída. A nova avenida, em alguns trechos, invadiu o leito do rio em até 30 metros. A Avenida Presidente Castelo Branco, mais conhecida como Beira Rio, foi criada oficialmente em 18 de novembro de 1975. Para sua implantação foi realizado um enrocamento, com pedras retiradas do bairro Boa Vista, para conter o aterro entre os prédios da rua XV de Novembro e a margem do rio.
 Foto - trecho entre a Foz do rib Garcia e a rua Mal. Floriano Peixoto . ANO 1965

1968
1973 
A nossa encantadora Avenida Castello Branco – mais conhecida por Avenida Beira Rio, arrebata a atenção do espectador desde a sua inauguração. Recebeu esta denominação em homenagem ao ex Presidente da República Federativa do Brasil, Humberto de Alencar Castello Branco, que visitou nossa cidade em maio de 1965, acompanhado da filha Antonieta Diniz . Não poucos contestam o nome dado, tendo ocorrido várias tentativas de mudança do nome visando homenagear alguém da cidade. Contudo mudando-se-lhe ou não a denominação, será sempre conhecida como “Avenida Beira Rio”. Apreciando-a, seja durante o dia ou à noite, tanto o seu glamour como seu charme, sempre se farão notados, por representar, a bela via pública, o mais formoso remate a emoldurar a cidade de Blumenau.
1982
Notas:
1) Em 08/01/1954 conforme relata o Prefeito Hercílio Deeke- in Relatório dos Negócios Administrativos ano 1954 p. 89 : “ É aprovado na Câmara Federal , o crédito destinado ao Muro de Arrimo da margem do rio Itajaí Açu, no centro da cidade.
2) Em 25/7/1954 o Deputado Federal Wanderley Júnior apresentou uma emenda ao orçamento de 1955, elevando a cinco milhões de cruzeiros o crédito para a construção do projetado muro de arrimo da margem do rio Itajaí Açu no centro da cidade de Blumenau.
Foto: Rogério Pires
Foto Calendário Prefeitura 1988
Foto Calendário Prefeitura 1988 
3) Vide descrição parcial das “Obras de Defesa da Margem do Rio Itajaí Açu, ao longo da rua 15 de novembro” in Relatório Neg. Administrativos Prefeito Hercílio Deeke ano 1964 – p. 85/86. Em 26/02/1965 foi celebrado entre o Ministério da Viação e Obras Públicas – Depto. Nacional de Portos e Vias Navegáveis o “Termo aditivo ao aditamento de 23/10/1963, referente ao termo de convênio de 27/8/1963 celebrado entre o Depto Nacional de Portos e Vias Navegáveis e a Prefeitura Municipal de Blumenau, no Estado de Santa Catarina, para a execução das obras de proteção da margem direita do rio Itajaí Açu- naquele município- contém sete cláusulas e três páginas – cópia in arquivo Niels Deeke.- Leis Hercílio Deeke - Ano 1965. Pelo Decreto nº 42.423 de 07/10/1957 o presidente da República, Juscelino Kubitschek de Oliveira nomeou um Grupo de Trabalho cujo fito era estudar a situação econômica da bacia hidrográfica do rio Itajaí Açu. Foi então que numa das palestras mantidas por técnicos ficou assentado que o problema das cheias somente poderia ser resolvido com a construção de barragens nas cabeceiras dos principais rios que formam o Itajaí .
Década de 1990
Década 1990
4) “Obras de Defesa da margem do rio Itajaí Açu, ao Longo da Rua 15 de Novembro, em Blumenau”
“Conforme convênio firmado com o Departamento de Portos e Vias Navegáveis, do ministério da Viação e Obras Públicas, foi a Prefeitura encarregada da execução das obras de Defesa da Margem Direita do rio Itajaí Açu, obedecendo o projeto elaborado pelo referido Departamento – D.N.P.V.N. – que prevê o enrocamento no trecho compreendido entre as embocaduras dos Ribeirões “Velha” e “Garcia”, o que proporcionará também, além da segurança das casas situadas entre o Rio Itajaí Açu e a Rua XV de Novembro, a possibilidade da construção da tão almejada “Avenida Beira-Rio”, que dará à cidade um aspecto novo, além de um logradouro público das mais aprazíveis e pitorescos.
Foto Mário Barbeta - Ano 2003

Ano 2011
Utilizando-se a verba de Cr$ 16.000,00, consignada no Orçamento da União para o ano de 1963 e já recebida, foram executados, de início, os serviços de limpeza e movimento de terras no trecho compreendido entre a Praça Dr. Blumenau e o Edifício Mauá ( na esquina da Rua Quinze de Novembro com a Rua Marechal Floriano Peixoto) , permitindo o aterro efetuado a construção de plataformas de trabalho, necessárias à movimentação dos caminhões e da máquina “Drag-Line”. Retirou-se na margem 960,00 m3 de lixo e detritos e colocou-se 6.396,00 m3 de barro e cascalho miúdo.

