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sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

- As legendárias “Minas de Prata” Parte 1

Histórias de nosso cotidiano.
Mais uma participação exclusiva e especial do renomado escritor, jornalista e colunista, Carlos Braga Mueller, que hoje nos relata sobre as ”Minas de Prata” em Blumenau.
Por Carlos Braga Mueller

AS LEGENDÁRIAS “MINAS DE PRATA” DE BLUMENAU

Em plena “Mata Atlântica”, na região sul do município de Blumenau, onde desponta a Serra do Itajaí, ficam situadas as cabeceiras do Ribeirão Garcia.

Sinuoso, o córrego transforma-se em ribeirão e percorre alguns quilômetros até depositar suas águas, já volumosas, no Itajaí Açu, na curva do rio em frente da PRAÇA HERCÍLIO LUZ , bem no centro de Blumenau.
Por entre essa densa floresta muitos outros córregos deslizam em direção ao Garcia, formando dezenas de afluentes, que garantem um manancial de água importantíssimo para o nosso município.
Esta região é conhecida como Nova Rússia.
No início do século 20, o então superintendente de Blumenau, José Bonifácio da Cunha, já se preocupava com a preservação do manancial e não foram poucas às vezes em que enfrentou vozes que o chamavam de visionário, quando na verdade teria sido esta uma das primeiras manifestações de um blumenauense a favor da conscientização ambiental.
"Em meados do século 20 ainda era possível encontrar-se no meio da mata as antigas construções que abrigaram as empresas de mineração que exploravam as Minas de Prata (Nova Rússia, Blumenau)"
Pois bem, um destes córregos tem o nome de Ribeirão Minas de Prata.
Conta-se que o nome foi dado por um engenheiro de minas alemão, chamado
Vogel, que por volta de 1914 veio para Blumenau a serviço da empresa alemã de mineração Hugo Stines, para fazer prospecções sobre as tão faladas “minas de prata” que existiriam nas fraldas da Serra do Itajaí. Vogel, quando sua empresa faliu, resolveu ficar em Blumenau. Comprou terras na área onde se imaginava existir muito minério de prata e construiu uma casa no Garcia, mais perto do centro da cidade, nas imediações da atual Rua Engenheiro Odebrecht.
Lá no meio da densa mata atlântica, um córrego cortava a sua propriedade e desaguava na margem direita do Ribeirão Garcia, e ele o batizou de Ribeirão Minas de Prata, nome que conserva até hoje. Vogel não resistiu muito tempo a esta aventura no meio do mato e acabou morrendo de desgosto e depressão.
Caminhos que nos levam para as Minas de Prata – Belas construções ainda permanecem.
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POR QUE EXISTIRIA PRATA NO SUL DA REGIÃO?
O historiador José Ferreira da Silva pesquisou alguns escritos deixados pelo professor Rodolfo Hollenweger, nos quais ele revela dados que, embora sem provas, lançam alguma luz sobre como surgiu a lenda das “minas de prata”.
Aliás, de prata elas tinham muito pouco, e sim chumbo, cobre e outros metais, entre os quais até ouro, em quantidades mínimas para justificar um grande empreendimento de mineração.
O professor Hollenweger deixou registrado que em 1830, bem antes do Dr. Hermann Blumenau iniciar sua colônia, um inglês andou a procura de ouro nas cabeceiras do Garcia, e de fato ali encontrou o precioso metal.
O inglês trouxe consigo alguns batedores e um escravo de uns 15 anos de idade, comprado no Rio de Janeiro.
Estes mineradores foram seriamente hostilizados pelos indígenas, que não lhes davam paz. Os mineradores recuaram até a localidade de Garuba, onde encontraram pedras que continham prata. Mas o constante enfrentamento com os índios acabou por afugentar o inglês e seu pessoal, que abandonaram a idéia de enriquecer as custas do minério. Como haviam encontrado prata, surgiu a lenda.
Quarenta anos depois, por volta de 1870, quando Blumenau já era uma colônia que começava a desenvolver-se, o escravo, que acompanhara o patrão até sua morte e alcançara alforria, voltou para a região e chegando à floresta, onde estariam às minas de prata, ali construiu um rancho rústico, no qual passou a habitar.
Ao redor plantou algumas árvores frutíferas e dizem que de vez em quando voltava do trabalho com um dedal cheio de pepitas de ouro.
Conta-se também que tempos depois o ex-escravo vendeu suas terras. Mas os novos proprietários também não duraram muito tempo por ali.
As “minas” ficaram então abandonadas por muito tempo.
Em nosso próximo encontro vamos contar mais um pouco desta excitante história das ”minas de prata” blumenauenses.
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Adendo do Memorialista Niels Deeke
O 1° Mapa da Silbermine, chancelado, sob estampilhas, pelas autoridades do Império, foi levantado por Frederico Deeke e seu cunhado o eng° Heinrich Krohberger em 1881, detalhando minuciosamente as características do terreno e situando um ribeirão então denominado Ribeirão Frederico ( atual ribeirão das Minas, à margem esquerda do Ribeirão Garcia, provindo, este último, da antiga 3ª Vargem, atual Parque das Nascentes), visando estabelecer empreendimento de mineração, obtendo, para tanto, concessão do Império em área restrita, à exploração, limitada a um milhão de metros quadrados.
Resultante da insuficiência de capital, Frederico Deeke transacionou sua concessão com investidores argentinos -da ¨Companhia Cortada¨ - que, após, tornaram-se proprietários de todo o imenso território de 30 milhões de metros quadrados, até os confins do atual município de Botuverá - antes Guabiruba - superfície que contém o ponto culminante de Blumenau, ou seja o antigo Morro dos Argentinos, também conhecido que foi por Morro Buenos Aires e atualmente, é denominado Morro Santo Antônio com 958 metros de altitude. Cumpre esclarecer que o topônimo Botuvera - onde o correto seria Botuberá, foi escolhido justamente por minha indicação pessoal, junto ao então deputado estadual Mário Olinger, quando das tratativas de emancipação do município. Indiquei o termo visando resguardar o anterior indicativo, por sua similitude de acepção com Buenos Aires, vez que Botuverá, em tupi - abanheenga- significa ¨Bons Ares¨, ou Ventos Límpidos e ainda Montanha Brilhante.. Certo que houve subcontratos da empresa ¨Calzada e Cortada¨ com o Sr. Otto Rokholl - associado à mineradora alemã Stinnes- empresário que trouxe, da Alemanha, o eng° Vogel, quando instalaram, precariamente, tanques e equipamentos de lavagem do minério e procederam maiores escavações nas rochas, pequenas cavernas donde fizeram a extração na margem esquerda do ribeirão Garcia. Conforme muito claramente está evidenciado no Mapa, as terras requeridas localizavam-se na margem direita (montante p/ jusante) do ribeirão Garcia.
Houve, também, a exploração procedida pela portentosa empresa ¨Sul Americana de Mineração S/A¨, do Sr. Adriano Seabra ( capitalista português, proprietário da Tecidos Bangu em 1954 e da grande mineradora de tungstênio em Apiaí -Ribeira SP, empreendimento de mineração cuja iniciação, em 1955, se deveu ao empenho de Hercílio Deeke, junto seu grande amigo o Sr. Seabra,.do Rio de Janeiro.
Na oportunidade foram contatados engenheiros, realizadas prospecções e demoradas análises, além execução pela PMB (Prefeitura Municipal de Blumenau) das necessárias obras de melhoria na estrada da Nova Rússia, feitura de pontilhões e alargamento da problemática via pendente nas íngremes ribanceiras do pseudo cânion. Entretanto a atividade da Sul Americana, no alto Garcia, limitou-se a extração experimental do minério, não prosperando devido ao retorno de Seabra e de sua esposa Dona Aurora, já então muito idosos, à Portugal para onde deslocou seus investimentos..
O nome do Inglês era Jünger Albion. Como na Norte América era usual grafar-se primeiramente o patronímico ( sobrenome) e só após e primeiro nome, tanto lá como cá, seus portadores assim eram conhecidos. Portanto o dito Jünger Albion tinha como prenome Albion e sobrenome Jünger, logo ALBION JÜNGER, conhecido do mineralogista prático Frederico Deeke, quando este prospectou, em parceria com americanos, terrenos auríferos na Limeira - Brusque. Aliás, o dito, não era inglês e sim americano ( EEUU), garimpeiro,. que junto ao Sr Read - este de quem Frederico Deeke adquiriu sua vasta gleba de terras na Limeira - tal como norte americanos foram outros que arribaram, muito antes da Guerra da Secessão, no vale do Itajaí Mirim objetivando extrair ouro.
Texto: Carlos Braga Mueller/Revista Blumenau em Cadernos;1968;José Ferreira da Silva. Adendo do Memorialista Niels Deeke
Arquivo de Pedro Prim/ Adalberto Day

