“A Educação é a base de tudo, e a Cultura a base da Educação”

Seja bem-vindo (a) e faça uma boa pesquisa.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

- População de Blumenau

 
O IBGE -  Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, divulgou a população de Blumenau por bairros. Área: 518,619 Km².
Os 35 bairros de Blumenau, totalizam uma população de 366.418  (2021)- O Censo é referente ao ano de 2021.
A maioria dos bairros foram criados pela lei nº 717 -  de 28 de abril de 1956 - no governo do prefeito Guilherme Busch  Jr.
A lei atual que criou novos bairros e confirmaram os demais - é a lei complementar  nº 489 de 25 de novembro de 2004.
Nome do Bairro/Habitantes (dados IBGE 2010)
      
01 - Itoupava Central    28.164
02 - Velha Central        18.779
03 – Itoupavazinha       17.560
04 - Água Verde           16.186
05 - Garcia                    15.911
06 - Itoupava Norte       15.648
07 - Velha                      15.373
08 - Progresso              15.005
09 - Diversos Locais  14.695
10 - Fortaleza                13.196
11 - Escola Agrícola      12.145
12 - Vila Nova                  9.962
13 - Ponta Aguda            9.880
14 - Badenfurt                  8.650
15 - Tribess                     8.503
16 - Salto do Norte          8.441
17 - Testo Salto              7.065
18 - Passo Manso           6.799
19 - Glória                        6.228
20 - Fidélis                        5.392
21 - Valparaíso                 5.280
22 - Salto Weissbach      5.213
23 - Centro                       5.004
24 - Victor Konder           4.612
25 - Salto                          4.558
26 - Fortaleza Alta            4.507
27 - Itoupava Seca           4.464
28 - Velha Grande            4.332
29 - Vorstadt                     4.269
30 - Nova Esperança       3.853
31 - Jardim Blumenau      2.855
32 - Boa Vista                   1.748
33 - Ribeirão Fresco        1.587
34 - Vila Itoupava              1.319
35 - Bom Retiro                1.117 
36 - Vila Formosa               711                 
    Arquivo: Adalberto Day /Paulo Sérgio Schneider

quinta-feira, 21 de julho de 2011

- Robertão e Orlando

A imagem de 1965, mostra o zagueiro  Robertão paulada (Robertão) e o lateral Orlando. O registro foi feito na entrega das faixas de campeões do estado de 1964. O jogo foi realizado em 1965, pois o campeonato de 1964 teve sua partida derradeira no dia 25 de abril de 1965. A entrega das faixas no  estádio da Baixada de propriedade do Olímpico contra o todo poderoso Metropol da cidade de  Criciúma.
O jogo derradeiro pelo campeonato de 1964, foi contra o Internacional de Lages, vencido pelo G.E. Olímpico pelo placar de 3x1, todos os gols anotados pelo atacante Rodrigues.
Publicado no Jonal de Santa Catarina


21/07/2011 | N° 12313 ALMANAQUE DO VALE | Jackson Fachini
jackson.fachini@santa.com.br

G.E. Olímpico 1967 : Em pé ; Robertão, Orlando, Mauro Longo, Ezio, Jurandir e Di, Agachados:Calita, Baia, Leal, Joca, Ronald, massagista Leiga.
 G.E. Olímpico 1964
(da E para a D), Paraná, Orlando, Nilson Greuel, Barreira, Paraguaio e Jurandir Capela (massagista), Lilá, Rodrigues, Mauro, Joca e Ronald. O técnico era o Aducci Vidal.
Ficha do jogo:
Local Estádio da Baixada em Blumenau
Data: 25 de abril de 1965Arbitragem : Gerson Demaria, auxiliado por Nilo Eliseo da Silva e Silvano Alves Dias.
Gols: Rodrigues, aos 26 min. da primeira etapa, aos 13 e 38 da segunda etapa. Jóia descontou para o time colorado aos 10 da etapa complementar, alias na oportunidade decretou o empate. Depois com a entrada do atacante Quatorze o Olímpico melhorou e fez 3x1.
Expulsões: Ninho e Roberto do Internacional.
Renda: Cr$ 3.216.500,00
Público: não fornecido, mas apesar da tarde chuvosa, estádio lotado.
_________________________________________
Olímpico 3
Barreira, Paraguaio, Orlando , Nilson e Jurandir; Mauro e Paraná, Lila (Quatorze), Rodrigues, Joca e Ronald. Técnico Aducci Vidal
Internacional 1
João Batista, Nicodemus, Airton, De Paula,e Carlinhos, Roberto e Dair,; Puskas, Jóia, Sergio (Ninho) e Anacleto.
Curiosidades:
O último Jogo entre Olímpico e Palmeiras, clássico maior de nossa cidade, foi no dia 22 de novembro de 1970 (eu estava lá) . Jogo realizado no estádio a Baixada.
Placar Olímpico 2x0 Palmeiras
Gols de Sado e Tarcisio Torres.
O Olímpico atuou com: Batista, Coral, Brito, Jairzão, e Gonzaga; Mauro Longo e Chiquinho; Jorginho (Gauchinho) , Sado, Tarcisio e Rubinho.
Palmeiras: Jorge, Osvaldo, Krueger, Edgar Lopes e Adalberto; Gentil e Luiz Carlos; Zinho, Leal (Anísio), Parobé e Oreco.
Acesse também:
Arquivo de Adalberto Day e Roberto Pereira Nascimento.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