Os serviços estão sendo executados sob a administração da Prefeitura, através sua Diretoria de Obras Públicas e sob a fiscalização e supervisão direta do Engº João Caropreso, funcionário do D.N.P.V.N , como representante do Ministério da Viação e Obras Públicas.
Cabe registrar que, além da verba já anteriormente recebida, de Cr$ 16.000,00, falta receber a consignada no Orçamento do ano passado ( 1964) , de Cr$ 10.000,00 , conforme aditivo ao Convênio firmado. Para o corrente exercício, acha-se consignada no Orçamento da União, a verba de Cr$ 50.000,00, para as obras em referência..
Tratando-se de obra grandiosa e de um projeto de grande vulto financeiro, pelo montante de recursos que nele deverão ser investidos, há, como é natural, necessidade da cooperação financeira do Governo Federal, para garantir a continuidade dessas obras.

Atualmente acham-se as mesmas paralisadas, por falta de liberação e pagamento das verbas nos anos de 1964 e corrente exercício (1965). respectivamente de Cr$ 10.000,00 e Cr$ 50.000,00 , o que vem prejudicando grandemente as serviços de aterro já feito, em virtude da erosão que se verifica pelas contínuas enchentes do Rio Itajaí Açu. Hercílio Deeke, prefeito de Blumenau, abril de 1965. “

5) Adiante faço constar ocorrências de desbarrancamentos da margem direita do Itajaí Açu Cumpre-nos registrar uma singular ocorrência datada de 18 de maio de l948, quando na manhã daquele dia o Itajaí Açu alcançava uma cheia de 11,46 metros. Victor Deeke preocupado com as conseqüências que a enchente estivesse causando a Blumenau, pois nesta cidade ainda residia sua mãe Dª Emma Deeke, e como as ligações telefônicas estivessem interrompidas e também as rádios estivessem fora do ar pela falta de energia ( então gerada exclusivamente pela Usina Salto a qual deixava de operar com águas acima de 10 metros e só os poucos radioamadores mantinham os contatos mais importantes), resolveu, recordando-se dos prestimosos serviços que os vapores Progresso em 1880 e o Blumenau em 1911 prestaram no socorro à população flagelada, trazer a sua poderosa “lancha Henrique” de Itajaí a Blumenau para eventualmente cooperar no salvamento e transporte de necessitados. Com facilidade venceu as caudalosas águas da enchente desde a barra do Itajaí-Mirim, local em que Victor Felix Deeke residia junto à sede da Fábrica de Papel – da qual era diretor presidente - com o trapiche da embarcação, e no início da tarde chegou a Blumenau. No percurso seguiu até altura do trapiche que havia junto ao acesso à balsa que transpunha o rio na Itoupava-Seca, local onde atualmente situa-se a “ponte Irineu Bornhausen”, na rua Santa Catarina e como nenhuma solicitação de socorro lhe fosse feita, retornou aportando na embocadura do ribeirão Garcia. Contudo tão logo atracou foi informado de que a lancha ao deslocar-se, rio acima, defronte as barrancas da cidade provocara tamanha “pororoca” que o macaréu com suas ondas fizera desabar alguns ranchos levados pela terra que desbarrancava. A surpresa dos pilotos foi geral, pois não podiam observar os efeitos das grandes ondas que produziam, porquanto estas só atingiam as margens quando a “verdadeira belonave” - o que efetivamente era por tratar-se de uma lancha de desembarque das tropas aliados na Grande Guerra que terminara fazia 3 anos – Lancha modelo PT - já se encontrava muito adiante, rio acima. Ainda na mesma tarde retornaram à Itajaí. Dia seguinte à rumorosa passagem da “Lancha”, queremos crer que por coincidência, aconteceu um enorme deslizamento da “barranca do rio”, quando toda a margem de terra atrás do “Hotel Moderno” (defronte a atual - 1996- agência do Banco do Brasil) de propriedade da família Greuel, ( cuja matriarca foi Helene Greuel, falecida em 02/7/1998 , genitora de Ingo e Werner Greuel,) desapareceu, formando um imenso pontal até o centro do rio. O prédio do hotel foi condenado, suas dependências sobre a barranca, como a cozinha, despencaram nas águas e a própria rua l5 de novembro, no trecho em questão , foi afetada por rachaduras e interditada. A família Greuel recuperou, em parte, o prédio mediante seu assentamento sobre profundos poços em concreto. Dificilmente a causa do desabamento poderia ser atribuída, exclusivamente, à movimentação e deslocamento da água que o fragoroso avanço da Lancha provocou na já impetuosa correnteza que a enchente desenvolvia. A partir de então outros desabamentos houve, como os da antiga “Casa Meyer,” a do prédio em construção da “Farmácia Catarinense”, a perda da barranca e condenação do prédio da antiga agência Banco Inco no início da rua Floriano Peixoto – uma esplêndida edificação mandada construir pelo Sr. Curt Hering e que serviu de sede ao Banco Agrícola e Comercial de Blumenau S.A. até 1942, local onde atualmente localiza-se a agência Prime do Bradesco - e ainda o total desbarrancamento, entre os dias 20 e 27 de maio de 1955, fazendo sumir tudo quanto havia nos fundos do Hotel Cruzeiro, além de provocar interdição pelo perigo iminente de desmoronamento do prédio ao lado, pertencente ao Sr. Garcia – onde antes havia o Bar Dinamarca, quando o trânsito foi desviado, po longo tempo, para a rua Getúlio Vargas, como também em 27 de maio 1955 iniciou o deslize da barranca atrás da casa do sr. Braga. etc., flagelos que somente foram coibidos com o enrocamento da margem e execução, mesmo que não observando o projeto inicial, do muro de arrimo da margem direita do Itajaí Açu, junto ao centro urbano de Blumenau. (atual Avenida Castello Branco).
Veja Vídeo da Construção:
Werner Tonjes