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

- A Família Deeke

Consta da árvore genealógica da família Deeke, que seus ancestrais viveram durante séculos, na região Sul da Floresta Hercínia (Harz) na Alemanha central.
Desde o patriarca da família nascido em 1662, os representantes masculinos dedicavam-se, sem exceção a carreira florestal e de monteiria.
Com a emigração para o Novo Mundo, abriram-se novos horizontes ao pendor peculiar da família e, assim, resolveram os Deeke emigrar para o Brasil. Partiu primeiro em 1857, Theodor Deeke, atraído pelas publicações propagandistas do Dr. Blumenau. Seu nome consta sob o n° 727, do livro de matriculas I de imigrantes.
Não se conformou Theodor Friedrich Ernst Deeke com o parcelamento das terras da colônia do Dr. Blumenau em pequenas propriedades rurais, e adquiriu uma grande área onde estabeleceu sua fazenda em Brusque, no rio Limeira.Seguiu-lhe um ano depois Frederico ( Carl Friedrich Ferdinand Georg August) Deeke, genearca da família no Brasil e cujo nome figura no registro de imigrantes sob n° 867, do ano de 1858. Dois anos após veio ainda o irmão mais novo Carl Ernst Deeke, que alistou-se, em 1865, nas Forças Imperiais e seguiu, como Tenente, à Guerra do Paraguai, falecendo em batalha, portanto honrando o patronímico Deeke com a nobre qualificação de Martir da Pátria. Theodor voltou à Alemanha em idade avançada, onde faleceu. Seus descendentes vivem radicados no Estado do Paraná, sob o nome de Oliveira. Na Alemanha extinguiu-se o nome Deeke desse ramo,quando pereceram durante uma epidemia, os três filhos homens de Wilhelm Deeke, único irmão que lá permanecera exercendo a profissão de Couteiro-Mor do Império Alemão.

- Frederico Deeke (Foto)
(Carl Friedrich Ferdinand Georg August), nascido em Braunrode, em 25 de março de 1829, tronco dos portadores do nome DEEKE no Brasil. Casou-se em 1860, com Cristiana Krohberger, irmã do engenheiro-arquiteto Henrique Krohberger, de quem fora companheiro de viagem na sua vinda ao Brasil, mudou-se para Blumenau alguns anos depois. Adquiriu diversos terrenos, de segunda mão, perto da sede.
O local em que se ergue o Teatro Carlos Gomes, foi parte de sua propriedade, que, parcialmente continua em mãos de seus descendestes (1950).
A inclinação pela vida em contato com a natureza induziu-o a passar grande parte de sua vida na floresta, em prolongadas caçadas e a procura de minerais. Foi ele o descobridor e concessionário da mina de prata no Garcia, mas não se lhe tornou possível explorá-la.
Grande conhecedor do mato, prestou, sob este aspecto, relevantes serviços à colonização. Foi-lhe confiado pelo governo , a indicação do Dr. Blumenau, o comando das “guardas”, como se denominam, nos documentos da época, os pelotões de vigilância do “Serviço de proteção contra os Índios”, sendo encarregado ainda de fazer estudos topográficos para a diretoria da colônia, durante as suas inúmeras excursões.
O perigo dos Índios (Indígenas) representava, desde logo, o maior obstáculo para a colonização. Em vários relatórios, Dr. Blumenau mencionava a eficácia da instituição das guardas, realçando o zelo do comandante. Há no arquivo da Prefeitura Municipal (Arquivo Histórico José Ferreira da Silva) três cartas de Frederico Deeke e outras tantas do próprio punho do Dr. Blumenau, referentes a essa atividade.
Constituem tão interessantes quão valiosos documentos históricos, em que se faz, convincentemente, a defesa dos colonos e da administração de Blumenau, acusados de provocaremos índios, e se tornarem, assim, culpados das suas violentas reações. Empenhando-se a diretoria da colônia em estabelecer relações amistosas com os indígenas, Frederico Deeke foi incumbido de procurar um intérprete do idioma dos botocudos.
Encontrou-se um individuo apto para essas funções em São Lourenço, na pessoa do velho Jeremias, numa viagem,que, com esse intuito, realizou o “capitão do mato” (como se chamava o comandante das guardas) ao norte de Santa Catarina e às zonas vizinhas do Paraná.
O interprete Jeremias era um caboclo que, raptado em criança pelos índios Coroados, passara, como se supõe, quatro anos no convívio deles, tendo aprendido também o idioma botocudo de mulheres e crianças prisioneiras daquela tribo.
Se todos esses esforços não deram o resultado almejado, não foi por culpa da diretoria da colônia e, tampouco, do comandante dos batedores de índios.
Dissolvida a instituição das guardas, Frederico Deeke empregou os seus próprios recursos na expectativa de realizar o seu plano pacificador: o entendimento com os habitantes primitivos desta terra.Além do cargo mencionado, Frederico Deeke ocupou outros na vida pública; contudo, o seu principal campo de atuação foram, sempre, as selvas.
Faleceu na madrugada de 6 de setembro de 1895, seguido pela esposa em em 11 de abril de 1897.
Deixou seis filhos:
Maria (1861-1947), casada com Hermann Baumgarten, proprietário de tipografia editor-proprietário do primeiro jornal de Blumenau.
Fides (1863-1929),primeiro tabelião de Blumenau e detentor de vários outros cargos, durante décadas seguidas,com o intervalo, apenas de sua demissão por ocasião da primeira queda do governo republicano de Santa Catarina. Participou da ação contra o comissário de policia Elesbão Pinto da Luz, como todos os participantes no caso, este homiziado até que, por decisão do Supremo Tribunal, cessaram as perseguições aos mesmos. Durante a revolução de 1893-1894, ocupou o cargo de capitão, incorporado a Milícia Nacional, que se havia formado em Blumenau. Acompanhou as tropas legalistas sob a chefia do General Lima Câmara, ao Rio Grande do Sul, e depois de sua volta,em maio de 1894, foi agraciado por Floriano Peixoto, com o título de “Capitão honorário do Exercito Brasileiro”. Data de então do seu reempossamento ao cargo de tabelião.
Mais tarde viveu retraído, exclusivamente dedicado ao trabalho e ao lar.
Felix (1866-1948), abastado lavrador em Rio do Sul, caçador destemido até idade avançada, empreendeu caçadas por seus riscos e sucesso.
Caetano Deeke (nascido em 08 de outubro de 1868, foi durante muitos anos agente de terras em Blumenau,mais tarde,inspetor de patrimônio do Estado,e, depois, titular da diretoria de Terras em Florianópolis. Foi ele delegado de policia em Blumenau na agitada época do início do século 20, em que os casos policiais apresentavam, geralmente, um colorido político.
Frederico (Fritz) (1870-1944) estabeleceu-se em São Paulo, onde viveu modestamente.