O Ninho das Trovoadas

A escritora e Colunista Urda Alice Klueger, nos apresenta uma crônica sobre "O Ninho das Trovoadas" .
Por Urda Alice Klueger
Éramos só eu e Atahualpa, meu cachorro, sobre o morro alto, na varanda da cabaninha rústica, naquele lugar que se chama Nova Rússia, e eu nunca espiara tão de perto o Ninho das Trovoadas.
Desde pequena que ouvia falar dele, daquele lugar onde as trovoadas nascem dentre os morros, ao sul do município, região de preservação ambiental, onde ainda dava para se viver como um dia, no passado... Pela vida afora vira incontáveis trovoadas vindo de lá e caindo sobre as minhas tardes, mas nunca estivera tão perto do ninho de onde elas saem. Então, no último sábado, sozinha com Atahualpa naquele lugar alto [1], consegui ver bem direitinho como é que uma trovoada nasce.
Não vi o ovo de onde a tempestade saiu, pois estava escondido lá no ninho, mas acompanhei atentamente o jeito como ela se arrumou e cresceu depois de nascer –primeiro, se anunciou por tímidos clarões piscando no horizonte, mostrando no escuro o contorno das montanhas que circundam o ninho – mais um pouco e os clarões já não eram tímidos, e ficava bem evidente que lá naquele lugar nascera e vivia mais uma trovoada que seria grandiosa dentro em pouco.
E ela foi crescendo, bem como crescem filhotes saudáveis. Em algum momento, ronronou docemente pela primeira vez, e como que se estendeu pelo céu se espreguiçando, enfeitada cada vez mais por clarões relampejantes. Então, a precedê-la, veio uma lufada de vento que refrescou um bocado o mundo, seguida de ágil exército de uns esqueléticos seres de finas pernas de água, que correu com muita rapidez sobre as árvores, a grama, o telhado da nossa cabaninha, resvalando para dentro da varanda onde espiávamos e esperávamos. Aquilo foi como um prelúdio. Aquele primeiro ágil exército foi seguido por outros, e outros, e outros, os seres cada vez com perninhas menos frágeis, tangidos pelos grandes roncos que começaram a vir rolando pelo céu escuro, intermitentemente iluminado pelo piscar da trovoada que se libertava do ninho e pestanejava luz e raios, e as lufadas de vento, agora, ora molhavam um lado da nossa varanda, ora molhavam outro, e Atahualpa e eu mudávamos de lugar a cada vez que a chuva mudava de direção, mas permanecíamos ali, fascinados, e por nada do mundo eu perderia aquele espetáculo do nascimento e crescimento de uma trovoada!
E ela veio vindo, veio vindo, e quando percebi engolira todo o céu e todos os morros, e molhara cada folha de cada árvore e cada polegada de chão, bem como nosso telhado inteirinho e partes da nossa varanda, e se tornara alguém tão forte que mal dava para imaginar que, pouco antes, fora apenas um filhotinho de trovoada se escapando de um ovo, lá onde eu sempre ouvira contar que era o ninho das trovoadas!
Permanecemos ali a vê-la ir passando sobre nós, ir-se indo para longe, para lá distante, onde havia a cidade, sacudindo seu imenso corpo com grande rumorejo, muitos relâmpagos, arfar de ventos e abundância de chuva.
Trovoadas são assim: nascem, crescem, passam e se vão, e houve um momento em que aquela também se foi, e apenas uns respingos e uns troares ainda vinham da sua cauda fustigante que se afastava, mas não perdi um momento sequer da sua passagem e ida. Quando, afinal, seus lampejos foram se perdendo dentre outros morros distantes e olhei a volta da cabaninha onde estávamos, via-a cercada de árvores e grama que pareciam envernizadas de fresca água, brilhantes à luz da nossa pobre lâmpada elétrica, coisa tão fraca e sem expressão perto da imensa força e potência de uma trovoada de verdade, vista desde o momento do seu nascimento!
E pensar que tive o privilégio de ver, enfim, onde é o Ninho das Trovoadas!
Blumenau, 15 de maio de 2011.
Urda Alice Klueger Escritora, historiadora e doutoranda em Geografia pela UFPR.


