“A Educação é a base de tudo, e a Cultura a base da Educação”

Seja bem-vindo (a) e faça uma boa pesquisa.

sábado, 31 de maio de 2008

- Inauguração do Castelo da Havan


- Uma festa típica alemã marcou a reinauguração do Castelinho da XV, nesta manhã de sábado 31 de maio de 2008. Presentes Hans Schadrack, filho do empresário Udo Schadrack, que na década de 70 viabilizou a construção do prédio. Com o diretor da rede, Luciano Hang, Schadrack, Prefeito João Paulo Kleinubing,secretário José Eduardo Bahls de Almeida, Paulo França da secretria de Estado do Desenvolvimento Regional , Felix Theiss consultor e ex Prefeito, José Luís Gaspar Clerici , presidente da câmara de vereadores, Vice Governador Leonel Pavan ,deputada Ana Paula Lima, vereador Vanderlei Paulo de Oliveira, e outras autoridades cortaram a fita inaugural. A festa é aberta ao público. A nova unidade é a 13ª da Havan e a segunda em Blumenau. Tem 3 mil metros quadrados e 200 funcionários. Abrirá de segunda a sábado, das 9h às 21h, e aos domingos e feriados das 10h às 20h. Os principais produtos vendidos pela loja são os de cama, mesa e banho, utilidades domésticas, eletroeletrônicos, eletrodomésticos e confecção. Serão mais de 100 mil itens diferentes. No terceiro piso fica o Castelo das Crianças. Neste espaço está instalado um parque de diversões, uma área de lazer e um salão de festas infantis com decoração temática. O terraço foi transformado em uma cafeteria e choperia, que funcionará no mesmo horário da loja.Para facilitar o acesso à Havan, a rede conseguiu a liberação do estacionamento do Colégio Bom Jesus, que está em área pertencente ao governo estadual. São 150 vagas que estarão disponíveis para todos os clientes de lojas da Rua XV, aos sábados, domingos e feriados.A rede investiu aproximadamente R$ 10 milhões na implantação desta filial. O investimento faz parte da meta de expansão da Havan, que quer chegar a 2010 com 20 filiais. Hoje são quatro lojas na capital paranaense Curitiba e oito espalhadas em Santa Catarina. Juntas, elas empregam 2,5 mil pessoas.A rede estima que o faturamento deste ano atinja R$ 400 milhões.

História:
- Castelinho da Moellmann Construído em 1978, idealizado pelo empresário Udo Schadrack, de família tradicional blumenauense, projeto de Henrich Herwig é uma réplica da prefeitura de Michelstadt, cidade localizada ao sul da Alemanha. O Castelinho sempre deu um toque de beleza ao centro da cidade atração permanente para nossos visitantes. A Caracteristica do prédio, remota o século XV. Mas sempre é bom lembrar que o complexo comercial Moellman, foi fundado em 25 de outubro de 1869 por Carl Moellmann. Até o ano de 1.999, foi a sede da Comercial Moellmann, uma das mais importantes empresas do Estado. A partir de 2.002, o prédio passou a abrigar a Secretaria Municipal de Turismo. Tombado pelo FCC.
CRONOLOGIA DO COMPLEXO MOELLMANN

- 1869 – Em outubro é inaugurada a primeira loja de materiais de construção, tintas, ferramentas e ferragens.
- 1919 – Em 13 de outubro , diante do crescimento dos negócios é aberta a segunda filial em Blumenau.
- 1921 – A loja matriz em Florianópolis e a primeira filial também na província fecham as portas, permanecendo somente a de Blumenau.
- 1923 – è fundada a casa Flesch, que comercializava brinquedos e artigos diversos, e mais tarde seria anexada ao complexo Moellmann.
- 1958 – Construção da loja e também residência de dois andares a esquina da Rua XV de novembro e Republica Argentina.
- Década de 60 e 70 - Reformulação urbana de Blumenau e construção da Av.Beira Rio, galpões e anexos do complexos são então demolidos.
- Década 60 – Reformulação da loja.
- Década 70 – aquisição da casa Flesch, cuja família também construiu expressivamente comércio do município.
- 1977/78 – Demolição da antiga construção da esquina e construção do conhecido “Castelinho da Moellmann”, de estilo germânico, em falso enxaimel na fachada sendo este incentivado por uma lei que vigorava na época.
2008 – Reformulação interna e restauro do complexo Moellmann pela HAVAN, que preserva suas características históricas, proporciona um confortável centro de compras e renova um dos ícones turísticos mais fotografados do país.
- Edição nº 11323 - 31 de maio de 2008.
Fotos :Arquivo Dalva e Adalberto Day

quinta-feira, 29 de maio de 2008

- O DiA em que eu descobri que amava meu Pai

Novamente destacamos em nosso Blog - Crônica da escritora Urda Alice Klueger, em seu texto além de demonstrar o seu amor e carinho pelo seu pai, Urda comenta sobre as terríveis enxurradas de 1961 que assolaram nossa Blumenau em especial o Grande Garcia.