José Deeke ((1875-1931). Criado por seu tio Henrique Krohberger, iniciou sua vida profissional,trabalhando a cargo dele, na medição de terras, no interior do município. Mais tarde prestou um exame perante a diretoria de terras em Florianópolis, e se fez agrimensor independente, trabalhando em outras zonas do Estado, principalmente na região serrana, em Curitibanos e Campos Novos.
Foi nesses anos de peregrinação que ele adquiriu profundos conhecimento sobre seu Estado SC, natal, sua fauna, flora, condições geológicas e tantas outras.
Viajou à Europa em 1904, e após a volta aceitou um emprego na administração da então Colônia de Hamônia, atual município de Ibirama. Em 1909, José Deeke foi nomeado diretor das colônias Hanseáticas, a que pertenciam além de Hamônia , dois núcleos em Joinville e outro em São Bento. Exerceu este cargo até 1929,quando se aposentou de todas as suas atividades profissionais e transferiu sua residência para Blumenau. Seguiu depois a carreira de escritor publicando vários, contos típicos da vida cotidiana brasileira e teuto-brasileira. O seu primeiro trabalho literário, foi a História de Blumenau em três pequenos tomos:”Das Munizip Blumenau und seine Entwicklungsgeschichte”, editado em 1917, em São Leopoldo. No livro comemorativo do primeiro centenário da Imigração Alemã em Santa Catarina, publicado em Florianópolis, em 1929, José Deeke contribuiu com um considerável números de trabalhos. José Deeke deixou ainda dois romances inéditos : “Um filho da Colônia” e Dom Carlos da Capa Blanca”, e uma seleção de contos típicos, “Em volta da Fogueira”.

Em 1905 e 1924, a prefeitura de Blumenau publicou mapas por ele desenhados, tendo sido seu maior trabalho neste ramo um mapa de cadastro, representando uma obra de valor e utilidades como poucos municípios possuem.
José Deeke era casado com Emma Rischbieter, cujo nome (E.Deeke) é também muito conhecido na literatura teuto-brasileira, pois ela foi colaboradora de vários almanaques do País e jornais locais. Teve o casal cinco filhos:Christina,Raul, Ilse,Hercilio e Vitor.
Emma Deeke nascida em Blumenau em 7 de julho de 1885, faleceu na mesma cidade, em 10 de abril de 1950.
José Deeke faleceu aos 56 anos de idade, em 24 de agosto de 1931. Enfermo havia muito tempo. Razão por que se retirara da vida ativa profissional,, assim mesmo se encontrava em plena atividade literária, tendo em preparo outro trabalho sobre a história de Blumenau.
Conteúdo extraído do livro Centenário de Blumenau – 1850 – 2 de setembro – 1950-Edição da comissão de Festejos. /Adalberto Day

sábado, 23 de janeiro de 2010

- Humor e conversa na Sommerfest

Conversa na Summerfest

O início da 4ª Summerfest (Sommerfest) foi dia 07/janeiro/2010, e segue até 11/fevereiro/2010 É a Oktotoberfest de verão em Blumenau todas as quintas-feiras, a partir das 19 horas no Parque da Vila Germânica.
Um pouco de humor com Walter Knaesel
Dia desses, foi 18 de Janeiro/2010, assistia o Jornal do Almoço, entrevista com o Alceu, que faz o “Odílio”, não tem?; Manezinho, gente boníssima pelo jeito. Me chamava a atenção, o que não é novidade no Cacau, és um monstro!, sua saudável auto-advertência nostálgica, referindo-se à saudosa Laguna de há tempos não visitada, de que muitas coisas há tempos não fazia e que gostava. É Cacau, tem muita gente que te entende fora da Ilha, sabes disso, e que concordaria as pontes fossem derrubadas. Só que não tem jeito, é o progresso, visse? Aí pensei comigo, blumenauense da cepa, mas é muito Florianópolis! né “quirido”, que o mundo globalizado é cada vez mais regionalizado, entendesse? Pensei melhor, não, nunca vou deixar de te admirar oh Beleza sem par, invadida, aSSim de mala, da até dó.
Mas o Cacau da cepa tem a mesma preocupação que outros com suas raízes, outras cidades “escolhidas”. É a mão de deus, o trabalho dos homens e Blumenau é uma dessas. Foi de onde saiu o primeiro canal de tv do estado, hoje RBS. Aliás, Blumenau é primeiro em tanta coisa que nem se conta nos dedos. Aí pensei mais um pouquinho, falei pra mim assim: Floripa forever, mas Blumenau também, né oh, que eu quero não só ti ver passar na tela, mas ouvir alguém que depois, ou antes, ou não sei quando, faça o mesmo papel do Cacau na RBS da Blumenáutica, show de bola, dos cabeça dura, do ein prosit, dos italiani, ostia, cramenta, e dos açorianos, digo, tijucanos, qués o que, tu? Aliás, me desculpem a ousadia, mas eu preciso dizer, porque andei pelas ruas de Blumenau, dia desses, matando as saudades do tempo de estafeta, que dureza, naquele sol brabo, entra em banco, ar condicionado, sai do banco, aquele bafo do sol de atravessado no paralelepípedo - consegues falar isso bem rapidinho?