Colaboração especial do Memorialista Niels Deeke
Arquivo de Dalva e Adalberto Day

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

- Ponta Aguda 1911-2011

Em histórias de nosso cotidiano, apresentamos hoje mais uma crônica da Urda, relatando uma conversa com uma senhora enquanto em trânsito Itapocoroy/Penha/SC. Se este fato é apenas uma memória desta senhora não sabemos, mas que faz parte de nossa história...
ENCHENTE DE 1911 – PONTA AGUDA - MAIS UMA MEMÓRIA – UM SÉCULO DEPOIS

Por Urda Alice Klueger /Colunista


Eu já devia ter pelo menos 15 anos, pois foi naquela época em que meus pais já moravam na Praia Grande do Itapocoroy/Penha/SC, o que já faz, portanto, mais de 40 anos. Vinha de lá para Blumenau no ônibus da Brusquense, que era a empresa de ônibus que fazia tal trajeto então, e que já faz muito tempo que não existe mais. Sou capaz de sentir, neste momento, o cheiro do ônibus da Brusquense, seu sacolejar, o rangir das suas molas, o gosto dos chicletes Ploc de morango que eu costumava mascar para não enjoar – só que naquele dia a conversa estava tão interessante que eu não enjoei.
No primeiro banco, estava sentada junto a uma senhora que conversava jovialmente e me dava atenção como se eu fosse uma interessante adulta. No meu olhar adolescente era uma senhora velha, embora sua conversa tão agradável – é que quando adolescentes, às vezes, pensamos que todos os velhos são chatos ou tristes. Em todo o caso, agora, penso que tinha 15 anos em 1967, época em que já fazia 56 anos desde a enchente de 1911. Como aquela senhora deveria já ter uns 10 anos em 1911, então, lá naquele dia do ônibus da Brusquense, ela teria pelo menos 66 anos, o que é uma idade avançada quando mal se saiu da infância, mas que hoje se me parece ainda tempo de tão grande juventude, principalmente quando penso que, se tiver sorte, logo terei chegado lá, e talvez, então, continue sentindo o que sinto hoje: que sou absolutamente jovem, mas que levo um susto danado quando olho para o espelho e vejo a mulher velha que me espia de lá!
Ponta Aguda - Primórdios da colônia
Enchente 1911 
100 Anos após - Enchente 2011
Mas voltemos ao velho ônibus da Brusquense e àquela conversa onde um adulto de verdade me levava a sério – pelo tempo que passou, aquela senhora já faleceu há muito, e talvez somente sobreviva na memória dos seus descendentes e na minha. Meu interesse por História foi sempre muito aguçado, e jamais esqueci o que ela me contou naquele dia.