Histórias do nosso cotidiano
- 1961. Eu só me dei conta que a coisa era séria mesmo quando ninguém foi para a aula. Estava no segundo ano primário, e para qualquer criança daquele tempo faltar a um dia de aula sem estar muito doente era um sacrilégio.
- 1961. Eu morava na Rua Antonio Zendron, em Blumenau, e enxurradas eram coisas comuns e corriqueiras. O ribeirão da nossa rua com facilidade transbordava nos dias de trovoada, e corria rua abaixo com toda a velocidade, e muitas vezes voltávamos da escola com água pelas canelas, segurando-nos nas cercas para que a enxurrada não nos carregasse. Há que se lembrar que crianças de segundo ano ainda são pequenas, passíveis de serem levadas por águas furiosas. Um pouco mais adiante, creio que um ou dois anos depois, uma menina da nossa rua foi mesmo levada pela enxurrada e acabou morrendo. Era uma loirinha gêmea, e já não sei mais o seu nome. Mas lembro que seu corpo foi encontrado no terreno do seu Maneca dos Tubos, que ficara alagado com as águas do nosso ribeirão.
Mas estávamos em 1961, e a coisa estava sendo MUITO mais séria. Não era só o nosso ribeirão que transbordara: transbordara, também, o Ribeirão Garcia, que cortava todo o nosso bairro, e o Rio Itajaí, o grande Itajaí-Açu, que lá na aurora dos tempos escavara um Vale chamado Vale do Itajaí, onde era o nosso mundo.
- Em 1961 as notícias chegavam na casa da gente através do rádio. E meu pai tinha saído para trabalhar antes da nossa rua ser fechada pelas águas, e depois todas as ruas baixas foram sendo fechadas pelas águas. Então, ficamos com o rádio ligado dia e noite, primeiro escutando as terríveis notícias que iam se avolumando já naquele primeiro dia: a enxurrada levara junto toda uma casa no Beco Tallmann, inclusive com as pessoas que lá moravam. Logo pipocavam os comentários: morrera uma menina, morreram duas. Na verdade, também já não lembro mais quantas crianças morreram, mas uma, pelo menos, foi.(foram quatro crianças família Teixeira  – 31 de outubro de 1961 ). As rádios anunciavam o nome da família, e eu descobri que conhecia aquelas meninas, que costumávamos ir andando juntas até o colégio. Era quase que o primeiro terror da minha vida, mas ele se avolumaria mais ainda naquela manhã: um soldado que ajudava a salvar animais de uma granja próxima ao quartel também foi tragado pelas águas. E então minha mãe pôs-se a chorar: era amiga de juventude da mãe dele. E quando alguém é filho de uma amiga da mãe da gente, é quase como se fosse também um pouco da gente, e creio que todas chorávamos. O nome do soldado era Moacir Pinheiro. Até hoje passo naquele lugar onde ele morreu, e me lembro. Deram àquela ruazinha da granja o nome dele. E tudo aquilo estava acontecendo muito próximo de onde morávamos. A nossa sorte é que a nossa casa ficava em terreno alto, onde a enchente não chegava.
Penso que os adultos aquilataram o terror quando, uma a uma, as rádios foram saindo do ar, todas elas atingidas pelas águas do rio da cidade, que não parava de crescer. Sobrou uma, que funcionava em prédio mais alto: a Rádio Clube, onde o radialista Nelson Rosembrock ficou no ar, ininterruptamente, durante 72 horas. Crianças reagem diferentemente de adultos. Eu penso que acabei dormindo, quando chegou a noite. Tenho certeza que minha mãe, no entanto, deve ter ficado acordada enquanto agüentou, rezando silenciosamente pela volta do meu pai.
Estádio do Amazonas no bairro Garcia totalmente destruído pela enxurrada do dia 31/10/1961.Foram encontradas Três crianças no salão e alambrados, Vitimas fatal – eram irmãos que moravam na Rua Emilio Tallmann. Também morreu nesta enxurrada, o soldado Moacir Pinheiro.
Aquela enchente durou um dia, dois, três, penso que quatro, também já não lembro, e por todo o tempo esperamos para saber do meu pai. Onde estaria ele? Estaria vivo? Estaria bem? Ouvíamos, ininterruptamente, a única rádio que sobrara no ar, na ansiedade por alguma notícia dele, e a notícia não vinha nunca. Há que se esclarecer que todos os que tinham condições de se comunicar com a rádio ficavam mandando notícias para suas famílias, mesmo naqueles tempos em que quase não havia telefone.
Onde estava o meu pai? Depois que tudo passou ficamos sabendo o que acontecera com ele: como não podia voltar para casa, ele e um amigo ficaram ajudando as pessoas das proximidades do serviço deles a atravessar aquele pedaço de enchente numa bateira que os dois tinham construído. Ele não conseguiu contacto com a rádio; não pode nos mandar notícias.
E os dias e as noites passaram, e nós continuávamos ouvindo a rádio sem parar. E, numa tarde, a enchente estava indo embora, e minha mãe tentava nos manter dentro de uma normalidade, sabe-se lá a custas de quais amarguras que engolia para que suas meninas não sentissem o medo que estava dentro dela. Veio a noite daquela tarde, e ela colocou a mesa como em todos os dias, e serviu a sopa, que naquele tempo se tomava sopa antes das refeições. E estávamos na sopa, quando ouvimos! Lá de baixo, de antes da curva da rua, do lugar onde ainda não poderíamos avistá-lo mesmo se fosse de dia, veio o assobio do meu pai! Ele tinha um assobio que era só dele, e que sempre assobiava quando estava quase chegando em casa, para que a gente soubesse que ele estava vindo. E então todas nós largamos a sopa e as colheres, e todas corremos desesperadamente para a rua, com o coração saindo pela boca de tanta emoção, pois sabíamos que ele estava chegando!
E no meio da escuridão foi aparecendo o farol da sua bicicleta, e ele assobiou de novo! Não preciso contar como estava o meu coração! Foi naquele dia que descobri que amava meu pai!
Blumenau, 27 de Setembro de 2002.
Urda Alice Klueger/ Escritora
Arquivo Dalva e Adalberto Day

segunda-feira, 26 de maio de 2008

- O fim melancólico


Foi em 26 de maio de 1974 o último dia que o Amazonas jogou (pisou) em seu magnífico estádio.
Após um longo período de glórias, chegou à hora melancólica do time Alveceleste, o time proletário como também era conhecido. O Amazonas era o Bi-Campeão da 2ª divisão 1972/73, quando acontece o que a imensa maioria dos Blumenauenses, principalmente a comunidade do Grande Garcia jamais poderia imaginar, a toda poderosa Empresa Industrial Garcia, ser incorporada à Artex S/A. A repercussão na época foi um fato inacreditável, por muitos anos, mas aconteceu. A incorporação começou em fase experimental ou adaptação em fevereiro de 1973, com a real efetivação em 15 de fevereiro de 1974. É bom salientar que a incorporação teve cunho político na época, exigência do governo federal através do então ministro Delfim Neto. Durante alguns anos a incorporação foi benéfica, para o ramo Têxtil de Blumenau, constituindo-se a Artex S/A, na maior Empresa do Ramo na América Latina.
Os anos passaram-se, e o império que era a Artex desmoronou a empresa foi vendida, transferindo-se a famosa marca Garcia e Artex, para outro estado da federação.
Os fatos mencionados nos ajudam a entender o porquê, do encerramento das atividades do Amazonas E.C. em janeiro de 1975. O Amazonas vinha disputando com sucesso em 1974 o campeonato da cidade estando sempre nas primeiras colocações durante todo o decorrer da competição. Mas era evidente o desinteresse dos dirigentes da Artex em apoiar o Amazonas.
Foi a 26 de maio de 1974, um domingo bonito com sol, mas sombrio pela circunstância, que o Amazonas se despediu para sempre do seu magnífico estádio, uma baixada que foi impiedosamente aterrada, pela Artex, em trabalhos de terraplanagem executado por duas possantes maquinas da Construtora Triângulo, o Amazonas vence o Tupi de Gaspar por 3x1, com dois gols de Bigo(Nilson Siegel) e um de Tarcisio Torres, pelo campeonato Taça Governador Colombo Machado Salles. Posso falar sobre isso, pois estava presente, jogando na preliminar.
Os últimos jogadores a pisar o gramado do majestoso estádio da Empresa Industrial Garcia, foram: Cavaco,Nena , Girão, Eloi(depois Luiz), Gaspar e Adir, Werninha e Nelsinho (depois Poroca),Nilson (Bigo), Tarcisio e Ademir.
No dia seguinte, as máquinas começam os serviços de terraplenagem, retirando o barro onde estavam sendo executadas obras do novo traçado da Rua Amazonas transferindo para o local onde era o Estádio, uma baixada que impiedosamente foi enterrada para sempre. A tristeza tomou conto dos fanáticos torcedores Alveceleste, que viram desaparecer uma das maiores e melhores praças esportivas de Santa Catarina da época.
O campeonato seguiu, até o seu final, apesar da apatia dos jogadores e torcedores Amazonenses, que sem estádio, realizavam seus treinamentos, no ex campo do América F.C. (pasto do Sr. Bernardo Rullenski), na Rua Hermann Wendenburg, Progresso - e jogavam suas ultimas partidas no estádio do seu arqui rival o Palmeiras E.C. Com a falta do apoio, o desanimo tomou conta dos jogadores e torcedores. - Como Cientista Social, pesquisador da historia e antigo atleta, em diversas modalidades do Amazonas, procurei resgatar a história do clube, pesquisando junto à comunidade, ex-jogadores, e muitos deles me doaram fotos, troféus, bandeiras, camisas, e informações as quais pude transcrever em jornais, e repassar, através de documentários, radio tv, e escolas e fizeram isto com orgulho, alguns com idade avançada, repassaram seus objetos para mim, pois tinham a segurança, que após sua morte, alguém zelaria como memória histórica de uma época de nostalgia, amor, determinação e colaboração e brilhantismo.
Arquivo e Crônica de Adalberto Day/Cientista Social e pesquisador da História. O conteúdo em sua integra está na Revista Blumenau em Cadernos Nov/dez 2004 – Nº 11-12 – paginas 107 até 119.