Paralelepípedo -. Agora é tudo asfalto e pavê, coisa mais linda essa cidade, oh galega: é que eu já tinha lido o Maicon Tenfen e o cara me fala de uma antologia poética que o Endoença acaba de publicar sobre as duas fases da literatura blumenauense, e eu acho que nós vamos entrar numa terceira, belíssima, já, já. Jajá, oh, aquele que trabalhava na tecelagem, terceiro turno, mora em Balneário, se deu bem, tu. Uma terceira fase, sim, junção das duas e mais alguma coisa oh, escuta aqui tu: Blumenau não é uma pequena Alemanha, e o digo com todo respeito e um pouco de atrevimento; Blumenau é Blumenau, dos cabeça dura, dos açorianos, desculpa, tijucanos, e dos italiani, de “Rudeio”, da Ascura, da Apiúna e Rio dos Cedros, mas também de Nova Trento e Gabiruba e São João Batista e..., dedo torto, é essa gaiola, visse? Talvez esse cara pudesse ser o Maicon Tenfen – isso é alemão ou italiano? Tafner é alemão ou italiano? Não, cara, é da Áustria? - Já que não vejo mais o Magrão, o Albino Kamer, lembras? Ele fazia a mesma coisa que o Cacau, até cruzava os braços, pô, colocar o Falcão no time é covardia. O da Malwee, oh, escuta aqui tu, no jogo em Pomerode, Prosit.
E o Horácio se foi, aquele alemão, já teve em Joinvile, amava Balneário, não tem? Oh, mais isso já é coisa de manezinho oh, escuta aqui tu: Blumenau, Blumenautica, Blumeta - essa é do Serginho, num programa de rock na Rádio Blumenau, “a FM do seu Rádio”, com aquele vozeirão do Jairo Casa Grande e tinha um outro não me lembro o nome agora, tu, sobrenome russo, que também apresentava o FUC e a miss Blumenau e que depois virou gerente da Breitkopf, orra nomezinho difícil, tu, tu lembras? O Serginho, aquele dum braço só, rapaz. Blumenalva, Nauemblu, o escambau, não sei: mas com todo respeito aos mais velhos - que é bom e eu gosto - oh, ema trof: primeiro que Blumenau é Blumenau, né nego, e segundo Blumenau me lembra, com a pouca informação que tenho, da Áustria; ah, mas isso é coisa de Joinvile, tu. Não, não, é o seguinte: é que Blumenau juntou alemão e italiano, tu, e eles nem se brigam mais: falar em briga, tu lembra o Maba e o Uli? O Uli - acho que é Uli - era aquele cara que nasceu em Indaial, não Timbó não, Indaial, rapaz, que de Timbó era o Bell, nada a ver,

O Uli que devia ter unsch dosch metro e meio e três de ombro, aquele armário, e andava enfiado num Puma, tu acreditas? Um Puma vermelho – tu sabes como põe 50 alemães num Fusca, não sabes? E 50 italiano, tu sabes? E cinqüenta tijucano? É só dizer que tem um canarinho belga ali na gaiola, oh, dedo torto, tijucano é da cepa, é tudo blumenauense. Sabe tudo esse aí, és um Monstro!, epa [sou do tempo do epa], Florianópolis de novo? Não, não é manezinho, rapaz, isso é coisa de açoriano, epa, tijucano, então pode, és um Monstro, família de Brusque o rapaz. Quem? O Guga do Brasil, que nobreza, não quer ser lembrado pelo nome, mas pela defesa ao País! Catarina da cepa esse aí, tu. Lembras do Seu Odorico Soares, trabalhava no Banco Inco? Não era do meu tempo, sou moço ainda, sou do tempo do Guga, nascido em Florianópolis, não sei, mas a família é de Bruschque. Vamos ver como é que o Metropolitano se sai no Augusto Bauer, que eu sou moço ainda. Sim, eu fui ver o BEC umas tantas vezes, mas nunca gostei que trocaram o Palmeirinha pelo BEC, imitando o JEC, “fui”, esca, ostia, que eu também não sou tão novo assim, tu. Bom esse chopp, é de Gaspar, tu, é da margem esquerda. E o Maba, faixa preta, cara, osso duro, não tinha baile sem briga, ah, mas hoje é só aquela música chata, aSSim de mala, tu. E o Dirceu, do Banco do Brasil, tu lembra daquele azulão? O cara metia respeito, tu.

Chega, tais falando demais, oh, escuta aqui, tu: Porque Áustria? Não, não é o suficiente, é mais Suíça. Porque, tu? Porque tem açoriano, digo, tijucano. Blumenau sempre teve ponte. Não, o Cacau faz um trabalho que é a coisa mais “quirida”, tu, que é alisar o cabelo da Catarina, a Santa, que é castanha, cruza de alemão com italiano, com africano e açoriano, digo tijucano, só que penteia sempre pro mesmo lado, né? Eu não sei definir Blumenau, mas vou pensar mais um pouqinho e ver a galega passar, tu. Oh, bonita essa festa, hein? É Blumenau, tô te dizendo. Vamos dá uma pescada amanhã?
Walter Knaesel - Blumenau-SC
Arquivo: fotos da festa  de Jaime Batista da Silva e Adalberto Day

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

- O Time dos Coroinhas


A imagem de 1960 mostra o time dos coroinhas da Igreja Nossa Senhora da Glória, na época era o Frei João Maria.
Todos eram vascaínos, por isso a camisa ser idêntica. Da (E) para a Direita em pé: Deusdith de Souza, Nelson Bodemueller, Jacó Thomasi, Laércio Moritz, Oswaldo Pfiffer filho, Idelceu Prebianca, Agachados: Luiz Carlos de Oliveira, Edélcio Heiden, Deoclécio Moreira, Airton Pereira, Erico Morbis, Antonio Vieira,Arnoldo Isense. A foto foi batida no Grupo Escolar São José, e valia uma garrafa de capilé.
Publicado no Jornal de Santa Catarina –21 /01/2010, coluna ALMANAQUE DO VALE - Geraldo Ferreira

Arquivo: Adalberto Day/Álvaro Luiz dos Santos

A Igreja Nossa Senhora da Glória (pedra fundamental em 1942) inaugurada em 16 de março de 1947 .
Quem sugeriu o nome da igreja e ajudou a fundá-la foi o frei Beda Koch, já na segunda comissão presidida pelo Sr. Rafael Rosini.
Arquivo de Adalberto Day

