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sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

- A Praça da Estação

A imagem do final da década de 1920 mostra a praça e a estação de trem de Blumenau, inaugurada com a linha, em 3 de maio de 1909. O posto funcionou até 1954, quando passou a abrigar o escritório da ferrovia. Em 1974 , a estação, situada onde hoje é a atual prefeitura de Blumenau, foi demolida. (Imagem: arquivo pessoal de Carl Heinz Rothbarth e Adalberto Day
Publicado no Jornal de Santa Catarina - coluna Almanaque do Vale Segunda - feira 22/Nov./2010.
A imagem de 1930 – Mostra a antiga estação ferroviária de Blumenau – demolida a partir de setembro de 1974
– Esta estação funcionou até 1954 – se localizava onde hoje é a atual prefeitura de Blumenau. Em 13 de março de 1971, os trilhos foram arrancados logo depois, sob protestos da comunidade. O trajeto existente e único restaurado da locomotiva fabricada em 1920 compreende apenas 600 metros, vagão de madeira em seu interior, ainda é possível regressar no tempo. O passeio de trem, no Bairro Bela Aliança, em Rio do Sul, relembra os tempos dourados da Estrada de Ferro Santa Catarina (EFSC).
Macuca que está na praça ao lado da prefeitura  (desde 31-08-1991) de Blumenau.
Primeira locomotiva de Blumenau. Importada da Alemanha em 1.908, chegou ao Brasil a bordo do Vapor Klobenz que também trazia oitocentas toneladas de material para a Estrada de Ferro Santa Catarina. Sinônimo de progresso e modernidade quando chegou ao município, em 1908 , a Macuca simboliza a memória de uma época.
obs: (A Macuca prestou serviço de 1909 até 1935, seria  a Locomotiva No. 3, segundo relatórios preservados de Breves Filho, que era o diretor da EFSC. As de No. 1 e 2 foram construídas, respectivamente, em setembro e novembro de 1907, enquanto a Macuca é de 1909. Tanto a No. 1 quanto a No. 2 foram sucateadas em 1932) 
  Além disso, reforça a necessidade de preservação da única locomotiva que sobrou da frota da Estrada de Ferro Santa Catarina (EFSC). Produzida em Berlim, na Alemanha, carregava inicialmente a missão de levar material de construção para as obras ferroviárias entre Blumenau e Indaial. Ela veio para o Vale do Itajaí como uma locomotiva para trens de serviço, mas também puxou trens com autoridades ferroviárias e governamentais e até militares em inspeção ao longo da via férrea.Curiosidade: O apelido “Macuca” foi dado carinhosamente pela comunidade devido a semelhança com o macuco (Tinamus Solitárius – Ave da família Tinamidae). Além da anatomia, o seu apito lembrava o piu do macuco e o ruído da descarga de sua caldeira recordava o som produzido pelas asas da referida ave.
A locomotiva inaugurou o trecho Blumenau - Warnow (cidade de Indaial).
História:
"O primeiro trecho inaugurado em 1909 ligava Blumenau ao Warnow, em Indaial. A possibilidade de percorrer o trajeto a 30 km/h, era fundamental,e mostrava uma nova era pois o transporte mais popular era a carroça na época . Dos 184 quilômetros que a ferrovia já abrangeu, o trem hoje funciona apenas no trecho de Rio do Sul – Ficaram apenas lembranças vivas dos ruídos, a fumaça e o ranger dos trilhos".
A ESTAÇÃO:
A estação de Blumenau, a original, foi inaugurada com a linha, em 03 de maio de 1909, em estilo (Técnica) enxaimel. Em 1.904, o Governo Estadual concedeu autorização a Companhia Colonizadora Hanseática para a construção e exploração de uma via férrea ao longo do Vale. O primeiro trecho, com 30 quilômetros de extensão, entre Blumenau e Warnow, hoje Indaial, foi inaugurado em 3 de maio de 1.909. Em junho do mesmo ano, o leito chegou em Ascurra; e, em outubro em Hansa, atual Ibirama. A Estrada de Ferro Santa Catarina foi a primeira obra da época, realmente planejada na região do Vale do Itajaí. Seu leito foi construído em uma altitude especial, visando a proteção contra as cheias já registradas pelos primeiros colonizadores. Foi desativada em 1954, com a extensão da linha até Itajaí, quando se construiu uma nova estação. Chegou a funcionar por algum tempo juntamente com a nova estação, como pátio de manobras e estação de cargas.
Em 1954, quando o trecho finalmente foi inaugurado, a linha velha permaneceu por uns anos. Normalmente as locomotivas usavam a linha velha para fazer a limpeza da caldeira (jato de vapor) numa ponte que existia perto da velha estação. Mas, isto durou uns anos e depois a linha foi erradicada. A estação velha a partir de 1954, passou a abrigar apenas o escritório da ferrovia, a diretoria, por exemplo, por ser área central da cidade.
Foi este local um dos primeiros a ser "encampado" pela Prefeitura de Blumenau, que ali construiu o fórum da cidade onde era o antigo colégio Luiz Delfino (foto fundos),e onde era a estação a atual prefeitura nova de Blumenau em 1982 - e lamentavelmente demolindo a estação, em 1974 . Além do prédio do fórum, que já não é mais fórum, o local abriga hoje o grande prédio da Prefeitura de Blumenau" (Luiz Carlos Henkels, 2008). Ao lado direito da foto, antigo Hotel Esperança, onde depois foi construída a Casa Willy Sievert, hoje Loja Millium.
__________________________________
(Fonte: A Estrada de Ferro no Vale do Itajaí, de Angelina C. R. Wittman, 2001; Luiz Carlos Henkels, 2008). Wieland Lickfeld
Arquivo : Dalva e Adalberto Day /José Geraldo Reis Pfau / Carl Heinz Rothbarth

10 comentários:

  1. Sr. Adalberto.

    Eu nasci em 1955, e não consegui viver estes momerntos.