sábado, 24 de maio de 2008

- O Papel do cidadão acadêmico


Artigo:


– Em 1987, quando iniciei o curso de Ciências Sócias, na Furb era novidade, seria a primeira turma a se formar - era taxado de agitador, comunista entre outros adjetivos preconceituosos, a fim de denegrir o curso e os estudantes que optaram por segui-lo. Eu era funcionário da Artex, - lá sofri pressões da diretoria da época (1987) para largar o curso e optar por outro que se encaixasse ao pensamento da empresa. Respondi que não abandonaria o curso de Ciências Sócias e muito menos mudaria de curso, por entender, naquele momento, ser esse o melhor curso de graduação da Furb e que sendo assim, a minha formação poderia contribuir na boa relação com os funcionários da empresa e auxiliar de forma mais imediata na resolução de eventuais dificuldades dos mesmos, já que, na época, a função que exercia era orientador ocupacional. Conclui com êxito o curso de Ciências Sócias em 1991. Os anos se passaram e, após 25 anos de dedicação, saí da empresa e fui ser professor.

- Hoje, com muita satisfação, sou convidado para proferir palestras em diversos educandários para falar sobre as minhas pesquisas e trabalhos relacionados ao resgate histórico da cidade, especialmente do bairro Garcia. Inclusive, por ironia do destino ou porque não, reconhecimento, a própria Empresa Coteminas, que adquiriu a Artex, já me convidou a expor trabalhos e palestrar aos funcionários da empresa, onde com muita satisfação, honrei o convite e contribui com as explicações. A atividade que exerço de Cientista Social me absorve o dia inteiro, São diversos trabalhos em jornais, TVs, Rádios, Blumenau em Cadernos, universidades.
- Também mantenho um blog (www.adalbertoday.blogspot.com), que é atualizado várias vezes por semana, onde o leitor pode encontrar distintas histórias marcantes da nossa cidade e também pode contribuir com sugestões e comentários sobre os temas. No próximo dia 5 de junho, participarei como um dos palestrantes do curso de Ciências Sócias, da Furb, onde irei falar sobre “As ciências sóciais e o mercado de trabalho”, E também todas as sextas-feiras, a partir das 17h30min , na Rádio Bandeirantes de Blumenau, coluna semanal, sobre esportes.Para finalizar, registro que é com orgulho que digo que seja lá que curso você escolher para se dedicar, faça com que ele seja para você o melhor. Eu fiz assim e o sucesso, é compensador.
Matéria publicada na edição 171, no dia 24/27-05-2008
A Morte do Mestre:
- O Professor Sálvio Muller morreu sexta-feira 23 de maio 2008, em Curitiba, vítima de câncer. Perdemos a sabedoria do mestre Sálvio, aos 62 anos. Toda a sabedoria que transmitia aos seus discípulos haverá de ficar na lembrança de todos e manterá viva a sua presença no meio acadêmico de toda a nossa região. Infelizmente, até os sábios sucumbem às patologias que a ciência não venceu ainda. Sálvio subiu mais um degrau e certamente está entre outros mestres como Platão, Sócrates, Aristóteles e tantos outros.
Adalberto Day /Cientista Social e pesquisador da história.

sexta-feira, 23 de maio de 2008

- Artex S/A


Fábrica de Artefatos Têxteis Artex S/A, em 1938. A empresa foi fundada em 23 de maio de 1936 pelo polonês Theophilo Bernardo Zadrozny e pelo austríaco Otto Huber, que trabalhava na Empresa Industrial Garcia. Também estiveram juntos na fundação Max Rudolf Wuensch e Albert Hiemisch, que igualmente atuavam na Empresa Industrial Garcia, Alfredo Hess, Artur Rarbe. O primeiro diretor-presidente foi Ricardo Peiter. 
- Publicado hoje (23/05/08) no Jornal de Santa Catarina- coluna Almanaque do Vale do jornalista Sérgio Antonello.
Arquivo Adalberto Day
História
- A empresa Artex foi fundada em 23 de Maio de 1936 na Rua Progresso nº 150 –, por Theophilo Bernardo Zadrozny e Otto Huber, que compraram as terras da família Gresvsmuhl. É bom observar sempre o capital agindo sobre o proletário. Theophilo Bernardo Zadrozny, não possuía grande conhecimento no ramo têxtil, porém seu dinamismo e espírito empreendedor possibilitaram a fundação de uma nova empresa a Artex S/A. Então convidou um hábil tecelão e técnico chamado Otto Huber que trabalhava ali próximo na Empresa Industrial Garcia, para associar-se. As duas empresas citados Garcia e Artex foram empresas que fizeram através de seus colaboradores, o crescimento não só do bairro Progresso, mas de todo grande Garcia. Otto Huber (Austríaco) um dos fundadores da Artex trabalhou 30 anos na E.I.Garcia, e convidado por Theophilo Bernardo. Zadrozny (nascido em Brusque....?) *¹foi para a Artex.
“Otto Huber foi um profundo conhecedor da arte de tecer. Era mestre Técnico da Empresa Industrial Garcia, e prestou relevantes serviços a industria de Blumenau. Ele não concordava com algumas atitudes do diretor geral da Empresa Industrial Garcia Sr. João Medeiros Jr., que entre outras era muito querido pelos empregados, por promover lazer através de esportes” e diversão com musicas que eram ouvidas nas horas de folga no interior da empresa, por intermédio de alto-falantes desde 1929..Huber comentava com amigos e empregados, que quando tivesse oportunidade, montaria sua própria empresa. E essa oportunidade surgiu em 23 de maio de 1936, em um convite que recebeu de Theophilo Bernardo Zadrozny, e juntamente com outros empregados da Empresa Industrial Garcia, fundaram a Artex.”– O Primeiro diretor Presidente foi Ricardo Peiter. Também iniciaram os preparativos na montagem da nova empresa, Max Rudolf Wuensch e Albert Hiemisch”. “Esses dados tive acesso desde garoto, e mais recentemente, em uma entrevista no dia 18 de agosto de 2004. com o Sr. Theo Hartmann nascido em 1919, Hartmnan trabalhou por mais de 40 anos na Empresa Industrial Garcia, e conheceu Otto Huber, que lhe repassou esses dados”.
____________
¹ Nos anexos estão documentos de registro de nascimento de meu avo Theofilo Bernardo Zadrozny na cidade de Lotz (Polônia) em 24 de maio de 1890.
O anexo em forma de foto esta escrito em russo ciríloco, língua obrigatória na Polônia na época e na forma de woerd a sua tradução para o ingles.
Um abraço
Alfredo Zadrozny
Observação:
Os anexos estão em meus arquivos.
Arquivo Dalva e Adalberto Day