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

- Alagamentos na Rua Júlio Heiden


Carlos Alberto, Paulo França, Cleverson  João Batista e José Luis Gaspar  Clerici
Por solicitação nossa, esteve no dia 13 de Novembro 2009, o secretário de Estado de Desenvolvimento Regional de Blumenau, Paulo França, acompanhado do Gerente de Infraestrutura Cleverton João Batista, o Diretor de Articulação Política Comunitária, José Luis Gaspar Clerici, juntamente com lideranças da comunidade Carlos Alberto Salles de Oliveira, Presidente da Comissão Pró Construção do AGG, e Adalberto Day líder comunitário e secretário da Comissão Pró construção do AGG.
Na oportunidade solicitamos ao Secretário Paulo França e Gerente de Ifraestrutura Cleverson, mais agilidade nas obras da região. No caso das imagens, no final da Rua Júlio Heiden. Também foi solicitada uma travessia com tubos para melhor escoamento das águas. Os tubos apareceram na rua conforme foto Abaixo, mas não foram colocados. Alegação da empresa executora da obra “VIAPAV CONSTRUTORA LTDA” de Camboriú, não estava contemplada  no planejamento ou contrato.


- Na sexta-feira dia 15/janeiro/2010, o morador e Professor Irineu Pereira, ligou para a Rádio Nereu Ramos, programa Espaço Comunitário, do Jornalista Paulo Cesar – PC, reclamando da não execução das obras, já que os tubos estavam ali (Foto acima)  e foram retirados. O professor Irineu, alegou na oportunidade que qualquer chuva a rua fica tomada pelas águas, dificultando a circulação de veículos.
- Em seguida para reforçar as palavras do professor Irineu, eu Adalberto Day, entrei em contato com o programa, e confirmei seus questionamentos.
O Apresentador Paulo Cesar, tentou contato com o Secretário Paulo França, mas o mesmo se encontra em férias.

Raimundo Mette e Cleverson
Na manhã de Hoje 19/janeiro/2010 O Diretor Geral da Secretaria de Desenvolvimento Regional Raimundo Mette que está substituindo o período de férias do Secretário Paulo França, entrou em contato comigo, para conversar sobre o assunto. Na oportunidade, Mette agendou uma visita ao local para as 14h30mins, juntamente com o Gerente de infraestrutura Cleverson. No horário combinado, estávamos ali tentando as soluções viáveis pra a obra. Tanto Raimundo Mette como Cleverson, nos garantiram que serão executadas as travessias conforme combinado, apesar de não estar no projeto de recuperação da obra, pela empresa contratada. Raimundo Mette, disse que havia conversado com a empresa que executou a obra, garantiu que irá fazer essa travessia com tubos adequados para um bom escoamento das águas, sem custo adicional ao Estado ou Município.

Obra da Júlio Heiden
A empresa queria terminar a obra, o quanto antes, desejo este também de toda a comunidade, e acabou não colocando a tubulação, assim a rua sofrerá uma intervenção causando alguns transtornos à comunidade. Queremos ressaltar que a obra conforme mostram as imagens, foi bem executada, trazendo mais tranqüilidade a comunidade do bairro Progresso.
Durante a  visita a obra, o Jornalista Cristiano Silva da Rádio Nereu Ramos fez uma entrevista ao vivo comigo e Raimundo Mette, programa “Opinião Pública”, onde relatamos os fatos acima.
Adalberto Day Cientista social e pesquisador da História

domingo, 17 de janeiro de 2010

- O médico Paulo Pedro Mayerle


Um marco na medicina local
A história da medicina em Blumenau se confunde com os esforços do médico Paulo Pedro Mayerle. Depois de formar-se médico pela Universidade do Paraná em dezembro de 1937, o joinvilense nascido em 3 de janeiro de 1914 resolveu se estabelecer em Blumenau. Três anos depois de formado, já em 1940, ingressou no Hospital Santa Isabel. Por coincidência, quis o destino que o médico morresse em 4 de fevereiro de 1997, de insuficiência respiratória, justamente no hospital onde ajudou a salvar vidas por 57 anos..

A carreira de Mayerle no hospital foi marcada pelo sucesso. Foi membro do corpo médico, do conselho Administrativo e, mais tarde, homenageado como Membro Honorífico. Em 1993 recebeu o titulo de Cidadão Blumenauense, sendo ainda condecorado pelo governo do Estado com a Medalha Anita Garibaldi.
Além da capacidade, uma das características mais marcantes de Mayerle era a dedicação ao trabalho. Ficou famoso por manter o habito de ser sempre um dos primeiros a chegar ao trabalho, independente do horário que saia, muitas vezes ficando até altas horas da madrugada participando de cirurgias.
Também tinha uma espécie de sede por novos conhecimentos clínicos. Mesmo como novato no Hospital Santa Isabel, Mayerle se destacava pela vontade de inovar. Foi responsável pela chegada do primeiro lote de penicilina na cidade, para onde trouxe ainda o primeiro aparelho moderno de anestesia. Fez cursos no Exterior para trazer novas técnicas cirúrgicas para Blumenau.

Hospital Santa Isabel
Era profundamente habilitado para atuar em clinica geral, pediatria, analises clinicas, radiologia, entre outras especialidades. A Universidade Regional de Blumenau (Furb) gravou,em 1994, o depoimento do médico em filme para resgatar a historia da medicina na região. O médico alias, já havia doado seu arquivo pessoal e vasta biblioteca para o curso de Medicina da Furb, onde sempre foi respeitado e inspirava os jovens doutores. Ainda em vida, Mayerle recebeu o titulo de patrono de honra do curso de Medicina da Furb.
Suplemento do Jornal de Santa Catarina, sábado 2/setembro/2000 Volume 3 – Personagens, lugares e construções.
Foto: Arquivo Histórico José Ferreira da Silva/Adalberto Day

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

- O Cinema em Blumenau - Parte XVII

Mais uma participação exclusiva e especial do renomado escritor, jornalista e colunista, Carlos Braga Mueller, que hoje nos relata sobre o fim do cinema de rua em Blumenau.