Aquela senhora era uma menina em 1911, e morava num lugar que se chamava Ponta Aguda, que é o mesmo lugar que hoje tem tal nome, em Blumenau.
- Sabe por que o nome Ponta Aguda? – explicou-me ela. – É porque havia um morro muito pontudo, pontiagudo, que a enchente de 1911 levou. Ali eram as terras dos meus pais, e tínhamos lavoura e bananeiras plantadas nesse morro pontudo. Quando o rio subiu, subiu, meu pai se lembrou de que havia esquecido uma enxada na encosta desse morro, e tendo em vista que a água ameaçava atingir o mesmo, mandou que eu fosse correndo buscar a ferramenta.
Ponta Aguda 2008 antes da Tragédia e enchente 2011
Foto: Paulo Sérgio Schneider
Eu já não lembro se ela conseguiu buscar a enxada ou não – lembro como me contou que estava muito próxima dessa ponta aguda quando tudo desmoronou... e o tal morro pontudo foi-se rio abaixo. Foi uma coisa assustadora, e penso que só depois que vivi a Catástrofe das Águas de 2008 foi que pude me identificar direito com o que sentiu aquela menina lá do passado quando um morro inteiro foi embora diante dos seus olhos incrédulos.
- No lugar, restou o que hoje é a Prainha – explicou-me ela, e nunca duvidei do que ela disse. Ao longo da minha vida já vi a Prainha, em Blumenau, tomar diversos formatos depois de grandes enchentes, como o de quase um Saara de areia branca que aterrou tudo em 1983. Por que não teria sido ali, no passado, um morro pontudo? Por que teria me mentido aquela senhora tão simpática cujo nome eu deixei fugir no tempo, mas cuja história nunca esqueci? Era tão vívida a lembrança daquilo tudo, dentro dela...
Dentro de mim ficou explicado porque a Ponta Aguda se chama Ponta Aguda. Achei que deveria contar.

Nova Rússia, 06 de novembro de 2011.
Urda Alice Klueger/Escritora, historiadora e doutoranda em Geografia pela UFPR.
Para saber mais acesse:
http://adalbertoday.blogspot.com/2011/10/ano-2011-centenario-da-grande-enchente.html

http://adalbertoday.blogspot.com/2011/10/enchente-de-1911.html

Arquivo de Adalberto Day/AHJFS - Arquivo Histórico José Ferreira da Silva

sábado, 5 de novembro de 2011

- Um drible na história

Jornal de Santa Catarina 05/11/2011 N° 12406
HISTÓRIAS REAIS DA BOLA

Um drible na história


Imagens, são raras. Relatos, poucos. Mas o Santa reconstrói o dia em que Mané Garrincha jogou em Blumenau.
Pelé e Garrincha, ícones do futebol brasileiro, pisaram em gramados blumenauenses. A passagem do Rei, em 30 de agosto de 1961, é conhecida e documentada. Pelé, já um popstar, jogou pelo Santos em um amistoso contra o Olímpico, então o principal clube da cidade. Marcou quatro gols – há quem fale em cinco – e deu show. O próprio Santa já contou essa história.

A vinda de Mané Garrincha, o anjo das pernas tortas, foi bem diferente. Por um capricho, ou quem sabe pela falta dele, é tão apagada quanto o triste fim de carreira de um dos maiores gênios que o futebol já produziu.
Os registros são poucos (não há fotos, ao menos públicas) e um roteiro só é possível baseado nos relatos de quem esteve lá. Também era um dia 30, como quando Pelé esteve por aqui, no mês de agosto. E de 1969. O ponta que imortalizou as camisas 7 do Botafogo e da Seleção vivia a derrocada de uma carreira tão brilhante, quanto tumultuada. Garrincha, então atuando pelo Flamengo, aventurava-se pelo país nas folgas rubro-negras jogando por cachês que lhe aliviavam a situação financeira caótica.