quarta-feira, 21 de maio de 2008

- Frederico Guilherme Busch

Um Homem inquieto e criativo. Visionário Frederico Guilherme Busch foi um dos grandes empreedendores da cidade de Blumenau no inicio do Século 20. Busch foi Alfaiate, Suplente de Juiz de Direito, sócio de Indústria Têxtil. - Frederico Guilherme Busch não pode residir por muito tempo em  Santo Amaro da Imperatriz que na época pertencia a cidade de Palhoça, onde nasceu em 29 de dezembro de 1865. Por orientação médica preferiu abandonar o Litoral e, por opção, escolheu Blumenau para morar. Filho do carpinteiro Wilhelm Busch, antes de deixar a cidade natal, Frederico aprendeu a profissão de alfaiate, ramo que usou para se estabelecer no Vale do Itajaí. O fato de ser “estrangeiro” não impediu Busch de fazer parte da história de Blumenau.
- O alfaiate chegou em 1888, mas não demorou muito para começar a interferir de forma intensa no dia-a-dia da cidade. Poucos anos depois da chegada, já inaugurava um comércio de importação e exportação, considerado o primeiro exportador de laticínios da região.
- Em 1903, Busch importou um automóvel movido a vapor, primeiro veículo motorizado a chegar na cidade e um dos primeiros a circular em todo o Brasil. Em novembro do mesmo ano era nomeado segundo suplente de juiz de Direito em Blumenau, cargo que voltou a assumir em 1904. Segundo minhas pesquisas com ex empregados da Empresa Garcia, este Ford Model "A", ficou abandonado por anos no interior do parque fabril da empresa, e por volta dos anos de 1940 foi enterrado dando lugar a novas construções. Busch até seu falecimento foi um dos principais sócios e dirigentes da E.I.Garcia.
- Três anos depois, Busch já ampliava os negócios, abrindo uma fabrica de fósforos, a Phosphoros Catharinenses. Em 1905, o empresário conseguia uma autorização para produzir e fornecer energia elétrica, tarefa que demorou quase cinco anos para levar a cabo. Foi sócio de 1900 a 1906 de um empreendimento fundado em 1883 por Gustav Roeder e que a partir de 1918, com a entrada de acionistas de Curitiba, passaria a se chamar Empresa Industrial Garcia.
Paixões
Jornal de Santa Catarina 2 de setembro de 2000- 150 anos de Blumenau- volume 3 – personagens, lugares e construções. Arquivo de Dalva e Adalberto Day.
Busch era um homem inquieto e criativo. De tudo o que fez na vida, o cinema parece ter merecido lugar de destaque em meio às paixões do empresário. Segundo o número 26 da Revista Paulista da Indústria, publicada em setembro de 1954, Busch trouxe o primeiro projetor de imagens para Blumenau, ainda de imagens para Blumenau, ainda no começo do século. A revista afirma ainda que, em 1909, Busch já possuía uma máquina para cinema falado. Na época, ele projetava filmes apenas para os amigos.
- Para conseguir aumentar o acervo particular, Busch chegou a pedir para um representante seu no Rio de Janeiro, Augusto de Oliveira e Silva, que encontrasse novos títulos. Tempos depois Silva respondia o pedido, dizendo que não encontrou a mercadoria em todo o comércio carioca, então o maior centro de comprar do país. Busch teve de recorrer, então, à distribuidora francesa Pathé Frères para conseguir receber, através de importação, as desejadas películas.
- Anos depois passou a exibir os filmes no Salão Holetz, ao lado do hotel de mesmo nome (onde atualmente está situado o Grande Hotel , na Alameda Rio Branco). Em 1919, o salão passou a se chamar “Busch’s Kino”, expressão alemã que significa Cine Busch. O empresário morreu em Blumenau no mês de julho de 1943, aos 77 anos.

- Por iniciativa do Empresário Frederico Guilherme Busch surge em Blumenau em princípios de maio de 1914 o primeiro ônibus encarregado de fazer o transporte coletivo entre o Centro e Altona (Itoupava Seca). O Veiculo possuía 12 lugares sentados e dois em pé. Francisco R Kumm o seu motorista.
Fonte: ACIB Blumenau 90 anos de memória.

segunda-feira, 19 de maio de 2008

- O Cinema em BLUMENAU – Parte II


- Conforme prometido pelo Jornalista e escritor Carlos Braga Mueller, hoje vamos contar mais um pouco da história do Cinema em Blumenau. Por Carlos Braga Mueller
- Como vimos em nosso último trabalho, postado neste Blog no dia 28 de abril passado, a primeira apresentação de cinema que aconteceu em Blumenau teve registro no dia 21 de abril de 1900.
Houve outro espetáculo na cidade em 11 de agosto do mesmo ano.
No dia seguinte, 12 de agosto de 1900, mais uma vez foi estendido um pano branco na parede do Teatro Frohsinn e apresentado um programa dividido em 3 partes, com destaque para Chegada e saída de trem; cenas de Ballet; o Elefante amestrado no Zoológico, além de alguns quadros já exibidos no dia anterior.
- Os preços cobrados foram: 1$000 Rs para adultos e $500Rs para escolares (vejam como é antiga a meia-entrada).

