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sexta-feira, 1 de julho de 2022

- Hotel Garcia

A imagem de 1934 mostra o antigo Hotel Garcia, de propriedade da E.I. Garcia. Construído por volta de 1895 e demolido em 1954, servia para visitantes e funcionários da empresa. Localizava-se na antiga Praça Getúlio Vargas, no Distrito do Garcia. Dirigido primeiro pela família Panoch e depois, Cândido. (Imagem: arquivo de Dalva e Adalberto Day)
Publicado no Jornal de Santa Catarina dia 26/dezembro/2010 , coluna Almanaque do Vale.
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A seguir mostramos o mesmo local em anos diferentes, para mostrar as transformações do local,um entroncamento das ruas Amazonas final, Início da Glória e Progresso.
História
1912 - Hotel Garcia
- Existia no final da Rua Amazonas, um entroncamento que dava acesso às ruas Progresso e Glória, através de uma pequena ponte sobre o Ribeirão Grevsmuhl . Um Hotel de propriedade da Empresa Industrial Garcia (mais ou menos 1895/1954), dirigido pelo Sr, Erwin Panoch, que também era motorista do Diretor da Empresa Industrial Garcia Sr. João Medeiros Júnior. Com o falecimento prematuro do Sr. Panoch em 1938, continuaram os trabalhos no hotel o Sr. Pedro Cândido da Silva. Mais tarde este local no final dos anos 50, passou a chamar-se Praça Getúlio Vargas até 1976, quando então foi aterrada e uma nova praça foi construída onde era a rua 12 de Outubro e atual terminal Garcia, com o mesmo nome.
1926 - Hotel Garcia
Esse Hotel era de exclusividade para funcionários da Empresa Garcia, e também hospedagem a visitas, e outros. Sua capacidade era de 38 a 42 lugares, na parte de cima da edificação. Era um grande quarto coletivo. Na parte de baixo funcionava restaurante, salão e moradia aos que cuidavam de sua manutenção.
Também essa mesma indústria, possuía um outro Hotel na Rua Almirante Saldanha da Gama , com funcionamento entre 1946 até 1950, depois se incorporou em uma divisão das casas, junto as mais de 240 casas populares existentes, para abrigar funcionários da referida empresa, todas construídas em sua própria marcenaria pelos funcionários.
A Antiga Praça Getulio Vargas
A imagem de 1967 mostra a antiga Praça Getulio Vargas,na parte de cima a esquerda, era o estádio do Amazonas e a ponte antiga com acesso a Rua Emilio Tallmann, ao centro E.I.Garcia e abaixo inicio da Rua da Glória com suas casas populares. Antes de ser praça, existiu neste local um Hotel de propriedade da E.I.Garcia, e o Ribeirão Grevsmuhl , com uma pequena ponte coberta, que desembocava no Ribeirão Garcia.
Até 1976 a Rua Amazonas passava por dentro do parque fabril da E.I.Garcia, no entroncamento que fazia a divisória entre os bairros Garcia, Gloria e Progresso. Neste entroncamento existia uma Praça com o nome de Getúlio Vargas, que desapareceu junto com o aterro para a incorporação das duas empresas Garcia e Artex. A mudança do traçado da Rua Amazonas, foi importante no processo de incorporação das duas empresas, porque ambas tinham que pagar ICMS, por transitar com mercadorias, de um lado ao outro da rua. A construção dessa Praça foi em 1954. Recebeu o nome de Getúlio Vargas, pois quando estava sendo construída, Getúlio suicidou-se em 24 de agosto de 1954.
Foi o primeiro local no Garcia na década de 1960, a se estabelecer um ponto de Táxi. Um automóvel da marca DKV e o motorista conhecido como Nino Massaneiro. Palco de apresentações teatrais e políticos, como também de encontros de namorados. As linhas de ônibus funcionavam somente até às 22h30min horas, justamente para que os empregados pudessem retornar logo ao seu lar, e participar de poucos lazeres e poder estar em boas condições de trabalho para o dia seguinte.
Segundo o jornalista e escritor Carlos Braga Mueller , ao longo das décadas a cidade foi crescendo e as praças continuaram fora do panorama da urbe. Foi assim que, há muitos anos, começou a circular uma lenda urbana. Ele conta que alguns governantes de antigamente, mancomunados com empresários tantos, não viam com bons olhos as grandes praças públicas, porque ali os operários ficariam a mercê dos prazeres proibidos: bebida em excesso, ócio nada criativo e, por conseqüência, noites mal dormidas, muita preguiça ao acordar, rendimento péssimo no trabalho do dia seguinte!
Claro que nunca se provou nada, nem ninguém assumiu a culpa pela falta de praças. Esta, foi sempre atribuída à nossa topografia acidentada e ao conturbado espaço físico disponível para tais excentridades ! Curioso é notar que praticamente desde a fundação, a cidade mantém as mesmas praças de sempre.
Este é o mesmo local onde existia o Hotel e depois praça Getúlio Vargas (a esquerda no retângulo) foi aterrada e uma nova Praça com o mesmo nome de Getulio Vargas foi construída próximo ao terminal Urbano Garcia, (imagem a direita no retângulo). A imagem é de 1978.
Arquivo de Dalva e Adalberto Day