Arquivo Adalberto Day
 

terça-feira, 12 de julho de 2011

- Bom de bola e de texto

Por Gervásio Tessaleno Luz/professor escritor.
Esporte e  Lazer
           Era um craque em dois campos: o do futebol e o da crônica esportiva. Aurélio Sada, o Sadinha, que nos deixou dias atrás, jogou pelo Palmeiras e escrevia no diário A Nação.
           Mesmo os não-fanático pelo esporte bretão, liam, com prazer, sua coluna. Levou o humorismo ao terreno árido do comentário pebolístico. Lembrava, pela fina ironia, Stanislaw Ponte Preta, de quem era fã.
           Seus trocadilhos (era mestre!) deixam saudades. Conversávamos numa esquina quando surgiu Alcides Machado, o alfaiate elegante. Para provocá-lo, disparei:
           - Alcides faz ternos a machado.
           Contestou:
           - Absolutamente. Não vês o nome da alfaiataria dele? Capri. É que ele faz caprichosamente as confecções.
           Observador atento, passou-me estes episódios:
           - Antigo comentarista de uma rádio blumenauense, depois dedicado à política, registrou o nascimento de outra filha de um amigo, mui estimado, terminando  por dizer: “ Ao fulano de tal, nossos cumprimentos pelo nascimento de sua terceira rebenta”.
           Essa ficou famosa aqui na praça. Há muitos anos, jogavam duas equipes da 2 Divisão da Liga Blumenauense de Futebol naquela beleza de praça de esporte que era da extinta Empresa Industrial Garcia (foto). Em dado momento da partida, a bola saiu do campo, quando o narrador da mais antiga emissora da cidade falou: “ A bola se perde pelo lado das gerais. Aliás, os dois lados aqui são laterais, porque o estádio não tem arquibancada”.
           Durante certo tempo, andei à cata de súmulas de jogos arquivadas na LBF para ver o que declaravam os juízes representantes da entidade no preenchimento das mesas. Numa dessas súmulas, no espaço destinado às declarações do árbitro, que dirigia uma pelada sem qualquer incidente, estava escrito: “Não houve nada de normal".
            - Este jogo teve até bola quadrada, como diria o meu amigo Mano Jango (João Vieira).
 Palmeiras Esporte Clube -Da (E) para a (D) em pé: Adalberto-Augusto-Osni-Nelsinho-Antoninho e Ludin. Agachados Jonas-Nadinho-Teixeirinha-Sadinha e Marzinho.
 “ Matando saudades”
Aurélio Sada
Esporte &  Lazer
           Extraída da edição de 10 de janeiro de 1950 do jornal A Nação, merece constar de “Blumenau em Cadernos”, pelo aspecto interessante do relato, a seguinte matéria de autoria de Heitor Ferraz sobre um dos muitos clássicos do futebol do passado de que participou com a camisa do Brasil, lá por 1930, quando tinha cerca de uma década a rivalidade entre os clubes mais populares da cidade: “ Ano de 1930, jogo do Blumenauense x Brasil. O campo está cheio, não sei se é na Sociedade de Ginástica ou na Rua das Palmeiras, tem tanta gente que eu não posso ver. Os segundos quadros terminaram de jogar, e agora Vêm eles, os bichões dos primeiros.
É agora. Lá vêm Weege I, Weege II, Emílio, Heitor, Natal, Marquardt, Mário, André, Aristeu, Probst, Patesko. Brasil! Brasil!
Lá vêm Koenig, Schadrack, Kilwagem, Wehmuth, Menny e Werner;Mayer, Meisner, Guido, Pedrinho, Kapp. Blumenauense! Blumenauense! Uma nuvem apaga o campo, de repente.
Bate-bola. O juiz chama e os vinte e dois se alinham. Aristeu dá o pontapé que põe tudo em movimento. Meny pula em cima da bola. Começa a disparada, arremessos, recuos, esbarrões.
André chuta alto, Mário recolhe e atira, mas Koening salta e abraça. Blumenauense, Blumenauense, Blumenauense! Meisner serve Kapp e este procura a área, mas Weege alivia. Natal atrapalha, Patesko raspa, Pedrinho entra, manda rasteiro e Weege engole a bola.
Blumenauense 1 x Brasil 0.
A bola vai ao centro, Blumenauense, Blumenauense!
O barulho é tão grande que ninguém escuta. O jogo continua quente.
Palmas, com as mãos e os sapatos, brados, guinchos, assovios, delírios. Os corações estão todos off-side. Intervalo.
O segundo tempo muda o jogo, mas os gestos e as palavras são os mesmos, e o resultado é outro. Brasil, Brasil, Brasil!
O resultado foi de 2 x 1.Os nomes dos clubes e dos jogadores esparramam-se ao ar, como confétis sincronizados. O onze vencedor sai arfando, capengando, suando e sorrindo. Um apanha a bola esquecida no chão e leva-a debaixo do braço. Ninguém se importa com a bola. “Entretanto, se não fosse à bola, não haveria futebol”.
- Friedenreich em Blumenau
(1941) Aurélio Sada/Ex craque do Palmeiras e foi um dos colaboradores da revista.
           A edição de Cidade de Blumenau de 24 de maio de 1941, quando tinha Antônio M. Bertoli e João Vieira a dirigir a seção de esportes, trouxe em uma de suas (poucas) páginas, escrito de Luiz Reis intitulado Conversando com “El Tigre”, numa ocasião em que o paulista Arthur Friedenreich, de todos o maior atacante do futebol brasileiro do passado, visitava Blumenau, além de outras cidades do  Estado, desfazendo aqui, ele próprio, a persistente “verdade” de que era filho de Santa Catarina.
           Nome de larga projeção no futebol mundial, como um de seus mais habilidosos e terríveis goleadores de todos os tempos, entre outros detalhes, citou Fried um fato verdadeiramente impressionante, ocorrido no único jogo perdido pelo extinto Paulistano, ao efetuar longo giro pelos gramados da Europa, onde perdeu só uma vez (0 x 1), na França: somente na primeira fase foram marcados 35 escanteios contra o time local da Sete, número jamais registrado em futebol. E nada de bola entrar, para pelo menos igualar a contagem e manter a invencibilidade paulista no Velho Mundo.
Pelé e Friedenreich
           Se Friedenreich, convidado pelo presidente da Liga Blumenauense de Desportos, apitou mesmo a partida entre Brasil e Amazonas, valendo para o turno do 1º campeonato organizado pela entidade dirigida por Alfredo Campos, nada se soube pela imprensa, recebendo o antigo e famoso dianteiro inúmeras demonstrações de apreço e admiração durante sua permanência na cidade, onde esteve para tomar conhecimento de outros detalhes de suas raízes familiares.