Por Carlos Braga Mueller
 
Como terminaram os cinemas de rua em Blumenau.
Rua XV de Novembro Blumenau
"Cinema de Rua" é, hoje em dia, um termo que generaliza os cinemas instalados em prédios próprios, ou alugados, situados em vias públicas no Brasil. Ou em qualquer parte do mundo.
No Rio de Janeiro das primeiras décadas do século XX surgiu a Cinelândia, área central da "cidade maravilhosa" onde se localizavam os maiores e mais luxuosos cinemas do Brasil.
Até aí só existia este tipo de cinema, bem situado, geralmente na rua principal de uma cidade. A qualificação de "cinema de rua" surgiu pelos anos 80, quando os cinemas migraram para os shoppings, mais seguros, com estacionamento, uma verdadeira mini cidade abrigando pessoas em busca de lazer e diversão...
Não resta a menor dúvida, a concorrência era brutal. Ninguém trocava um cinema de shopping por um de rua!
Até que "a pedra caiu", e começaram os questionamentos:

- Mas onde ficou o cinema tradicional? Aquele das salas grandes, de mil lugares e até mais; do gongo batendo e abrindo as matinês de domingos; da troca de gibis; dos seriados que levavam crianças e adultos todas as semanas aos cinemas para torcer pelos mocinhos?
Quem estava na sala de espera, aguardando a vez de entrar na próxima sessão, ouvia o barulho da torcida quando o filme mostrava o mocinho surrando os bandidos.
Era emoção na tela e na platéia. Os espectadores saiam da sala sorrindo, comentando o filme; ou então as lágrimas revelavam que o filme tinha sido um dramalhão daquele tamanho, especialidade das produções mexicanas da Pelmex.
Assim, vencidos primeiro pela televisão nos anos 60 e 70; depois pelos shoppings Center, os "cinemas de rua" foram desaparecendo. A tal ponto que hoje em dia prefeituras, como a de São Paulo, estimulam e dão incentivos aos exibidores que se "arrisquem" de novo a montar cinemas de rua nas cidades brasileiras.
O Extermínio em Blumenau
Em 1972, premido pela falta de público, que só queria ver as novelas da televisão, uma novidade na época, o Cine Atlas da Vila Nova fechou suas portas.
Cartazes e ao centro Cine Garcia
Dois anos depois - 1974 - a comunidade católica da Paróquia Santo Antônio comprou o prédio onde funcionava o Cine Garcia, na Rua Amazonas, transformando-o em igreja até 1978, quando foi demolido (1979) e o espaço incorporado ao pátio da Paróquia.
1983 - Uma enchente eleva em mais de 15 metros o nível do Rio Itajaí Açú. As águas invadem não só o porão do Cine Busch na Alameda Rio Branco, o que não era novidade, mas entram na platéia inferior do Cine Blumenau, localizado nos altos da Rua 15 de Novembro.
Cerca de um mês depois o Busch volta às sessões normais. Mas o Cine Blumenau nunca mais reabriu.`Por meses permaneceu pendurado, encimando a porta principal, um cartaz anunciando o último filme exibido: "Eu, Christiane F..."
Em 1984 Blumenau viveu outra enchente, tão ou mais agressiva que a do ano anterior.
Nas duas vezes o Cine Mogk da Itoupava Norte também foi inundado. Até que em 1986, o pioneiro Walter Mogk desistiu e também cerrou as portas do seu cinema.
1991 - O Cine Carlitos, que funcionava na Rua Nereu Ramos e que também sofreu com as repetidas enchentes, paralisa suas atividades.

1992 - O Cine Busch, até então arrendado à Empresa Lageana de Cinema, fecha definitivamente suas portas. Os herdeiros de Busch haviam vendido a propriedade ao empresário do ramo hoteleiro, Cláudio Gaertner, que reforma o prédio, guardando as características originais, ali instalando um Centro de Convenções.
Pronto. Blumenau não tinha mais cinemas...
Logo em seguida, em 1993, era aberto o Shopping Neumarkt em Blumenau, na Rua 7 de Setembro, e a empresa gaúcha GNC Cinemas inaugurou ali duas salas no andar térreo. Anos depois os cinemas passaram para o andar superior do shopping, onde atualmente funcionam 6 salas.
Agora, com o anúncio da construção de mais 2 shoppings em Blumenau, garantem os incorporadores que haverá mais 5 salas de cinema em um deles e mais 6 no outro, o que vai totalizar 17 salas em Blumenau. Uma senhora opção de locais para se assistir um bom filme !

Mas a magia dos cinemas de rua deixou de existir. Os mais novos nem sabem o que era isso; os mais velhos, porém, não esquecerão nunca o "escurinho do cinema" das matinês, onde beijos roubados na platéia eram estalados a todo o momento. Para desespero dos "lanterninhas" !
Ave Cine ! Nós te saudamos.
Texto: Carlos Braga Mueller/arquivo de Adalberto Day

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

- Dia dos Reis

Fui entrevistar o meu amigo José Valdir de Souza, mais conhecido como “Zé Valdir” um dos componentes do Grupo Terno de Reis Família Dias, do bairro Progresso em Blumenau, em seu Bazar no início da Rua Rui Barbosa – Progresso, na Ponte Preta.
Essa entrevista é uma forma de homenagear a todos os grupos de Terno de Reis de Blumenau e Santa Catarina. A Família Dias é um dos grupos de Terno de Reis orgulho de nosso bairro e de Blumenau, com renome em todo Brasil.
O Coordenador do Grupo é José Oliveira Dias, um amigo desde os tempos de empresa Garcia e Artex.
Depoimento de “Zé Valdir" foto”
No ano (378?) 385 d.C. oficializou-se como o dia 25 de dezembro, dia  do nascimento do Menino Jesus, baseado em critérios políticos e científicos, aproveitando uma festa pagã dedicada ao Rei Sol, confirmando aquilo que Jesus disse “Eu sou a Luz do Mundo”.
- Somente no ano de 1600 a Igreja Católica incluiu os três Reis Magos nas celebrações natalinas, que visitaram Jesus na Manjedoura de Belém, ofertando Ouro, Mirra, e Incenso, foram eles, Baltazer, Bechior (ou Melchior), e Gaspar, que teriam chegado ao local do nascimento de Cristo no dia 06 de Janeiro.
Nosso Terno de Reis de Santa Catarina, tem origem nas Ilhas dos Açores.
As visitas ás casas são previamente combinadas entre o grupo, mas de surpresa. Quando a família já se encontra descansando. Pede-se através dos versos da cantoria, para o dono da Casa se levantar.
Cantoria
“Sei que voz estais dormindo e com os anjos estão sonhando, venha receber nosso Terno de Reis que em sua casa está chegando”. 
“Numa humilde estrebaria nasceu o Menino Jesus, se você está nos ouvindo, nos de um sinal com Luz”. 
“Já se você gostou do Terno, uma coisa vamos pedir com sua mão sagrada sua porta venha abrir”.