E foi assim que Mané vestiu a camisa grená do Grêmio Esportivo Olímpico, em troca de parte da renda da partida, para a abertura do Torneio Vera Fischer – homenagem à musa blumenauense que naquele ano havia se tornado Miss Brasil. O jogo era contra o Caxias, de Joinville. Além deles, Palmeiras (o arquirrival do Olímpico), Carlos Renaux e Paysandu, de Brusque, também participaram.
O antigo Estádio da Baixada, claro, estava lotado. Vera Fischer, toda paramentada de miss, até deu o pontapé inicial do jogo, mas todos queriam mesmo era ver “A alegria do povo”, um dos tantos apelidos de Garrincha. Absolutamente fora de forma, ele atuou o jogo inteiro, e as opiniões sobre a performance se dividem.
Garrincha pouco participou, em lances isolados e sem brilhantismo. O principal foi cobrar uma falta no fim do jogo, na qual a bola bateu na trave defendida pelo goleiro caxiense. Mesmo assim, conseguiu arrancar aplausos dos blumenauenses, que reconheceram todo o talento do ex-grande atleta – diz o relato do radialista blumenauense Edemar Annuseck, um dos poucos que conversou com ele naquele dia.
– Conversamos na sacada do Hotel Glória, na Rua 7 de Setembro, foi uma entrevista para a Rádio Nereu (Ramos) e o extinto Jornal Cidade de Blumenau. Ele falou de tudo, carreira, de futebol em geral, da vida conturbada – conta Annuseck, que fez carreira como um dos principais radialistas esportivos do país e hoje atua no canal a cabo SporTV no interior de São Paulo.
rodrigo.braga@santa.com.br
RODRIGO BRAGA

O MITO DAS PERNAS TORTAS
- Manuel Francisco dos Santos, o Mané Garrincha, nasceu no distrito de Pau Grande, em Magé (RJ), em 18 de outubro de 1933. O apelido Garrincha veio de um tipo de pássaro, comum na região serrana do Rio.
- Na maior parte da carreira defendeu o Botafogo (entre 1953 e 1965), onde disputou 614 partidas e marcou 245 gols. Também jogou pelo Corinthians, Flamengo, Vasco (apenas uma partida), Olaria (onde encerrou a carreira) e Atlético Júnior, da Colômbia. No total, atuou em 716 partidas oficiais, marcando 283 gols.
- Brilhou na Seleção Brasileira entre 1957 e 1966, com 61 partidas e 17 gols. Foi um dos heróis da conquista da Copa de 1958, na Suécia, e, principalmente, do bicampeonato no Chile, em 1962, quando após a contusão de Pelé foi o principal jogador. Mané teve uma única derrota pela Seleção, contra a Hungria, no fiasco brasileiro na Copa de 1966, na Inglaterra.
- Notabilizou-se pelos dribles desconcertantes, apesar do fato de ter as pernas tortas. Para muitos, é considerado o maior driblador da história do futebol. A carreira foi marcada por vários percalços fora de campo, principalmente por causa do vício em bebida alcóolicas.
- Pobre e muito longe do brilho do auge da carreira, o anjo das pernas tortas (título de um poema dedicado a ele por Vinícius de Moraes) morreu no dia 20 de janeiro de 1983, aos 49 anos, no Rio de Janeiro, por complicações da cirrose.
Estádio da Baixada do G,E. Olímpico 1963
Você estava lá?
Tem fotos ou alguma lembrança do dia em que Garrincha esteve em Blumenau? Entre em contato pelo e-mail leitor@santa.com.br ou para mim familiaday@terra.com.br 