           Há pouco menos de 64 anos daquele momento históricos para Blumenau esportiva, vale transcrever a matéria redigida pelo saudoso Luiz Reis sobre revelações feitas por Fried, quando o Café Pinguim era o ponto de convergência de torcedores apaixonados pelo futebol, dados a fococas ou coisas sérias.
           35 ESCANTEIOS
           “Com grande contentamento, fomos encontrar Arthur Friedenreich no Café Pingüim, tarde de 4 feira, cercado de uma roda de desportista locais que, por  vez, trocavam uma extensa rodada de “duplos” deliciosos da Antárctica Paulista (não é reclame). Depois de um pequeno reconhecimento de terreno, avançamos e tomamos parte ativa na “blitzkrieg” Antarctica, ao mesmo tempo que assestávamos as nossas baterias auditivas em direção ao rei do futebol,que, com sua jovialidade e simpatia, era, naturalmente, o centro de atração daquele círculo.
           Fried, amavelmente, respondia perguntas incessantes que de todos os lados lhe endereçavam, já a serviço profissional, em Blumenau, a qual a primeira vez visita. Falou de família, de seus parentes aqui, os quais tinha vontade de conhecer pessoalmente, e os catarinenses ficaram um tanto desconsolados em saber que contrariamente ao que se propala, “El Tigre” não é barriga-verde, mas sim paulista. Seu avô, porém, foi um dos fundadores da comunidade blumenauense e seu pai é nosso conterrâneo. Depois, chegou a vez dele falar alguma coisa da sua extraordinária e inigualável carreira futebolística.
           Modestamente, Friedenreich falou como ocorreu o lance que deu a vitória aos brasileiros, no célebre campeonato sul-americano de 1921. Atribuiu ao não menos famoso Neco o mérito desse grandioso feito, explicando: Neco, de posse do couro, no campo uruguaio, driblou dois adversários e atirou em gol. A bola bateu na trave, voltou ao gramado e Varela, o grande beque uruguaio, cabeceou, mas Fried investe e impedindo a ação daquele zagueiro, coloca a pelota no canto esquerdo da meta dos nossos terríveis competidores, conquistando assim o único tento daquele memorável match. Fried diz que, depois de Scarone, Neco foi o melhor atacante que conheceu.
           Jornada gloriosa do Paulistano, na Europa. Vitórias consecutivas. A única derrota, frente ao Sete, o grande craque acentua que não costuma apresentar desculpas para os insucessos dos jogos em que atuou, mas, a uma pergunta curiosa, responde que como é freqüente em futebol, a célebre vitória do clube francês foi, a seu ver, uma dessas fatalidades da sorte. Adversário inferior, mas entusiasta. Campo diminuto e coberto de neve, que abundantemente caía na ocasião. Logo de início, os franceses atacam e a pelota, interceptada por Barthô, “espirra” no pé deste e vai aninhar-se na rede, desarmando Nestor. Depois desse feito, os europeus colocam-se inteiramente na defesa, anulando todos os ataques dos brasileiros.
           Trinta e cinco escanteios, só no primeiro tempo (coisa nunca vista em futebol) foram consignados contra o Sete, nesse jogo. Mas o Paulistano caiu vencido pela contagem mínima.
           Falou-se na decadência do nosso Futebol. Arthur Friedenreich, como pudemos observar, não se sente bem em tocar neste assunto. Revela que foi um dos fundadores da liga de profissionais em São Paulo, mas visava uma outra finalidade que não a do simples mercantilismo.
           A preciosa palestra ainda continua, cheia de evocações dos áureos tempos em que Fried e seus comandados faziam todas as nações do mundo curvarem-se ante o Brasil, nos campos de futebol, tornando a nossa terra melhor conhecida  lá fora.
           Por último, deu a todos nós uma boa notícia: a pedido, apitará a próxima partida do campeonato, Amazonas x Brasil, no primeiro domingo de junho.
           Com esse feliz remate, terminou a nossa tão desejada conversa com o soberano, ainda não destronado, do futebol mundial.”
           Gols, pênaltis perdidos e o fim.        
   Há quem diga que Arthur Friedenreich tem reconhecido e registrado, na Fifa, o exagerado número de 1329 gols em 1239 jogos, números apurados, não se sabe por quem, a um tempo em que os jogadores atuavam bem menos que a atividade de Pelé, mas é preciso assinalar que Fried cumpriu carreira bem mais longa que o Rei.          
Aqui no Brasil, já houve quem somasse partidas (oficiais) e tentos anotados pelo inesquecível artilheiro em 561 e 554, respectivamente, no período de 1909 a 1935, portanto, numa carreira em torno de 26 anos.
           Por outro lado, a tão explorada lenda de que Friedenreich nunca desperdiçara um dos diversos pênaltis que chutou, carece de verdade. Vários deles não chegaram a ser convertidos pelo craque que ficou na história.
           O dianteiro do pé esquerdo tão temido por goleiros do país e fora dele, nasceu em São Paulo no dia 18 de julho de 1892, morrendo lá mesmo a 6 de setembro de 1969, não sem passar pelos dissabores de uma velhice em que viu apagar-se, pouco a pouco, seu extraordinário nível de popularidade, tornando-se esquecido por gerações que foram se sucedendo e dele apenas ouviram falar.
           Na lei natural das coisas, deu em acusar problemas de saúde de todo inevitáveis, transformado-se em vítima – mais uma – do ostracismo a que são atirados, sejam quais forem, os predestinados ao sucesso e à fama de suas habilidades pessoais.
           Arthur Friedenreich não foi exceção no acaso da vida, desaparecendo em meio à presença e abraços confortantes de amigos e admiradores (poucos) que deixou, curvando-se à ação do tempo, inimigo infalível e implacável do papel que nos é ditado para curtirmos nossas passagens pela vida afora.
Revista Blumenau em Cadernos - Fundação Cultural de Blumenau/TOMO XLVI Julho/agosto 2005 número 7/8
Arquivo de Adalberto Day
 Arquivo - 08/09/1969 ESPORTE JT - FUTEBOL FRIEDENREICH ARTHUR
Pelé e Friedenreich - Produção Foto PB
Revista Blumenau em Cadernos - Fundação Cultural de Blumenau/TOMO XLVI Julho/agosto 2005 número 7/8