- Adentrando a Casa se canta mais algumas músicas, e a  alegria contagia.
O dono da casa oferece alguma coisa, ex: Refrigerantes, Café, Doces  Natalinos.
Após a confraternização, e cantando a despedida em versos de improviso.
Nosso Terno vai embora, então vamos nos retirar pra cantar em outras casas até o dia Clarear”.
Curiosidades:
A denominação de Terno de Reis tem relação com o número três.
  • Três são os magos que vieram de Três continentes diferentes.
  • Três foram os presentes ofertados ao Menino Jesus.
  • A cantoria nas casas é dividida em três partes; chegada anúncio e despedida.
  • Antigamente o terno de Reis era respeitosamente cantado por três elementos, nos tempos atuais, essa regra foi abolida.
  • Três são as pessoas da Sagrada família; Jesus, Maria e José.
  • Três são as pessoas da Santíssima Trindade; Pai, Filho e Espírito Santo.
Terno de Reis :Família Dias
- Coordenador : José Oliveira Dias.
- Zé Valdir: Viola, cantoria e voz.
- Doraci Dias: Voz
- Lenir Massaneiro: Voz
-Jorge Roberto : Cavaquinho
- Marcos Dias :Violão 12 cordas e Voz.
- Onivaldo Detzel: Violino e Voz
- Eduardo: Afoxé, Henrique: Voz, Lais Helena: Pandeiro e Voz, Andrew Ariel: Atabaque.

Para saber mais acesse: http://blogovagalume.blogspot.com/2010/01/hoje-e-dia-de-reis.html  Blog O Vagalume Miracema/Niterói-RJ
Angeline Coimbra
Os Três Reis Magos
Segundo a tradição, os Reis Magos eram três: Gaspar, cujo nome significa “Aquele que vai inspecionar”; Melchior, que quer dizer: “Meu Rei é luz”; e Baltasar, que se traduz por: “Deus manifesta o Rei”.
Os Reis Magos só são mencionados em apenas um dos quatro evangelhos, o de Mateus. Nos 12 versículos em que trata do assunto, Mateus não especifica o número deles. Sabe-se apenas que eram mais de um, porque a citação está no plural – e não há nenhuma menção de que eram reis.
Cerca de 800 anos depois do nascimento de Jesus, eles foram associados a regiões do mundo antigo: Melchior, rei da Pérsia; Gaspar, rei da Índia; e Baltazar, rei da Arábia. Em hebreu, esses nomes significavam “rei da luz” (melichior), “o branco” (gathaspa) e “senhor dos tesouros” (bithisarea).
De qualquer forma, a tradição permaneceu viva e foi apenas no século III que eles receberam o título de reis – provavelmente como uma maneira de confirmar a profecia contida no Salmo 72: “Todos os reis hão de adorá-lo”.
O fato relevante é que a palavra mago deriva do latim magus e do grego mágos e significa sábio e sacerdote da Persia. Os Mágoi, ou Magos, faziam parte de uma casta sacerdotal detentora de todas as ciências, inclusive as ocultas. Dedicavam-se ao estudo da Astrologia e Astronomia. Tratavam-se de sacerdotes da religião zoroástrica e teriam ligação com Balaão, contemporâneo de Moisés (Números 24:17).
Tudo indica que os Magos eram astrólogos, já que seguiam estrelas e faziam cálculos para saber dia e local onde ocorreria o nascimento de Jesus, marcando o advento e o início de uma Nova Era: a Era de Peixes. A Estrela de Belém, tão mencionada nas escrituras, pode ter sido um alinhamento planetário entre Júpiter, Saturno e Marte, representando simbolicamente os três povos conhecidos: o branco (Júpiter) representado por Melchior, o negro (Saturno), representado por Baltazar, e o amarelo, asiático (Marte), Gaspar.
Esse alinhamento deve ter acontecido no signo de Peixes, no mesmo período em que tinha início a Era de Peixes, a era Cristã, marcada pelo nascimento de Jesus e pelo posicionamento do Equinócio a 0º da constelação de Peixes. Esse fenômeno celeste aconteceu por volta do ano 6 a.C., já que se sabe que o nascimento de Jesus pode ter ocorrido de 6 a 7 anos antes do inicio do nosso calendário, que passou por várias reformas e ajustes.
A Astrologia nesse período tinha um papel muito importante no oriente médio, por isso seria natural associar um evento celeste ao nascimento de Jesus, assim como se associou um eclipse à morte de Herodes e um cometa ao assassinato de Júlio César em 44 a.C. Estrelas em movimento ou cadentes pressagiavam a morte de grandes homens ou nascimento de deuses, como Agni, Buda e Cristo.

Foi Johannes Kepler, Astrólogo, astrônomo e matemático que, em 17 de dezembro de 1603, na cidade de Praga, fez as primeiras associações astronômicas à Estrela de Belém. Ele estava observando em seu simples telescópio a conjunção de Júpiter e Saturno na constelação de Peixes. Essa conjunção fazia com que os dois planetas somassem seus brilhos e parecessem com uma nova estrela, muito brilhante. Sendo um homem estudioso e postulante a pastor, Kepler lembrou-se do que havia lido num texto do Rabino Abravanel (1437-1508): os Astrólogos judeus diziam que quando Saturno fizesse conjunção com Júpiter em Peixes o Messias viria. Isto porque sabiam, e os Magos também, que a constelação de Peixes era conhecida como Casa de Israel, era o signo do Messias e sinal do fim dos tempos. Júpiter era a estrela real da casa de Davi e do príncipe do mundo e Saturno, a estrela protetora de Israel, da Palestina no oriente. Assim, eles compreenderam, por meio dos significados astrológicos da constelação e dos planetas envolvidos, que o Senhor do final dos tempos havia nascido.
Essa conjunção durou cinco meses durante o ano 7 a.C. – provável ano efetivo de nascimento de Jesus – de 29 de maio a 08 de junho, de 26 de setembro a 6 de outubro e de 05 a 15 de dezembro e pôde ser vista com grande nitidez e claridade na região do Mediterrâneo. Kepler julgou ter encontrado a Estrela de Belém, mas não levou o assunto adiante...
Foi apenas em 1925 que esse tema voltou a ser estudado. O estudioso alemão Paul Schnabel encontrou registros dessa conjunção em tabuinhas de argila datadas da antiga Babilônia e do período neo-babilônico. Essas pequenas tábuas estão em escrita cuneiforme e são registros astrológicos da antiga Escola de Astrologia de Sippar (Zimbir em sumério, Sippar em assírio-babilônio), atual sítio arqueológico de duas antigas cidades da baixa Mesopotâmia, separadas por apenas sete quilômetros na Babilônia, atual Iraque. Escavações realizadas no final do séc. XIX encontraram ainda os restos de um templo e um zigurate dedicado a Shamash – deus solar, e Ebabbar – o antigo escriba da Escola de Astrologia. Atualmente, essas tabuinhas se encontram no Museu de Berlim, Alemanha.

