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segunda-feira, 31 de outubro de 2011

- Caminha, Gonçalves e os STAMMTISCH

Em histórias de nosso cotidiano, apresentamos um texto do Jornalista e escritor Carlos Braga Mueller, que nos relata sua participação nos STAMMTISCH , observando a entrevista realizada pelo Dr. Luiz Eduardo Caminha com José Gonçalves.

Por Carlos Braga Mueller.

Lendo a entrevista que Luiz Eduardo Caminha fez com José Gonçalves para buscar informações sobre os antigos "Stammtisch" de Blumenau, me veio a lembrança algumas imagens vividas por mim quando era jovem e que me remetem a muitas e famosas mesas de "stammtisch".
José Gonçalves recorda muito bem, na sua entrevista, alguns dos mais famosos grupos de amigos que se reuniam nos finais da tarde dos anos 50 e 60 para beber e jogar conversa fora.
Cita, por exemplo, alguns jornalistas que confraternizavam no "Gato Preto", um pequeno bar e restaurante que funcionava no porão do casarão onde morava a família do advogado Thomé Braga, espaço hoje ocupado pelo Edifício Mauá. Neste mesmo prédio funcionava, em uma sala, a ACIB.

Gonçalves também lembra os stammtisch que eram a marca registrada do Bar e Restaurante Palmital, cujo proprietário, Adolfo Ern, recebia os amigos todas as noites em mesas reservadas, seguindo a velha tradição alemã. A Palmital ficava na Rua Nereu Ramos, bem no começo, a esquerda, logo depois do prédio da esquina com a Rua 15. Quando fechou sua churrascaria naquele local, Ern logo abriu outra por perto, na Rua 7 de Setembro, a "Churrascaria da 7", pertinho do Hotel Rex. Nestes pontos bebericavam e devoravam seus galetos pessoas tradicionais da nossa sociedade: lá estavam o Augustinho Schramm (Casa Flamingo), Flávio Rosa (Rádios Clube e Difusora), Nicolau Elói dos Santos (Tipografia Centenário) e muitos mais, que iam chegando e se acomodando, desde que fossem da confraria.
Mas os stammtisch não paravam por aí: eles aconteciam também na Confeitaria Polar, no Bar Avenida do Serpa, (porão do Hotel Holetz), no Benthien, no Ali Babá.
Nestas mesas discutia-se de tudo, tanto que foi numa destas ocasiões, como lembrou Gonçalves, que surgiu a idéia de se fundar um clube. E assim nasceu o Bela Vista, fundado pelos integrantes de um stammtisch.
Mais recentemente, um dos mais famosos pontos de stammtisch, o último a resistir ao avanço das invasões imobiliárias, foi o Ponto Azul na Vila Nova. Horácio e sua exuberante alegria, estavam sempre por lá.
Na atualidade, os vários clubes de Blumenau hospedam seus stammtisch em ambientes onde não pode faltar uma cancha de bocha.
Também rola em alguns destes ambientes o truco, jogo que exige de seus contendores voz forte, para soltar urros e berros.

Enfim, reviver estas tradições e colocá-las numa vitrine, como a Rua 15 de Novembro, foi idéia do Caminha, do Norberto Mette, do Periquito e de tantos outros.
É bem verdade que nos stammtisch da rua 15, em Blumenau, o transeunte passa fome se não conhecer alguém de alguma barraca.
Outros, comem até demais. De bicada em bicada, de chope em chope, abraçam os amigos e seguem em frente, buscando mais iguarias.
A iniciativa de se utilizar a Rua 15 de Novembro para fazer a festa ainda provoca discussões. Muitos, especialmente comerciantes, reclamam da fumaça que invade suas lojas. E as vitrines, ah, as vitrines ! Ficam engorduradas ...
Já se tentou fazer na Rua Alberto Stein, mas voltaram para a 15.
Mesmo assim, hoje Blumenau sedia stammtisch de rua em alguns bairros, promovidos por associações de moradores, e até cidades vizinhas já instituiram os seus.
Então, não há como fazer diferente:
"Um prosit ao STAMMTISCH!"