sexta-feira, 8 de julho de 2011

- RAPA

Hoje faço esta postagem, e  com isso muita gente certamente vai lembrar da atuação da então chamada por nós de "RAPA", lá pelos fins dos anos de 1960 e início dos anos de 1970.
Lá vem a "RAPA" era uma correria só. Claro aqueles que tinham algum problema, pois quem não deve não teme.
Rádio patrulha de Blumenau faz parte da matéria Segurança Pública, do relatório de prestação de contas do governo de Carlos Curt Zadrozny (1966-1969). Aos fundos, Grande Hotel e antigo prédio das Lojas Flamingo. (Imagem: arquivo de Arno Evandro Gielow e Adalberto Day)
 Publicado no Jornal de Santa Catarina dia 07/07/2011 | N° 12301 ALMANAQUE DO VALE | Jackson Fachini
Adendo: José Geraldo Reis Pfau/publicitário em Blumenau
Considero que a RAPA foi uma nova etapa na vida da comunidade. Se pesquisar veremos que antes disso a "polícia" se resumia a um serviço acionado apenas quando acontecia um "forte" delito. Tem que "chamar" a polícia. Acredito que antes disso só se tenha a história da polícia civil e destacava-se a figura do investigador, e  do Delegado naturalmente. Pouca ou quase nenhuma era a repressão ou a prevenção. Não precisava.
A RAPA foi criada (acredito) depois ou junto da existência de policial militar. Quem chegou antes ? Ela deve ter sido algo semelhante ao que existia no Rio e em São Paulo aonde a violência nas ruas já ocorria. Assalto praticamente não existia, apenas um ou outro "ladrão de galinhas". Vendo aqueles filmes brasileiros da época da pornochanchada você vê só policiais civis, com aquelas camionetes veraneio e não vê a presença de policiais militares. Mas voltando a nossa realidade,"o que teria acontecido para que Blumenau entrasse nesta etapa da vida com mais segurança?".Como terá sido a adaptação deste relacionamento.... lembro do "medo" da RAPA - que existia na cidade. Quando na verdade "quem não deve não teme". ____________________
Adendo 2 : Carlos Braga Mueller/Jornalista e escritor
"Blumenau, infelizmente, sempre foi preterida pelo Governo do Estado, não importa a época ou o partido no poder.
Se a Prefeitura já ajudava o policiamento militar no final dos anos 60, como destaca o relatório do então Prefeito Carlos Curt Zadrozny, com o tempo, ao invés de melhorar, as coisas foram piorando.
Embora esta responsabilidade - SEGURANÇA PÚBLICA - seja do Governo do Estado, criou-se no município de Blumenau, em 1994, um FUNDO para atender as necessidades dos Bombeiros: o FUNREBOM.
No ano seguinte, 1995, este Fundo foi ampliado, estendendo-se às necessidades da Polícia Militar. Passou a chamar-se FUNREBOMPOM.
Em 1999, nova alteração, agora visando estender os recursos para a Polícia Civil. E a sigla foi se estendendo também, passando para FUNREBOMPOMPOC (que sigla, não ?) Sucessivamente foram sendo criadas, também, novas taxas:exames de projetos, vistorias, manutenção, credenciamento, segurança ostensiva contra delitos, segurança preventiva.
Quem paga ?
bancos, indústria, comércio, prestadores de serviços, diversões públicas e esportivas, joalherias, guarda de valores e casas de crédito.
O recolhimento é feito quando a Prefeitura cobra, uma vez por ano, o alvará de funcionamento, sendo cobradas também taxas quando há pedidos de vistoria, etc.  
_________
Adendo 3 : Paulo R. Bornhofen
2.7 Decreto PM nº 1.981, de 18 de setembro de 1962 que aprova o Regulamento do Corpo de Rádio Patrulha da Polícia Militar.
O Serviço de Rádio Patrulha é o policiamento motorizado de objetivo preventivo com possibilidade repressiva, desempenhada por elementos fardados auto transportados em carro com comunicação, com o fim de policiar as diversas zonas da cidade, atendendo as ocorrências policiais em geral.
O presente Decreto cita em seus artigos algumas peculiaridades, que passaremos a citar:
“Art. 2º - O Corpo de Rádio Patrulha da Polícia Militar, unidade especializada de policiamento ostensivo, com raio de ação na Capital do Estado, tem a seu encargo o pronto atendimento de todas as ocorrências de caráter policial.
Art. 4º - O Corpo de Rádio Patrulha será comandando por um oficial combatente de livre escolha do Comando da Corporação, o qual ficará disciplinarmente subordinado à Chefia do Estado-Maior.
Art. 5º - A ação da Rádio Patrulha tem sempre início nos locais das ocorrências e termina com a entrega à autoridade policial mais próxima, de todos os elementos indispensáveis a fim de que esta proceda como de direito.
Art. 7º - Disporá o Corpo de Rádio Patrulha de viaturas (camionetas) devidamente equipadas com aparelhos de rádio comunicação, pronto socorro, extintores de incêndio, camisa de força, tacógrafo e algemas.
Art. 8º - As viaturas serão em números suficiente de modo que cada setor com seu posto disponha de uma, independente das de reserva, destinadas a substituir qualquer das viaturas em serviço por motivo de pane ou revisão.
Art. 9º - O Comando de Rádio Patrulha disporá de uma viatura devidamente equipada, com o letreiro “Rádio Patrulha-Comando” que será destinada a fiscalização rigorosa dos carros em serviços e ao atendimento das necessidades internas do Corpo de Rádio Patrulha.
Art. 13 – Quando em serviço, as viaturas permanecerão estacionadas em seus postos, sempre em permanente escuta com a Central, somente deles se afastarem, para atender a qualquer ocorrência após sua autorização.
Art. 14 – Cada viatura terá uma guarnição composta de quatro homens, assim discriminados:
1 Cabo Comandante.
1 Soldado Motorista.
2 Soldados Patrulheiros.