    Momentos que cada vez que vejo, me dá um aperto no coração, me emociono, e imagino como deve ter sido maravilhoso, comparando com o que temos hoje em dia.

    um grande abraço

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  2. Boa tarde Adalberto,

    aquele prédio de dois pisos que aparece em primeiro plano era um bar/restaurante que ficava no meio da praça.

    Não aparece na foto, mas bem na esquerda era o Colégio Luiz Belfino e exatamentre alí era o ponto inicial das linhas ônibud para o Garcia e Ruas Itajaí/São Bento.
    Era nesse bar da foto que os motoristas e cobradores faziam hora aguardando o príximo horário de partida.
    A praça chamava-se Viktor Konder e só tinha calçamento na parte próxima à Rua XV, onde tinha existia uma banca de revistas.
    Essa foto deve ser dos anos 30 ou 40, pois nos anos 50 aquela pequena figueira que aparece na frente da estação ferroviária cresceu muito e os motoristas aproveitavam a sua sombra para estacionar os ônibus fugindo do sol de verão de Blumenau.
    Grato por mais uma bela recordação.
    Valter Hiebert

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  3. Nasci em Blumenau em l947.
    Em 1969 vim morar no Rio de Janeiro. É impressionante as saudades que tenho da minha terra Blumenau. Leio e olho as reportagens e fotos, como na época que aí vivi. Maravilhoso...

    abraços
    ivo

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  4. Sorte de quem pôde viver esse período. Deve ter sido algo fantástico andar nessas máquinas.

    Graças ao Sr. Adalberto, podemos reviver essa memória e ao mesmo tempo conhecer a história de alguns prédios que passávamos em frente, mas sabíamos superficialmente o que foi.

    A ferrovia, se tivesse sobrevivido ao tempo, estaria aí fazendo a diferença no custo do transporte e até a facilidade na mobilidade interurbana de pessoas.

    Abs e parabéns por mais um resgate.
    Claus.

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  5. Caro Adalberto, muito belas as imagens da antiga Estação Blumenau. No relatório que fez sobre o período 1966-1969, o ex-prefeito Carlos Curt Zadrosny informa que demoliu a antiga edificação durante o seu mandato. Contudo, esta demolição já estava prevista anteriormente, no contexto do projeto que também previu a damolição do Colégio Luiz Delfino: a construção do Centro Cívico de Blumenau, apresentado pelo ex-prefeito Hercílio Deeke. Este informa em seus relatórios que a EFSC doou o terreno e a antiga estação para que sua sede administrativa fosse instalada no complexo do futuro Centro Cívico. É interessante observar que a construção da nova Prefeitura Municipal de Blumenau, inaugurada em 1982, já fora prevista para aquele local 20 anos antes. Por questões políticas, financeiras ou outras, o Centro Cívico, tal qual projetado, não foi implantado. A EFSC desapareceu, o Fórum foi construído, mas já há algum tempo mudou de endereço, e a própria PMB, segundo informações recentes, poderá ocupar outro espaço no futuro. A paisagem muda e nos acontumamos a cada nova cara dela. Não permitir que ela seja de todo esquecida, em suas variações ao longo do tempo, é o importante papel de quem se dedica à história. Um grande abraço!

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  6. E a Macuca ficou logo ali ao lado, lembrando as antigas viagens...

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  7. Adalberto:
    Eu estudei por um ano na antiga Escola Luiz Delfino - e o bar e restaurante que ficava no meio da praça era dos meus padrinhos, Henrique e Emília Janning. Muita deliciosa carne assada de panela com arroz comi lá com meus pais - isto sem relembrar todas as viagens de trem que fazíamos para a casa dos meus avós Klueger, em Lontras, donde voltávamos com sacos pejados de tangerinas, peras e outras delícias!
    Abraço,
    Urda.

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  8. Parabéns pela postagem. É muito triste ver que o uso do transporte ferroviário ficou no passado. Poucos são os locais que utilizam este recurso para a locomoção de passageiros e cargas. Precisamos que a malha ferroviária seja restaurada e ampliada para desafogar o trânsito rodoviário e até mesmo para baratear o preço do transporte de mercadorias. Além do mais, um passeio de trem contempla os passageiros sempre com belas paisagens.

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  9. Prezado Adalberto,
    Por si só as praças são o centro da vida urbana, se com estação ferroviária se constituiam no ponto máximo de chegada das informações, claro naquela época a logistica de tudo que vinha de fora passava sistematicamente pela Praça da Estação.
    Resgata-las historicamente é mesmo muito importante.
    Abraços,
    Cao

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  10. Sr. Adalberto,

    Nasci em Blumenau, atualmente moro em Curitiba. Recebi hoje da amiga Arlete de Gaspar o endereço de seu Blog e fiquei encantada, pois me emocionei revendo a minha cidade Natal, e também com os bons artigos do seu Blog. Meu pai trabalhou na Companhia Hering.O que mais me chamou atenção foi a história do Trem, relembrei tantos passeios bons para Indaial, Rio do Sul, Mosquito... e bateu uma nostalgia enorme... Parabéns pelo seu Blog! Voltarei mais vezes! Um abraço

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