Para saber sobre a entrevista do Caminha com o José Gonçalves, em 20.03.2010, acesse:
http://adalbertoday.blogspot.com/2011/09/homenagem-jose-goncalves.html
http://adalbertoday.blogspot.com/2008/07/stammtisch-em-blumenau.html
Arquivo Adalberto Day e Jaime Batista da Silva

5 comentários:

  1. Prezado Adalberto,

    Fiquei muito feliz ao ler o artigo do amigo Carlos Braga Müller refletindo a entrevista que o grande blumenauense José Gonçalves me concedeu.
    Braga Müller é modesto porque não declina sua própria vivência, mas saibam todos que lerem este singelo comentário, que o autor e emérito jornalista também fez parte desta história e foi um dos que presenciou e contribuiu para que esta tradição se perpetuasse até hoje.
    É lamentável o registro de alguns comerciasntes da Rua XV (uma minoria comandada por um comerciante oriundo de Itajaí que, ganancioso, já tentou auferir lucro imediato com venda de bebidas em suas lojas e impedido (os comerciantes que possuiam bares fizeram um berreiro com justa razão)vive a fazer críticas a uma das mais surpreendentes festas já realizadas em nossa querida Blumenau depois da Oktoberfest. Uma pena! Um coitado! Que, por si só, não merece o epíteto de cidadão blumenauense.
    Mas, o importante é que verdadeiros blumenauenses como Braga Müller, José Gonçalves, você e muitos outros ligados à imprensa e não movidos por patrocínios (que pensam tudo comprar, até consciências), sem contar com cerca de 25 mil pessoas que a cada edição comparecem à 15 de Novembro, jamais deixarão que esta minoria que mal enche um fusca, denigra ou acabe com este rico resgate aqui trazido pelos imigrantes. A festa, uma invenção de Blumenau que não tem paralelo no mundo, não acabará, porque nasceu do seio e das aspirações da gente blumenauense que paga impostos e tem tanto direito à Rua XV como qualquer um destes inomináveis "bronquinhas". Ainda bem que a maioria dos comerciantes e a própria CDL apoiam esta iniciativa que teve também, nos seus primeiros passos, a efetiva participação de Ricardo Stodieck enquanto Presidente do Instituto Blumenau 150 anos e de Emílio Schramm, na qualidade de Presidente do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Blumenau.

    Ein Prosit! Parabéns meu querido amigo Braga Müller. Viva as tradições e... Viva o Stammtisch!

    Luiz Eduardo Caminha, médico, escritor e autor do livro "Stammtisch, Reinventando Tradições"

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  2. Amigo Braga não aceito esta frase de beber é jogar converça fora temos que respeitar, um bom bebeirão,eu por sinal bebo,vejo bem,ouço bem, falo e não jogo converça fora,cada vez mais o encontro dos amigos e a rodinha do stammtisch nos faz lembrar coisas lindas do passados,exemplo tudo que voce esta lembrando, especialmente hoje que é dia das bruxas e o gato preto era respeitado e nos temos com linda lembranças do passado,estas éram as lembranças de como dizia o grande Gonçalves das pessoastradicionais da sociedade,eu lembra dos demais da minha classe, os stammtisch do bar Pingoin, Sinuca Urca, Bola 7 doArtur Stammer,ba Quinze rua nereu ramos, bar do mercado rua sete antiga volsvagen,e por que não falar da Churrascaria e cancha de Bocha Samambai de minha propriedade. Parabens ao amigo Braga Mulles por lembrar estas duas figuras maravilhosas,Meu amigo Caminha se é assim que eu posso falar pois muito o admiro,so que faltou nele foi aprender a jogar um pouca mais de bocha par poder me ganhar em uma partida. abraços a todos voces grato Beto. Valdir Salvador.

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  3. Caro amigo Beto.
    Mais uma do Dr. Caminha, defendendo a sua STAMMTISCH. Muito boa. Largou a bronca contra um comerciante que quis atrapalhar o evento do seu coração. Se é tradições então respeitem a tradição que nada tem de mal. Pelo contrario. É um alegre congraçamento e cativa mais amizades. Um grande abraço e parabéns ao Braga, por mais essa.
    Eutraclinio A. Santos

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  4. Boa tarde Adalberto.
    Parabens,simplesmente fantastico seu trabalho,fico feliz de poder falar a outros que,somos Amigos.
    Nilton Sergio Zuqui.
    nszuqui@gmail.com

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  5. Querido Adalberto, fiquei admirado com a riqueza e beleza do seu blog. Realmente é uma grande fonte de pesquisa.
    São esses belos exemplos que faz com que eu continue acreditando no nosso país.
    Muito obrigado por esta fonte de informação e pesquisa.

    Um grande abraço!

    Renato Luiz de Oliveira Ferreira

    http://renatoluizdeoliveiraferreira.blogspot.com/

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