Art. 19 – Não é permitido o transporte de pessoas portadoras de doenças infecto contagiosa, certificadas ou presumidas ou com sintomas de fraturas graves.
Art. 20 – O uso da sirene deverá ser o mais restrito possível e somente quando a viatura se deslocar para atender a ocorrência extremamente urgentes.
Art. 22 – Nos casos de crimes e contravenções, uma vez efetuada prisões ou detenções serão apresentados à autoridade policial mais próxima, a qual serão entregues, além destes, todo o material ou objetos apreendidos, bem como encaminhados as eventuais testemunhas.
Art. 25 – É proibido utilizar as viaturas Rádio Patrulha para diligências policiais.
Art. 27 - Normalmente, as viaturas de Rádio Patrulha não poderão ultrapassar a velocidade máxima de 40 Km por hora, salvo quando atender ocorrência urgente com autorização da Central.

Art. 28 – Ao Oficial Comandante do Corpo de Rádio Patrulha compete:
1 – Dirigir e fiscalizar o emprego de todas as viaturas da Rádio Patrulha;
2- Ministrar juntamente com os oficiais subalternos de que disponha a instrução diária aos elementos de serviço, que poderá ser feita através do próprio aparelhamento de rádio comunicação das viaturas, com a distribuição prévia de uma ficha sobre o assunto.
3 – Elaborar os planos de policiamento normais e extraordinários que tenham que ser feitos pela

Rádio Patrulha.
Art. 29 – Da Seção de Controle da Central: Será operada por sargentos, dois por turno de 24:00 horas, os quais terão as seguintes atribuições:

1 – Receber e anotar devidamente todas as solicitações para atendimento das ocorrências policiais, determinando o imediato atendimento, através da viatura correspondente à zona respectiva.
2 – Usar da máxima discrição, não divulgando por si ou por seu subordinado ordens relativas ao serviço, nem comentar publicamente pormenores sobre quaisquer ocorrências atendidas.
3 - Não utilizar nem permitir a utilização do aparelhamento de rádio comunicação das viaturas para fins estranhos ao serviço e sempre fazer uso nas comunicações com as viaturas, de linguagem educada, enérgica e incisiva.
Art. 30 – Do Comandante de Guarnição: Como comandante da guarnição, é o cabo o responsável pela disciplina, ação, apresentação de tudo o que de anormal houver com seus elementos durante seu quarto de serviço, competindo-lhe:
1 – Tomar suas decisões sempre apoiados em prescrições legais e de acordo com as determinações emanadas do controle central.
2 - Jamais demonstrar familiaridade com quer que seja quando em serviço e nem alimentar discursão em público, não permitindo que seus comandados o façam.
3 – Nunca deixar de entregar ao Sargento Controlador todo o material inclusive documentos relacionados com o seu serviço nem deixar de relatar, verbalmente ou por escrito o seu desempenho.

Art. 31 – Do Motorista: É dever do motorista:

1 – Ao entrar de serviço, examinar atentamente a viatura, comunicando imediatamente toda e qualquer anormalidade que constatar, sob pena de ser responsabilizado disciplinar e pecuniariamente pela irregularidade havidas e não tenha constatado.
2 – Não abandonar a viatura em hipótese alguma, nem mesmo para socorrer colega, devendo nesse caso chamar imediatamente a Central e pedir socorro com urgência, agindo se necessário, de dentro do próprio veículo, lançando mão de armas para intimidar os turbulentos.
3 – Comunicar com presteza, qualquer irregularidades verificadas no funcionamento ou no equipamento das viaturas e obedecer prontamente as ordens de seu comandante de guarnição.

Art. 32 – Dos Soldados Patrulheiros: É dever de todos os soldados patrulheiros observar a maisrigorosa obediência ao seu comandante de guarnição dele dependendo todas as suas ações no decorrer de todos os serviços, cabendo-lhes ainda:
1 – Ter sempre em vista que agir com calma, prudência e energia é dever do policial.
2 – Apresentar-se para o serviço em perfeito estado de higiene pessoal e asseio de seus uniformes.
3 – Auxiliar com solicitude seus companheiros de guarnição, observando as escalas de serviço.”.
(Decreto nº 1.981).