“O marcador teve que suar”
Tarcísio Torres, hoje com 66 anos, estava em campo. Ironicamente, era o eficiente ponta-direita do time blumenauense desde 1967, mas naquele jogo, claro, foi deslocado para o meio-campo.
– Não dava para competir – admite, aos risos.
E lá do meio-campo, Tarcísio viu uma atuação discreta do craque, mas que ainda assim não deixou de ter alguns bons momentos.
– Ele estava fora de forma, mas não deixou de fazer umas graças para a torcida. Teve a bola na trave também, na falta. Dá para dizer que o marcador dele, o Luizinho, teve que suar – conta.
Segundo ele, Mané Garrincha conversou pouco com os demais jogadores, apenas coisas de jogo, no vestiário. Chegou no dia, combinou posicionamento em campo e fez a parte dele. No fim, passou pelo churrasco de confraternização, na antiga churrasqueira do clube, e saiu.
– Foi curtir a noite, pelo menos foi o que nos disseram na época – relembra.
Registros da partida acabaram perdidos
O jogo que abriu o Torneio Vera Fischer naquele sábado à noite no Estádio da Baixada, na Alameda Rio Branco, terminou em 1 a 1. E encerram aí as informações sobre o episódio. Garrincha, dizem, atuaria também nas demais partidas, o que não se confirmou. Já o destino do simpático troféu com nome de Miss Brasil é desconhecido. Entre os clubes participantes, só o Caxias ainda atua. E por lá, ninguém sabe dele.
Infelizmente, o troféu não foi a única perda daquele dia para a história do futebol blumenauense. Passados 42 anos, não há registros, a não ser relatos, do craque das pernas tortas com a camisa do Olímpico. No clube, se algum dia houve fotos, foram perdidas.
– Não temos mais. Antigamente, a sede ficava na parte de baixo do clube, e muita coisa se perdeu com as enchentes – conta o atual presidente do Olímpico, Braulino Pontes.

O Cientista social e pesquisador da história Adalberto Day, que conhece a fundo o futebol blumenauense, confirma: se algum dia essa imagem esteve em algum arquivo, se perdeu.
– Já procurei por todos os lugares possíveis, conversei com quem esteve lá. Se alguém tem fotos daquele dia, nunca contou para ninguém – disse.
Tarcísio Torres lembra que fotos chegaram a ser feitas:
– Houve fotos, eu mesmo tinha algumas, mas não sei aonde foram parar. Uma pena.

OPINIÃO: Lição de Mané
Eu, ainda jovem, fui assistir ao jogo com meu amigo Reinoldo Fuenfstueck, num sábado à noite. Naquele dia, Garrincha, já em final de carreira, nos proporcionou alguns momentos de alegria.
Nossa expectativa era que ele jogasse um bom futebol, apesar de já veterano, porém isso não ocorreu. O pouco que fez foi bater uma falta no final do jogo, e a bola bater na trave. Garrincha mesmo assim conseguiu arrancar aplausos do estádio lotado.
Lembro bem de um lance específico. Já no decorrer do segundo tempo, o Olímpico em ofensiva pelo lado esquerdo da arquibancada, a bola é desviada e vai até próximo ao alambrado onde eu e meu amigo estávamos. Com um dos pés, empurrei a bola ao Garrincha que veio buscá-la, e disse a ele:
– É aí, Mané, vai jogar melhor?
Ele nada respondeu, apenas me deu um sorriso e um olhar. Para mim, foi uma lição. Pelo olhar, percebi o sentimento dele no momento, ou seja: ele deve ter imaginado “cobrar de mim, que tanto já fiz pelo nosso futebol? Campeão pelo Botafogo, Seleção Brasileira, melhor ponteiro direito do mundo...”
Jogando bem ou mal, quem esteve no Grêmio Esportivo Olímpico naquele dia teve o privilégio de ver Garrincha jogar com a camisa grená. Infelizmente, o registro desse dia acabou perdido pelo clube.
Garrincha (segundo a direita) em Blumenau. Foto Paulo Sérgio Almeida