Chegando ao local onde estava o menino Jesus, meses depois de seu nascimento, os magos abriram seus cofres e entregaram grande quantidade de presentes aos pais, Maria e José. Em seguida, cada um deles entregou uma moeda de ouro como presente para Jesus. O primeiro mago o presenteou com ouro, o segundo com incenso e o terceiro, com mirra, para reafirmar a natureza nobre, a realeza de Jesus. Desde o início dos tempos o ouro é um dos artigos mais valiosos para a humanidade. O incenso aromático era o símbolo da função sacerdotal que Jesus viria a desempenhar e a mirra simbolizava o alívio das dores que Ele sofreria em sua crucificação. No ritual da Antigüidade, ouro era o presente para um rei. Incenso, para um religioso e Mirra, para um profeta. A mirra era usada para embalsamar corpos e, simbolicamente, representava a imortalidade.
Quem hoje visitar a Catedral de Colônia, na Alemanha, será informado de que ali repousam os restos dos 3 Reis Magos. De acordo com uma tradição medieval, os magos teriam se reencontrado quase 50 anos depois do primeiro Natal, em Sewa, uma cidade da Turquia, onde viriam a falecer. Mais tarde, seus corpos teriam sido levados para Milão, na Itália, onde permaneceram até o século 12, quando o imperador germânico Frederico dominou a cidade e trasladou as urnas mortuárias para Colônia.
De qualquer modo os Reis buscavam nas estrelas um caminho para o novo tempo, uma nova era de esperança e fé.
No dia 6 de Janeiro, dia dedicado aos Reis Magos, também marcado como o Dia do Astrólogo, vamos nos dirigir para um novo tempo, olhando para o futuro com mais otimismo e alegria, recebendo as bênçãos do céu que vieram nos lembrar de nossa principal missão neste Planeta: Conheça-te e ame ao próximo como a si mesmo!! Vamos aprender a amar!!
Na harmonia do amor
Patricia Valente
Daniela Rossi
astrologia e craniosacral
Arquivo de Adalberto Day

- O outro lado da margem esquerda

Artigo jornal de Santa Catarina

Novamente a participação do Biólogo Lauro Eduardo Bacca, com um assunto polêmico, mas para a discussão de toda a sociedade blumenauense. O importante é chegar a um consenso que venha a beneficiar nossa cidade, sem transgredir com excessos e intransigências culturais, políticas e pessoais.


Por Lauro Eduardo Bacca

Nos dourados anos 60, a população mundial atingia três bilhões de pessoas, o Brasil chegava aos 70 milhões e Blumenau nem tinha chegado aos 100 mil habitantes. Hoje o mundo está com quase sete bilhões, o Brasil com 200 milhões e Blumenau com 300 mil. No curto período de 50 anos, a humanidade mais que duplicou no mundo e mais que triplicou no Brasil e em Blumenau.

As preocupações ambientais na década de 60 eram ínfimas e as ações efetivas de controle ambiental menores ainda. Palavras como poluição inexistiam no vocabulário das pessoas, que dirá assuntos como aquecimento global, mudanças climáticas, elevação do nível dos oceanos, pessoas cada vez mais expostas aos desastres naturais, além da perda da biodiversidade, hoje um dos maiores desafios a serem enfrentados pela humanidade em todos os lugares do planeta, Blumenau inclusive.
Com a crescente ocupação dos espaços naturais pelo ser humano, os parques e reservas naturais transformam-se cada vez mais em ilhas de natureza cercadas de ocupação antrópica por todos os lados, formando barreiras absolutamente intransponíveis para muitas espécies e resultando no isolamento de uma fauna e flora sem grandes perspectivas de migrar e consequentemente de se perpetuar a longo prazo. Por isso, torna-se crucial o estabelecimento de corredores ecológicos que permitam um mínimo de migração de fauna e fluxo gênico animal e vegetal entre as últimas áreas naturais que restaram e isso terá que acontecer por entre lavouras, rodovias e monocultura florestal, inclusive nas nossas cidades.


Em 1960, época da concepção da Avenida Beira-Rio de Blumenau, a fauna e flora não precisavam desses corredores ecológicos que hoje são vitais para a conservação da natureza. As coisas evoluem e os princípios clássicos de urbanismo, engenharia e arquitetura devem se adaptar a essa nova realidade. Por isso, a proteção da margem esquerda deve levar em consideração a manutenção e mesmo melhoria desse corredor ecológico, com exuberante floresta ciliar nativa, com aspecto de área selvagem, em pleno Centro, a exemplo da atualizada concepção de preservação do patrimônio histórico, em meio ao moderno de nossas cidades.

De quebra, blumenauenses e turistas serão contemplados com paisagem diversificada, de valor cênico e estético no mínimo tão importante quanto o da Beira-Rio da margem direita, atendendo-se a todos os gostos. Por isso, apesar do desafio de garantir verbas, confio na atualidade e discernimento do nosso jovem prefeito, coincidentemente nascido no ano da grande virada ambiental mundial de 1972. Ainda há tempo de optar entre mais um pioneirismo, entre tantos outros de nossa cidade.
LAURO EDUARDO BACCA
Biólogo
Publicado na coluna Artigo do Jornal de Santa Catarina dia 22/dezembro/2009
Arquivo Adalberto Day

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

- Sorveteria Sibéria

Casa e Sorveteria Sibéria, do senhor Schoenfelder, que ficava ao lado do Cine Garcia, na Rua Amazonas, Bairro Garcia, em Blumenau, no final da década de 1970. Logo após assistir à sessão cinematográfica, o público costumava saborear um delicioso sorvete. A casa foi construída na década de 1950. Em 1987, foi vendida e demolida para a ampliação do estacionamento da Paróquia Santo Antônio. (Foto: Arquivo de Ingrid e Fernando Pasold /Adalberto Day)
Publicado no Jornal de Santa Catarina –26/27 /12/2009, coluna ALMANAQUE DO VALE do jornalista Sérgio Antonello
Na Rua Amazonas em frente à Rua Antonio Zendron desde o início do séc. 20, existia o comércio de secos e molhados da família de Hermann Hinkeldey , quando não recebiam em dinheiro, faziam o escambo (troca) de mercadorias. Também neste local funcionava um salão dançante (Hermann Hinkeldey), e mais tarde por volta de 1941 com exibição de filmes e oficialmente em novembro de 1944, o cine Garcia até 1974 (foto), quando se transformou na Igreja Santo Antônio, e demolido em 1979. Depois de assistir ao filme, o ponto de parada era o Bar ao Lado do Sr. “Schoenfelder” para deliciarmos o sorvete caseiro feito na hora.

A  sorveteria Sibéria, "Construída na década de 50 pelo Sr. Osvaldo Schoenfelder,  ficava bem ao lado do antigo Cine Garcia, hoje pátio da Igreja Santo Antônio (foto acima). Além de sua residência,  e  Sorveteria  uma das primeiras do Garcia, havia também  uma barbearia, ambas de propriedade do Sr. Osvaldo. Mais tarde a barbearia foi fechada e construída um anexo que abrigou sua banca de revistas, algo que era uma novidade no bairro.
Em 1987, por forte pressão da Igreja a casa foi comprada e demolida para ampliação do espaço de seu estacionamento
Arquivo de Adalberto Day/Angêla de Oliveira  e Fernando Pasold

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