HISTÓRICO DO 10º BPM - BLUMENAU
Desde o período colonial, a Polícia Militar já se fazia presente em Blumenau-SC, inicialmente em 1848 com 8 (oito) Soldados da Cia de Pedestres instalados em Belchior (hoje pertencente ao Município de Gaspar), que defendiam os colonos dos ataques dos bugres.
Em 1863 foi instalado um grupo de Pedestres na colônia de Dr. Blumenau, também para a defesa dos colonos contra o ataque de bugres.
1871 - Após a visita do Governador, e atendendo às autoridades, foram enviados 3 soldados.
1873 - Foi organizada pelos colonos a Guarda de Batedores de Mato, para a abertura de picadas e defesa contra índios.
1875 - Com o crescimento da população e a infiltração de maus elementos, foi designado o primeiro Delegado, Tenente PM Pedro Félix Gomes, que com mais 10 soldados da Força Pública faziam a segurança de toda a região do Vale do Itajaí.
1968 - Foi instalado o Serviço de rádio Patrulha na cidade de Blumenau, e o destacamento foi transformado em Pelotão subordinado a 4ª Cia do 1º Batalhão na cidade de Itajaí.
1979 - Marca a criação em Blumenau da 1ª Cia do 1º BPM – Itajaí, que foi instalada em 1981 e após vários endereços, veio a se fixar definitivamente no ano de 1982, em prédio próprio na Rua Almirante Tamandaré nº. 1501, atual endereço do Batalhão.
1987 - Foi criado no dia 06 de Março o 10º BPM, ocupando o mesmo espaço físico da então 1ª Companhia do 1º Batalhão de Polícia Militar, e tendo como área de atuação 12 municípios.
1989 - Houve a incorporação ao 10º BPM da Companhia de Rio do Sul, passando a denominar-se 4ª Cia do 10º BPM, com área de atuação em 27 municípios do Alto Vale do Itajaí, ficando o 10º BPM com 39 municípios.
1994 - é criado o 6º Pelotão de Polícia Militar Feminina.
1995 - Em 05 de maio é implantado o Grupo de Polícia de Proteção Ambiental, ativado em 02 de junho. Também em maio de 1995, foi criado o Grupo de Ações Táticas, com ações direcionadas para o atendimento das ocorrências de maior gravidade.
1996 – Foi instalada a primeira Base Operacional em Blumenau, situada no Bairro Itoupava Central, tendo por intuito a descentralização e facilitação do serviço de policiamento nos bairros. Em 1999, foram entregues mais duas bases, uma no Bairro da Velha e outra no Bairro do Garcia.
1999 – Foi implantado o PROERD (Programa Educacional de Resistências às Drogas e à Violência) que atua nos 14 municípios da área do 10º BPM; o programa consiste em levar às escolas instrutores, que através de aulas preventivas ensinam como as Drogas tornam as pessoas violentas e infelizes, ajudando-as a resistirem às pressões que poderão lhes influenciar a experimentar cigarro, maconha, álcool ou inalantes entre outras drogas. Hoje, na área do 10º BPM, o PROERD já vacinou 26415 (Vinte e seis mil e quatrocentos e quinze) crianças contra as drogas e a violência.. E desde o primeiro semestre deste ano vem desenvolvendo o programa também com adolescentes da 6º serie, tendo sua primeira turma formada com 146 alunos em agosto deste do corrente.
2005 - Conforme decreto nº 3.549 de 03 de outubro de 2005, transforma a 1ª Cia do 10º BPM em Guarnição Especial de Polícia Militar de Brusque a qual deixou de pertencer ao 10º BPM, juntamente com os municípios de Botuverá, Gaspar e Guabiruba.
2006 - Conforme decreto nº 3.979 de 31 de janeiro de 2006 o pelotão da cidade de Gaspar retorna a fazer parte da área do 10º BPM.
Atualmente, o 10º Batalhão de Polícia Militar, com efetivo de 553 policiais militares é comandado pelo Tenente Coronel César Luiz Dalri, atende 11 municípios: Apiúna, Ascurra, Benedito Novo, Blumenau, Doutor Pedrinho, Gaspar, Indaial, Pomerode, Rio dos Cedros, Rodeio e Timbó.
ATIVIDADES DESEMPENHADAS PELO 10º BATALHÃO DE POLÍCIA MILITAR
POLICIAMENTO OSTENSIVO A PÉ;
POLICIAMENTO OSTENSIVO MOTORIZADO;
POLICIAMENTO DE TRÂNSITO;
POLICIAMENTO ESCOLAR;
PROERD (Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência);
POLICIAMENTO EM EVENTOS ESPORTIVOS;
POLICIAMENTO VELADO;
POLICIAMENTOS ESPECIAIS (realizado pelo GRUPO DE RESPOSTA TÁTICAS – GRT).
OKTOBERFESTO 10º Batalhão de Polícia Militar também é o responsável pela segurança externa da 2ª maior festa do país, a Oktoberfest. Uma grande festa realizada nesta cidade todos os anos, com duração de 17 dias, onde reúne milhares de turistas, das mais diversas regiões. Nela são empregados aproximadamente 300 policiais militares, responsáveis pela segurança de em média um milhão de pessoas, freqüentadoras da festa. Efetivo este, recebido como reforço das mais diversas unidades da Polícia Militar do Estado.
MARATONA INTERNACIONAL DE BLUMENAU - Dentre os vários eventos que a Polícia Militar atende em Blumenau, destacamos a Maratona Internacional de BLUMENAU , onde todo o efetivo da sede e o reforço de outros municípios da área atuam para garantir a segurança dos participantes da prova e membros da comunidade local.
Polícia Militar de Santa Catarina
- 10º BPM - Rua Almirante Tamandaré, 1501 - Vila Nova - Blumenau
Santa Catarina - CEP 89035-000 - Fone (47) 3221-7300
Desenvolvimento: Sd Valesca e Sd Bruno
Arquivo de Arno Evandro Gielow e Adalberto Day) Colaboração José Geraldo Reis Pfau/Carlos Braga Mueller