10 comentários:

  1. Adalberto,

    Nem durante as festas de fim de ano você para. Parabéns.
    O seu blog é, sem dúvida alguma, um referêncial importantíssimo para entendermos um pouco da história da nossa querida Blumenau.

    Abraços e que em 2011 possamos continuar contando com esta maravilha de blog.

    Paulo R. Bornhofen

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  2. Belo trabalho Adalberto.
    Parabéns.

    Antunes Severo

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  3. Adalberto:
    Além de historiadora, sempre fui uma curiosa da História, desde criança, além de ter me criado no bairro Garcia - e nunca ouvira referência a esse hotel! Conheci muito foi a antiga praça, passagem obrigatória para eu ir para a escola!
    Parabéns pelo resgate histórico!
    Urd.

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  4. Caro Adalberto, ainda que este meio de hospedagem talvez fugisse algo ao padrão de hotel convencional, aberto ao público em geral, não deixa de enriquecer a história da nossa hotelaria e também a da antiga Empresa Industrial Garcia, que o concebeu. Grato pelo post e um grande abraço!

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  5. Excelente artigo. Parabéns e tudo de bom em 2011!

    Adalberto Klüser

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  6. Prezado Adalberto, o "seu" bairro Garcia é realmente fantástico. Essa construção do hotel Garcia poderia ser até residencia de algum "zumbi" famoso, estilo ela tem. Já a questão das praças serem anti-producentes é apenas uma visão pequena, o que seria do Rio de Janeiro sem o "Aterro do Flamengo"; New York sem o "Central Park"; Londres sem "Piccadilly Circus"; Paris sem a "Place de La Concorde"; Roma sem a "Piazza Navona"; Berlim sem a "Postsdamer Platz", isso se pararmos por aqui, evidentemente a lista poderia ser quase infinita. Praticamente até mais da metade das coisas importantes do mundo até hoje aconteceram numa praça. Abraços. Cao

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  7. Alvino da Silva
    Nascido em 1945
    fone (47) 991210265

    Boa noite Sr. Adalberto.
    Hoje li novamente esta postagem. Retornei a minha infância. Meus primeiros quatro anos de vida passei nesta casa. Meu Pai Pedro Cândido da Silva e minha mãe Aquilina (Bohn) da Silva (Família Bohn Gaspar) aparecem na foto e eu também. Muitos fragmentos de lembranças da minha infância vem a tona. Uma delas a respeito do Ribeirão Grevsmuhl, que presenciei a construção da galeria de canalização em 1949. Logo depois saímos dali. E como diz a relato acima, o hotel foi demolido e aterrado o local.

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  8. Superfã
    Eutalia Couto
    Bela foto!Bom dia adoro fotos preto e branca fica mas natural,que linda essa cidade,cada dia mostras fotos novas.As fotos coloridas também são lindas.Os parentes da minha mãe são todos dessa cidade.Amo BLUMENAU você faz a gente voltar no tempo.Obrigado Adalberto Day.

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  9. Catarina Tecla Mistura
    Então está ai uma foto de um hotel , que nem me lembrava mais, é isso que digo , você faz nos lembrar de lugares que tinha no passado e a gente nem lembrava mais. Muito obrigada pelo belo relato e já tenho mais histórias a contar para meus netos!
    Nosso abraço a você e a Dalva...

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  10. Boa Noite. Meu nome Alvino da Silva. Nascido em 15/03/1945. Filho de Pedro Cândido da Silva e Aquilina da Silva. Preciso fazer uma observação sobre o ano 1934 mencionado na primeira foto, sobre o Hotel Garcia. Reconheço as pessoas que aparecem na foto. São minha mãe,meu pai, irmã, e eu. Outras pessoas não as conheço, por serem hospedes do Hotel. Logo a data mais precisa dessa foto deve ser 1947, pois eu devia estar com 2 anos e digo lembrar-me de várias coisas que tenho guardado de minha infância nesse local.Na foto me localizo no ombro do meu Pai. Minha mãe e minha irmã, mais ao fundo à esquerda da foto. Espero que o Sr. Adalberto Day, considere essa minha intervenção, pois se trata de um testemunho verdadeiro.

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