Adendo: Urda a. Klueger

MODERNIDADES
Criei-me no tempo do rádio, grandes rádios com o interior cheio de válvulas que apagavam e acendiam, que precisavam “esquentar”, e que, no meio de muita estática, traziam até nossas casas a Rádio Clube de Blumenau e a Rádio Nacional do Rio de Janeiro, entre outras. Os rádios eram enormes, contidos dentro de grandes caixas de decoração rebuscada, e, apesar de serem popularmente chamados de “caixão-de-abelha”, eram, sem dúvida, a principal peça que compunha a sala-de-visitas de uma casa.
Lá por volta de 1960, porém, os rádios começaram a mudar. Foi uma verdadeira revolução nas comunicações e nos hábitos das pessoas, só comparável, creio, ao surgimento do telefone celular, 30 anos depois. O que aconteceu foi que surgiu o rádio a pilha.
Ter um rádio a pilha, na época, era questão de status, bem como foi o telefone celular nos seus primeiros dias. “Gente bem” tinha, obrigatoriamente, de andar com o seu rádio a pilha, quanto menor, mais chique, radinhos a pilha dentro de capinhas de couro marrom cheia de furinhos, com alças de couro que permitiam que fossem usados pendurados ao ombro. Era o começo dos tempos do consumismo no Brasil, e ter um rádio a pilha passou a ser ponto de honra, bem como aconteceu com o telefone celular nos seus primeiros tempos.
Muita coisa aconteceu no alvorecer da era dos rádios a pilha. Ouviam-se, na época, os jogos de futebol nos velhos rádios cheios de estática. Ou ouvia-se no rádio, ou ia-se ao estádio. Como se ter certeza se o locutor do futebol estava transmitindo o jogo fielmente? Com o rádio a pilha, foi possível conferir. E quem tinha um rádio a pilha, ia ao estádio com ele, e ouvia e via o jogo ao mesmo tempo, e depois podia apontar todas as falhas dos locutores. Esses conferentes viraram os donos da razão, com todo um círculo de pessoas a ouvi-los, boquiabertas por terem de desacreditar nos seus locutores de confiança.
O Brasil tinha sido campeão do mundo em futebol em 1958 – coincidindo com a chegada do rádio a pilha, esteve em Blumenau, para jogar com o Olímpico, nada mais nada menos que o Santos de Pelé. Com Pelé e tudo. Pelé, na época, só perdia para Deus em popularidade, e creio que isto não mudou muito ao longo de quase quatro décadas. Ver Pelé jogar no nosso campinho sujeito a enchentes tornou-se quase questão de vida ou morte para os blumenauenses de antanho e, quem pôde, foi ver o jogo. O Santos surrou o Olímpico por 8x0. E na manhã seguinte a fofoca corria solta na nossa rua. O problema não era ter perdido de goleada do Santos, claro que não, era quase uma honra perder-se por muitos gols para o time de Pelé. A grande discussão era a respeito dos donos dos rádios a pilha, que diziam que tinham estado no campo vendo o jogo, ao mesmo tempo em que ouviam a transmissão radiofônica nos seus radinhos, e que apontavam os muitos erros dos locutores esportivos emocionados com a presença de Pelé.
Até hoje não sei qual foi a verdade, mas alguns dos nossos vizinhos foram taxados de mentirosos. Dizia-se que fulano e sicrano tinham ficado era bem em casa, ouvindo o jogo pelo rádio, e que só para “aparecer”, para deixarem bem claro que possuíam rádios a pilha, tinham inventado aquela história de que tinham estado no campo conferindo o trabalho dos repórteres. Penso, hoje, que provavelmente toda essa encrenca derivou da inveja de moradores que morriam de vontade de ter ido ver Pelé e não o puderam fazer, coisa mesquinha em qualquer dos casos.
Nos seus primórdios, o rádio da pilha movimentou energias e opiniões. Mais tarde, quando já estava popular, virou companheiro e amigo. Meu pai deu-me um quando eu já era uma mocinha, moderno rádio com linda capa de couro preta e longa e flexível antena embutida, sofisticado rádio com três faixas de ondas. Eu dormia e acordavam com ele, e nele ouvia os Beatles e todos os sucessos da Jovem Guarda, e nele ouvi todas as notícias do Projeto Gemini, e, afinal, a chegada do homem a lua, em noite esquecida lá na minha adolescência. Usei aquele rádio em todos os momentos, até ele não prestar mais, e tenho certeza de que ele foi à coisa mais chocante que o meu pai podia ter me dado, depois da vida, é claro.
Essas modernidades do passado hoje são coisas sem valor, mas como alegraram e movimentaram a nossa vida na época!
Blumenau, 26 de maio de 1996.
Urda Alice Klueger

Para saber mais acesse:
http://adalbertoday.blogspot.com/2008/02/man-garrincha-em-blumenau.html

http://adalbertoday.blogspot.com/2007/08/pel-e-garrincha.html

E-mail que recebi do Zico e compartilho no Blog:
Ficarei muito grato se puder dar uma forca.
A primeira peneira do Pnera ultrapassou as expectativas da rede social do futebol e contabilizou1.450.088 votos. Dos mais de 500 jovens que postaram seus vídeos, apenas dois terão a chance de serem avaliados por uma semana num grande clube brasileiro, o Botafogo: o menino Caio Ribeiro de Andrade, de apenas 10 anos, da cidade mineira de Timóteo, e Yan Lavor Braz, do interior do Ceará. Na terça-feira eles chegam ao Rio para viver o maior sonho da vida e a grande oportunidade de entrar para o mundo do futebol.
PNERA E uma rede social onde eu e Ronaldo estamos participando juntos, com a finalidade de dar mais oportunidades a jovens de todo o Brasil e de ter a possibilidade de fazer teste num grande clube do Brasil.
Obrigado e abs Zico