No dia 8 de março de 1906 foi a vez do Salão de Richard Holetz apresentar o cinema, com uma novidade: A Sociedade Cinematográfica Star & Cia. (kinematographengesselschaft Star Comp) anunciava luz elétrica no local ! A luz era produzida por um motor e um dínamo que a companhia trazia consigo. O responsável era o Sr. João Antônio da Silva Alcântara e por artimanhas técnicas a empresa conseguia aplicar o fonógrafo (som) ao cinematógrafo (filme). Assim, mais de 20 anos antes de ser inventado o cinema sonoro, já se conseguia ver nas telas imagens que cantavam, choravam, gritavam...
A Star brindou Blumenau com os filmes “O Baú de Barmen”, “O Armário Misterioso”, “A Maravilhosa Cesta de Abelhas”, “Honra de Um Pai” e um episódio focalizandpo as minas de carvão.
O que era bom, ficava melhor ainda quando o cinema acabava: começava então um baile, incluído no preço do ingresso. Naquele dia a animação foi da Banda Werner. Às vezes aparecia um filme em cores: era pintada a mão, quadro por quadro, tarefa hercúlea para os artistas da época.
A historiadora Edith Kormann reporta que nos dias 11 e 12 de julho de 1908 aconteceu em Blumenau uma apresentação de cinema falado. Tratava-se de uma combinação de filme e gramofone, no Teatro Frohsinn, quando foram exibidos trechos de óperas e operetas, como “Carnaval de Veneza”, “Trovador” e “A Viúva Alegre”. Para ela, esta teria sido a primeira vez que o cinema falou em Blumenau.
No nosso próximo artigo vamos falar sobre um pioneiro do cinema: José Julianelli, um italiano que ficou na história do cinema catarinense.
Curiosidades:

Um anúncio no então jornal diário “A Nação” publicou o seguinte anúncio no dia 5 de agosto de 1955:
“Estabelecimentos José Daux Comercial apresentam”. CINE BLUMENAUAssim como o cinema sonoro só começou em 1927 com o filme “O Cantor de Jazz” e o primeiro filme colorido seria um desenho animado curto (Flowers and Trees) de Walt Disney, em 1933, a técnica do CINEMASCOPE, a tela larga, foi inventada no início dos anos 50, mas só chegou a Blumenau em 1955.

Hoje sexta-feira às 8 horas, estréia da maravilha do som estereofônico: O CINEMASCOPE.
Para apresentação deste maravilhoso espetáculo o Cine Blumenau instalou uma aparelhagem completa de Cinema, constituída de Lentes Anamórficas, grandiosa tela cinemascope, sistema de som estereofônico.
Para inaugurar, a produção da 20TH Century Fox, com Kirk Douglas, Bella Darvi, Gilbert Roland, César Romero, Lee J. Cobb e Katy Jurado: CAMINHOS SEM VOLTA”.
Rendemos aqui nossa homenagem ao ex-prefeito Antônio Cândido de Figueiredo e a seu filho Caetano, já falecidos, que fundaram em 1951 o Cine Blumenau e introduziram o Cinemascope em Blumenau.
Fonte texto :Jornalista e escritor Carlos Braga Mueller
Arquivo de Adalberto Day

sexta-feira, 16 de maio de 2008

- Frei Odorico

Frei Odorico Durieux atuou por mais de 40 anos no Colégio Santo Antônio em Blumenau.

-MESTRE DE TANTAS GERAÇÕES

Publicado pelo Jornal de Santa Catarina 02 de setembro de 2000 – 150 anos de Blumenau – Volume 3 –personagens , lugares e construções.
- Dos memoráveis mestres franciscanos, instrutores de gerações de alunos do Colégio Franciscano Santo Antonio, frei Odorico Durieux é o mais lembrado. Difícil saber a razão. Talvez seja um conjunto de fatores, pequenos detalhes que pouco a pouco conquistavam os jovens pupilos e a comunidade de Blumenau. A cultura vasta, o amplo conhecimento da literatura portuguesa e francesa, a oratória cativante eram apenas alguns dos dons que jorravam do capacitado professor da língua nacional. Nascido em 14 de maio de 1908, em Santo Amaro da Imperatriz, ele faleceu em 26 de novembro de 1997, de complicações decorrentes de uma cirurgia cardíaca. Os alunos temiam de inicio as aulas ministradas pelo franciscano frei Odorico Durieux. O pavor era ainda maior para os descendentes de imigrantes, criados à base de muita língua alemã. Odorico conhecia português como poucos. Também dominava latim, francês e espanhol. O calvo professor, de gestos rápidos e vigorosos, rabiscava freneticamente o quadro negro, amedrontando ainda mais os jovens aprendizes. Seus pequenos olhos se moviam nervosamente, mas a postura ereta facilitava a pronuncia dos vocábulos, que saiam perfeitos da garganta do mestre. O terror inicial se desdobrava, invariavelmente, em um grande respeito à língua e a um aprendizado consistente, relembrando por toda a vida. Odorico, de forma simples, ensinou a gerações de blumenauenses as minúcias do idioma. Sua vida em Blumenau começou aos 11 anos de idade, quando ingressou no seminário. Em 1925, aos 17 anos, recebeu o hábito religioso, na cidade de Rodeio. E, em 1931, foi ordenado sacerdote em Petrópolis. Desde que celebrou sua primeira missa, no dia 7 de junho de 1931, na cidade onde nasceu frei Odorico transformou-se em um pregador que deixou lembranças por onde passou. Aos 23 anos, seguiu para o seminário em Rio Negro(PR), desta vez como professor. Um ano mais tarde, foi transferido para Santos, onde permaneceu por seis anos fazendo batizados, pregando e exercendo a função de missionário. Durante a 2ª Guerra Mundial, em janeiro de 1939, foi transferido para o Colégio Diocesano de Lages, onde foi professor até fevereiro de 1941. De Lages, foi para o Rio de Janeiro, onde assumiu as funções de redator da revista O Espírito Santo. Lá, também foi secretário e co-fundador da Revista Eclesiástica Brasileira.
As transferências, comuns no meio eclesiástico, começaram a cessar em 1942. Nesse ano, mais precisamente no dia 10 de janeiro, Odorico assumiu a direção do Santo Antonio. Ficou no cargo até janeiro de 1948. A ligação com o município fez com que se estabelecesse definitivamente em Blumenau no ano de 1956. A Ordem Franciscana da Imaculada Conceição, temendo os protestos de toda a sociedade blumenauense, decidiu não mais transferi-lo Em 19 de abril de 1978 recebeu da Câmara de Vereadores o titulo de Cidadão Blumenauense. Frei Odorico acreditava que todos deveriam estar preparados para falar em público. Assim, resolveu ensinar o dom da oratória aos alunos do Santo Antonio. Além de ser co-fundador da Escola de Comércio do colégio, também foi responsável pela criação da Academia Literária de MontÀlverne, que dirigiu até poucos anos antes de sua morte. Mesmo idoso e mais distante das salas de aula, não se furtava a acompanhar o pronunciamento de cada acadêmico. As melhores performances recebiam os aplausos do velho mestre.
História O Bom Jesus Santo Antônio iniciou suas atividades em 1877 (na época, com o nome de Colégio Santo Antônio), tendo uma classe de apenas 16 alunos, filhos de imigrantes residentes na colônia de Blumenau e de outras localidades da região.Ao longo dos anos, expandiu-se, tanto física quanto pedagogicamente, e transformou-se no que é hoje, um dos mais importantes estabelecimentos escolares de Santa Catarina. Em 2000, com a união dos colégios franciscanos, passou a fazer parte da Associação Franciscana de Ensino Senhor Bom Jesus.A metodologia do Bom Jesus Santo Antônio prima pela participação do aluno em sala de aula, utilizando-se de atividades contextualizadas que despertem o interesse e facilitem o processo de construção do conhecimento. O Bom Jesus Santo Antônio também é uma escola que acredita na formação do estudante como cidadão e ser humano, além de preocupar-se com a tecnologia e o desenvolvimento das melhores práticas pedagógicas. Um dos principais projetos da escola é o Projeto Virtudes, que desperta o educando para os valores humanos em todas as série da Educação Infantil ao Ensino Médio.
Arquivo de Adalberto Day