segunda-feira, 4 de julho de 2011

- Tangará e as Irmãs Pera

Mais uma participação exclusiva e especial do renomado escritor, jornalista e colunista, Carlos Braga Mueller, que hoje nos relata sobre Antonio Henrique Pera "Tangará" que fez sucesso no rádio em Blumenau. Irmão do não menos famoso José Henrique Pera - técnico  mais famoso do futebol de Blumenau nas décadas entre os anos 1940 até 1960, dos clubes Amazonas, Olímpico e Palmeiras. Ambos José e Antonio, irmão do Manoel Pera "Maneca" também treinador do Olímpico.
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Antônio Henrique Pera, Nascido em  no dia 12 de junho/1913 e falecido em 1985.
 Por Carlos Braga Mueller
O Tangará é uma grata recordação na minha vida do Rádio nos anos 50.
Ele e suas filhas Marina e Silvia formavam o trio "Tangará e as Irmãs Pera".
HISTÓRIAS QUE O RÁDIO CONTA:
TANGARÁ E AS IRMÃS PERA 
PRC4 - Rádio Clube anos 60
Nos anos 50 do Século passado, o rádio era o mais formidável meio de comunicação no Brasil.
As emissoras de ondas curtas alcançavam todo o território brasileiro e apresentavam noticiários, rádionovelas, programas de auditório ao vivo com cantores de sucesso. E foi assim que as rádios das cidades do interior começaram, também, a fazer programações idênticas.
A PRC-4 Rádio Clube de Blumenau montou um elenco de radio novelas. reforçou a programação esportiva, implantou um noticiário que ficou na história, "O Repórter Catarinense", e  lançou uma programação de auditório.
Como o espaço do auditório da PRC-4 naqueles anos era pequeno, tinha apenas 80 poltronas e um palco apertado, o jeito foi realizar o programa em locais maiores.
Como o Cine Busch ficava a apenas uma quadra dos estúdios da PRC-4, foi  estendida uma linha direta até lá e aos domingos pela manhã acontecia o programa "Big Show Dominical".
Auditório da PRC4 Rádio Clube
Ali,  o público divertia-se aplaudindo os artistas locais: Daura Maria, Dalmo Juarez, Vitório Pfiffer, Salomão Eichner, Tangará e as Irmãs Pera eram apenas alguns dos astros que brilhavam nas manhãs de domingo.
Tangará, nome artístico de Antônio Henrique Pera, formava um trio sertanejo com suas duas filhas, Marina e Silvia: Tangará e as Irmãs Pera !
Como o número de seus apreciadores era grande, a PRC-4 abriu espaço para que o Trio se apresentasse todos os dias em um programa exclusivo.
Foi assim que por volta de 1956 entrou no ar o programa "Manhã Sertaneja", que era apresentado pelo radialista Antônio Pera.
Ele se incumbia de ler os textos da propaganda e cantava ao vivo com suas filhas.
- Na foto,  Tangará no centro ao lado de Louro e Lourinho uma dupla sertaneja da época no Studio da antiga PRC4 Rádio Clube de Blumenau.
O programa ia ao ar das 6 da manhã até às 7 horas, de segundas às sextas-feiras.
Tempos depois, quando foi fundada a Rádio Clube de Indaial, isto por volta de 1959, o trio começou um programa também naquela emissora.
Era uma tarefa de Hércules para aqueles tempos; O programa terminava às 7 horas  em Blumenau. E já às 8 horas Tangará e as filhas estavam em Indaial, ao vivo, para mais uma hora no ar.
É que na época o trajeto entre Blumenau e Indaial levava uma hora, pela estrada velha, que passava por Salto Weissbach e Warnow.
Tangará havia comprado um "Ford bigode 1928", com aquelas capotas antigas, e era nessa condução que ele enfrentava todo dia a estrada de barro,  para fazer os programas na rádio de Indaial. 
Muitas vezes, como locutor da PRC-4,  eu tive oportunidade de acompanhar o Tangará e as Irmãs Pera em shows que eles faziam pelo interior.
Me lembro de que uma vez, à noite, fomos a um parque de diversões no Garcia. Naqueles tempos os parques tinham um pequeno palco onde eram apresentados esquetes cômicos e cantores, principalmente duplas sertanejas.
De outra feita o show foi no Cine Mogk de Gaspar.
No decorrer dos anos 60 o trio foi desfeito, acho que Marina e Silvia casaram e abandonaram a vida artística. Tangará já deve ter morrido há tempo.

- Foto: Tangará com  seu Ford A conversível m dos 1º carros em Blumenau
: Festa Junina no Amazonas ano 1969. Da esquerda para a direita: Rogério, Ludgero, Maneca e Tangará. Ou se preferir, Sereno & Madrugada e Manezinho & Tangará.
Tangará  e Zone Cassiano, que . foi um dos pioneiros na comunicação (propaganda) com serviço de auto falante - inclusive veículos do serviço de auto falante -
Antônio Pera era um ilustre garciense. Por isto, se alguém do bairro do Garcia puder complementar esta história bonita do rádio blumenauense, que foi vivenciada graças ao Tangará e as Irmãs Pera, ou que saiba de mais algum fato da vida dos componentes deste trio, deixo a sugestão: mandem estas informações para o blog do Beto Day, para que se possa resgatar valores culturais do nosso município.   
Texto: Carlos Braga Mueller/arquivo de Carlos Braga Mueller/John Pereira (foto do Braga) Arquivo de Amarildo Pera/Adalberto Day

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