OS NÚMEROS DE GARRINCHA
BOTAFOGO
(Rio de Janeiro, RJ)
Total de jogos: 609
Total de gols: 252
Primeiro jogo: Botatogo 6 x 3 Bonsucesso, em 19/7/53
Primeiro gol: no mesmo jogo
Último jogo: Botafogo 2 x 1 Portuguesa-RJ, em 15/9/65
Último gol: Botafogo 1 x O Flamengo, em 22/8/65
CORINTHIANS
(São Paulo, SP)
Total de jogos: 10
Total de gols: 2
Primeiro jogo: Corinthians O x 3 Vasco, em 2/3/66
Primeiro gol: Corinthians 2 x 1 Cruzeiro, em 13/3/66
Último jogo: Corinthians O x 3 Santos, em 9/10/66
Último gol: Corinthians 2 x O São Paulo, em 19/3/66
CLUBE ATLETICO JUNIOR
(Barranquilla, Colômbia)
Junior 2 x 3 Santa Fé, em 20/8/68 (único jogo)
FLAMENGO
(Rio de Janeiro, RJ)
Total de jogos: 15
Total de gols: 4
Primeiro jogo: Flamengo O x 2 Vasco, em 30/11/68
Primeiro gol: Flamengo 2 x 2 América-RJ, em 19/1/69
Último jogo: Flamengo 1 x O Campo Grande-RJ, em 1214/69
Último gol: Flamengo 2 x 1 ABC-RN, em 9/2/69
OLARIA
(Rio de Janeiro, RJ)
Total de jogos: 10
Total de gols: 1
Primeiro jogo: Olaria 1 x 1 Flamengo. 23/2/72
Último jogo: Olaria O x 1 Botafogo-RJ, 23/8/72
Único gol: Olaria 2 x 2 Comercial-SP, 23/3/72
SELEÇÃO BRASILEIRA
Total de jogos: 60
Total de gols: 17
Primeiro jogo: Brasil 1 x 1 Chile, em 18/9/55
Primeiro gol: Brasil 5 x O Corinthians-SP, em 28/5/58 (fez 2)
Último jogo: Brasil 1 x 3 Hungria, em 15/7/66 Último gol: Brasil 2 x O Bulgária, em 12/7/66
SELEÇÃO CARIOCA
Total de jogos: 8
Total de gols: 6
Primeiro jogo: Rio 3 x 2 Pernambuco, em 9/3/55
Primeiro gol: no mesmo jogo
Último jogo: Rio 6 x 4 São Paulo, em 19/12162
Último gol: no mesmo jogo
COMBINADO FLAMENGO-BOTAFOGO
Combinado 6 x 2 Honved (Hungria), em 7/2/57 (tez 1 gol)
TOTAL GERAL:
Jogos: 714
Gols: 283
OS TÍTULOS 
BOTAFOGO
Campeão carioca: 1957, 1961 e 1962
Campeão do Torneio Rio-São Paulo: 1963 e 1964
Torneio Pentagonal do México: 1962
Torneio de Paris: 1963
Torneio Íbero-Americano: 1964
Taça AFB: 1964
SELEÇÃO BRASILEIRA
Copa do Mundo: 1958 e 1962
Taça Bernardo O'Higgins: 1955, 1959 e 1961
Taça Oswaldo Cruz: 1958, 1961 e 1962
Copa Rocca: 1960
- Garrincha participou também de vários amistosos pelo Brasil e pelo exterior, integrando o Milionários (formado por veteranos com carreiras encerradas); o time da AGAP-RJ (Associação de Garantia ao Atleta Profissional do Estado do Rio de Janeiro); diversas equipes amadoras da Itália, e clubes sem expressão do interior do Brasil. Estas partidas não têm valor para estatísticas
Ver::
Arquivo: Edemar Annuseck e ADALBERTO DAY, Cientista Social e pesquisador da história

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