quarta-feira, 14 de maio de 2008

- As camisas dos clubes de Blumenau


Olímpico - Palmeiras - Amazonas - Vasto Verde - Guarani
As camisas que foram idolatradas em nossa cidade. Escolha qual o craque que você viu vestir e mande um comentário.
- As mais tradicionais equipes de Blumenau foram o G. E. Olímpico, Palmeiras E.C., Amazonas E.C. (todos fundados em 1919), S.E. Vasto Verde, Guarani, que disputavam o campeonato da cidade, e torneios inícios, que hora era vencido por uma ou outra equipe.
- O importante nessas competições era o espírito esportivo e o amor à camisa vestida por qualquer dos componentes das agremiações blumenauenses.
Além do campeonato da cidade, também existia a disputa com outras equipes da região, das quais podemos citar o Tupi de Gaspar, União de Timbó, Floresta e Botafogo de Pomerode, XV de Outubro de Indaial, Internacional de Indaial, Baependi de Jaraguá do Sul e outros. Eram tempos de muita nostalgia, amor, determinação e colaboração.
História:
O futebol em Blumenau até 1941, era praticado mais de forma amadora, quando então é fundada a LBF – Liga Blumenauense de Futebol, que passa a organizar campeonatos da cidade e regionais.
- Anteriormente o futebol era praticado somente por equipes formadas pelos jovens do “Turnverein Blumenau – Sociedade de Ginástica (1873-1942)” e operários da Empresa Industrial Garcia, depois Amazonas Esporte Clube. Os jogos eram realizados nos finais de semana, próximo ao hotel Holetz, one hoje se localiza o Grande Hotel.
O primeiro jogo em Blumenau com equipe realmente formada foi no dia 26 de março de 1911 – no pasto do hotel Holetz  O Pasto era aos fundos, onde hoje se localiza a Casa do Comércio.contra um grupo de alemães – Imperial Esquadra Alemã – (conforme registros no jornal Der Urwaldsbote da época era um domingo à tarde), o resultado do jogo 5x2 para os alemães.
O Amazonas Esporte Clube foi a primeira equipe de Blumenau a vencer um time de Florianópolis (seleção da cidade), o placar foi 2x1, gols de Nena Poli e Leopoldo Cirilo.
Arquivo de Adalberto Day

domingo, 11 de maio de 2008

- Russland II - Beirando o PARQUE NACIONAL




- Importante e oportuno o texto da escritora Urda Alice Klueger, que nos faz relembrar daquele dia fatídico 17 de dezembro de 1983, quando também sentimos na pele a violência das águas. Nós morávamos na Rua Catarina Abreu Coelho nº 30, próximo a Associação Artex no Progresso - e fomos atingidos com 1,60 m no seu nível maior. Neste dia as chuvas não perdoaram ninguém. Foi exatamente no dia que festejávamos o tradicional dia de festas do final de ano no Clube Caça e Tiro na Rua Itajaí - Departamento de Pessoal da Artex onde trabalhava. Minha esposa e nossas duas filhas com cinco anos e a menor com nove meses. Elas tiveram que ser retiradas pelos vizinhos de nossa casa com água acima da cintura.
- Por isso achei muito interessante publicar o texto da Urda.
Histórias de nosso cotidiano: É a terceira semana seguida que volto a procurar o abrigo deste lugar que hoje é conhecido como Nova Rússia, mas que na minha infância se chamava Russland. Um estresse explícito fez com que corresse para cá, e hoje, na terceira vinda, já melhorara o suficiente para ter vontade de caminhar, e ao pôr-do-sol tomei o rumo das estradinhas antigas que se entrecruzam bem por aqui onde me hospedo.
Saí com meu cachorro que ainda é um aprendiz da vida, como também eu o sou, e passamos a igrejinha católica, e a escolinha onde as crianças estudam até a quarta série, e uma ponte sobre encachoeiradas águas de um riozinho num leito que parece enterrado lá no fundo –
- Ponte na Rua Catarina Abreu Coelho, que da acesso a Rua Júlio Heiden,no Progresso- que foi completamente destruída na enxurrada de 17.12.1983
bem no momento em que três mulheres que vinham vindo comentavam sobre como a enxurrada de 1983 fizera aquelas águas ali subirem tanto que carregaram a ponte onde agora estávamos. Parecia uma coisa incrível imaginar tudo ali cheio da violência de águas assim encachoeiradas – mas recordo bem que em 1983, além da Grande Enchente, houve as enxurradas muito mais horrorosas, e esta que passou por aqui e tomou o rumo da Rua Emílio Tallmann sou até capaz de lembrar o dia: 17 de dezembro, quando as casas já estavam limpas e enfeitadas para o Natal. São–me muito vivas, neste momento, algumas lembranças daquele dia, como as montanhas de lama que soterravam as casas, com os pinheirinhos de Natal retorcidos e coloridas bolas de vidro quebradas no meio do entulho geral, e de um cachorro peludo sendo levado na garupa de uma moto, onde a gente só entendia que era um cachorro por causa dos olhinhos assustados no meio do que parecia uma bola de lama. Naquele tempo meu primo Mário Lindner e minha prima Synova eram vivos, e eu tomara o rumo da Garcia para tentar ajudar em alguma coisa, e penso que as lembranças nunca se apagarão – só que jamais imaginaria que a tromba d’água tivera tal intensidade cá na altura do Russland, a ponto de ter carregado a ponte que está a poucos metros daqui. É-me muito difícil imaginar esta paz de paraíso toda revolta e encachoeirada, porque aqui se está muito próximo das tantas nascentes, e não há poluição mais para o alto – o encachoeiramento da enxurrada deve ter sido de águas brancas e limpas, e por maior que fosse a hecatombe, se tivesse sido de dia, talvez tivesse sido linda como uma maré cheia – só que foi de noite, lembro bem, e o horror do acontecido não deve ter levado em conta se a água era poluída ou não. A 200 metros daqui está o pequeno cemitério da Nova Rússia, poucas dezenas de túmulos, quase todos muito antigos, alguns até já com os nomes apagados pela ferrugem ou pelas intempéries – num deles dorme meu bisavô Klueger, imigrante que chegou aqui nesta Russland em 1858, pelo que me lembro. Entrei lá, na grande paz verde daquele minúsculo cemitério, na grande paz verde e azul dos morros circundantes, e de novo soube que é lá que eu gostaria de, um dia, dormir para sempre, entre tantos Klueger, entre tanta História, entre caminhos abertos a pé de índio e que se cruzam por aqui. Pensei: teria a grande enxurrada de 1983 chegado até aquele cemitério que é como que um abrigo único e como que inatingível? Penso que não; a estradinha sobe um pouquinho antes de chegar lá.
- Então, enquanto o crepúsculo crescia, andei mais por estradinhas que se bipartiam, e passei por uma igrejinha luterana, e por umas poucas casas que pareciam com a casa dos meus avós, em Lontras/SC, onde, nos fundos, ainda havia ranchos de vacas, e de lado, lagoas com patos e marrecos nadando. Passei a prestar atenção nas águas, então, e é impressionante a quantidade de nascentes desta região! Parece que a cada pequeno magote de árvores mina um fino fio d’água que se vai juntar a outro, e a outro, e a outro, e logo há ribeirõezinhos acompanhando as estradinhas – havia, mesmo, que se criar aqui o Parque Nacional para as Nascentes, nestes tempos em que a água vai se tornando coisa cada vez mais preciosa!
(Para Mário e Synova Lindner, meus primos)
Blumenau, 03 de Abril de 2008. Urda Alice Klueger /escritora
Arquivo de Dalva e Adalberto Day

quarta-feira, 7 de maio de 2008

- Dr. Hermann Bruno Otto Blumenau

- A imagem mostra a residência que foi de Hermann Wendeburgamigo de Dr. Blumenau e vice-diretor da colônia, que morou nesta residência de 1858 até 1881. Dr. Blumenau morou aos fundos desta residência, em uma casa de madeira, com sua esposa Bertha Repsold (Foto). Com a enchente de 1880, sua casa ficou completamente destruída e Dr. Blumenau passou a residir na antiga prefeitura de Blumenau (Foto).
Biografia:
- Natural da Alemanha, Hermann Bruno Otto Blumenau nasceu a 26 de dezembro de 1819, no ducado de Braunschweig. Era filho do engenheiro botânico Carl Friederich Blumenau e Cristina Sofia Kegel. Seus primeiros estudos foram realizados na cidade onde nasceu. Aos 10 anos seu pai o matriculou num internato para prepará-lo para o curso ginasial. Sem concluir o ginásio, foi ser aprendiz de farmácia. Depois de um estágio, passou a trabalhar e estudar, prestando exame em farmácia. Ao concluir seus estudos, entrou em contato com a Sociedade de Proteção aos Emigrantes Alemães do Sul do Brasil. Comissionado por esta sociedade, o Dr. Blumenau partiu do porto de Hamburgo em 30 de março de 1846 com destino ao Brasil, viajando a bordo do veleiro “Johannes”. O primeiro contato com o Brasil foi no Rio Grande do Sul, quando chegou em 19 de junho do mesmo ano. Conheceu várias colônias alemãs daquela Província para posteriormente visitar Santa Catarina. A viagem de reconhecimento e exploração do grande rio Itajaí foi realizada no ano de 1848, acompanhado do comerciante Ferdinand Hackradt, guiados pelo conhecedor da região o canoeiro Ângelo Dias. Após o reconhecimento e encantados com o local, compraram terras para a formação de uma colônia na região.
- Feita a solicitação do pedido de concessão de terras junto à Província , Dr. Blumenau entrou em entendimento com as autoridades alemãs para dar continuidade ao plano colonizador. No Rio de Janeiro apresentou projetos de colonização ao Governo Imperial. Retornou à Alemanha (1849) para trazer os primeiros colonos. Apesar das dificuldades, em 2 de setembro de 1850, chegaram os primeiros 17 pioneiros. Era o início de um empreendimento particular. Em 1860, devido a dificuldades financeiras, a administração da Colônia Blumenau passou a ser responsabilidade do Governo Imperial. Blumenau cresceu e se emancipou, em 1880. Casou aos 48 anos com Bertha Repsold. Deste casamento resultaram quatro filhos: Pedro Hermann, Cristina, Gertrudes e Otto, que faleceu meses após o nascimento.
- A imagem mostra a Casa que morou Dr. Blumenau. Esta casa foi completamente destruída pela enchente de 1880. Inicialmente foi morar na antiga Prefeitura e logo após no Hotel Schreep, na Alameda Duque de Caxias, mais conhecida como rua das Palmeiras.
- Após viver trinta e quatro anos em Blumenau, seu fundador partiu em definitivo para a Alemanha, onde veio a falecer em 30 de outubro de 1899, aos 79 anos de idade. Em 1974, seus restos mortais foram transferidos da Alemanha para Blumenau, estando depositados no Mausoléu, erguido em sua homenagem.
História:
- Blumenau foi fundada em 02 de setembro de 1850 pelo Dr. Hermann Bruno Otto Blumenau - O poder público adotou esta data a partir de 02 de setembro de 1900, por ser a data em que chegaram os primeiros 17 imigrantes. Até então a data considerada de fundação era 28 de agosto de 1852, data em que Dr. Blumenau entregou os primeiros lotes na Região Sul (Garcia) em Blumenau.
- A região de Blumenau era habitada por índios Kaigangs, Xoklengs e Botocudos, e mesmo antes da fundação da Colônia Blumenau, já havia famílias estabelecidas na região de Belchior, à margem do ribeirão Garcia e margem esquerda do Rio Itajaí-açu. Em 1850, Dr. Hermann Bruno Otto Blumenau obteve do governo Provincial uma área de terras de duas léguas, para estabelecer uma colônia agrícola.
- Inicialmente o centro da cidade era onde hoje se localiza a Avenida Duque de Caxias (Rua das Palmeiras), arquivo histórico José Ferreira da Silva, a Biblioteca Pública Municipal Dr. Fritz Mueller e o museu da Família Colonial .
- A primeira Rua em Blumenau surgiu em 1852, com o nome de Palmenalle , onde foi construído o primeiro hotel, de alvenaria. Num dos quartos o Dr. Blumenau instalou a direção da Colônia.
- A Rua Palmenalle mudou seu nome para Boulevard Wendeburg em 3 de fevereiro de 1883, depois para alameda Dr. Blumenau e em 8 de abril de 1939, para alameda Duque de Caxias através do Decreto-Lei nº. 68 de 18 de agosto 1942, na administração de Afonso Rabe. O Decreto-Lei nº. 1.202, que se referia sobre a nacionalização dos nomes de ruas, determinava que as ruas com nomes estrangeiros fossem alterados e colocados nomes nacionais. A povoação compreendia o início do Garcia, e parte da rua XV de Novembro.
Fonte: Arquivo Histórico José Ferreira da Silva / Museu da Família Colonial SEPLAN / - Wieland Lickfeld. Arquivo: Dalva e Adalberto Day

terça-feira, 6 de maio de 2008

- A Estação ferroviária de Blumenau e a Macuca

A imagem de 1930 – Mostra a antiga estação ferroviária de Blumenau – demolida a partir de Setembro de 1974.

Obs.: A Macuca prestou serviço de 1909 até 1935, (seria  a Locomotiva No. 3, segundo relatórios preservados de Breves Filho, que era o diretor da EFSC. As de No. 1 e 2 foram construídas, respectivamente, em setembro e novembro de 1907, enquanto a Macuca é de 1909. Tanto a No. 1 quanto a No. 2 foram sucateadas em 1932) 
Esta estação funcionou até 1954 – se localizava onde hoje é a atual prefeitura de Blumenau. - A Estrada de Ferro Santa Catarina foi aberta com capital alemão em 03 de maio de 1909, ligando Blumenau a Hansa, com a intenção de se encontrar com a linha Itararé-Uruguai, então em construção, próximo a Limeira (Herval do Oeste). Pouco tempo depois, o Governo tomou a ferrovia. A partir daí, avançou lentamente, chegando em Rio do Sul apenas em 1933 e em Trombudo Central em 1958, jamais alcançando o entroncamento. Em 1954, prolongara sua linha até o litorial, em Itajaí, mas nem isso foi suficiente para revitalizar a ferrovia, extinta pela RFFSA, já sua proprietária desde 1957, em 13 de março de 1971, os trilhos foram arrancados logo depois, sob protestos da comunidade. Desde então se vem tentando reativar pelo menos um trecho da antiga ferrovia, na região de Rio do Sul, com recolocação de trilhos e o esforço de gente dedicada.
A Macuca que desde está na praça desde  31 agosto de 1991 ao lado da prefeitura de Blumenau.
Primeira locomotiva de Blumenau. Importada da Alemanha em 1.908, chegou ao Brasil a bordo do Vapor Klobenz que também trazia oitocentas toneladas de material para a Estrada de Ferro Santa Catarina.
Sinônimo de progresso e modernidade quando chegou ao município, em 1908 , a Macuca simboliza a memória de uma época. Além disso, reforça a necessidade de preservação da única locomotiva que sobrou da frota da Estrada de Ferro Santa Catarina (EFSC). Produzida em Berlim, na Alemanha, carregava inicialmente a missão de levar material de construção para as obras ferroviárias entre Blumenau e Indaial. Ela veio para o Vale do Itajaí como uma locomotiva para trens de serviço, mas também puxou trens com autoridades ferroviárias e governamentais e até militares em inspeção ao longo da via férrea.Curiosidade: O apelido “Macuca” foi dado carinhosamente pela comunidade devido a semelhança com o macuco (Tinamus Solitárius – Ave da família Tinamidae). Além da anatomia, o seu apito lembrava o piu do macuco e o ruído da descarga de sua caldeira recordava o som produzido pelas asas da referida ave. A locomotiva inaugurou o trecho Blumenau – Warnow (hoje cidade de Indaial).
A ESTAÇÃO: A estação de Blumenau, a original, foi inaugurada com a linha, em 03 de maio de 1909, em estilo (Técnica) enxaimel. Em 1.904, o Governo Estadual concedeu autorização a Companhia Colonizadora Hanseática para a construção e exploração de uma via férrea ao longo do Vale. O primeiro trecho, com 30 quilômetros de extensão, entre Blumenau e Warnow, hoje Indaial, foi inaugurado em 3 de maio de 1.909. Em junho do mesmo ano, o leito chegou em Ascurra; e, em outubro em Hansa, atual Ibirama. A Estrada de Ferro Santa Catarina foi a primeira obra da época, realmente planejada na região do Vale do Itajaí. Seu leito foi construído em uma altitude especial, visando a proteção contra as cheias já registradas pelos primeiros colonizadores. Foi desativada em 1954, com a extensão da linha até Itajaí, quando se construiu uma nova estação. Chegou a funcionar por algum tempo juntamente com a nova estação, como pátio de manobras e estação de cargas. Ficava a cerca de 600 metros da estação nova. Foi demolida por volta de 1968 no governo de Carlos Curt Zadrozny, e o que ocupa hoje seu lugar é o prédio da Prefeitura Municipal. "Quando a linha foi estendida para Itajaí, esta foi construída num patamar mais alto em relação a linha antiga que demandava para a antiga estação. Assim, mais ou menos 1,5 km à frente da estação velha houve a derivação da nova linha para Itajaí e onde foi construída a nova estação em 1937. Em 1954, quando o trecho finalmente foi inaugurado, a linha velha permaneceu por uns anos. Normalmente as locomotivas usavam a linha velha para fazer a limpeza da caldeira (jato de vapor) numa ponte que existia perto da velha estação. Mas, isto durou uns anos e depois a linha foi erradicada. A estação velha a partir de 1954, passou a abrigar apenas o escritório da ferrovia, a diretoria, por exemplo, por ser área central da cidade, e assim ficou até a desativação em 13 de março 1971.
Foi este local um dos primeiros a ser "encampado" pela Prefeitura de Blumenau, que ali construiu o fórum da cidade onde era o antigo colégio Luiz Delfino,e onde era a estação a atual prefeitura nova de Blumenau em 1982- e lamentavelmente demolindo a estação, isto já pelos fins de 1971. Além do prédio do fórum, que já não é mais fórum, o local abriga hoje o grande prédio da Prefeitura de Blumenau" (Luiz Carlos Henkels, 2008). (Fonte: A Estrada de Ferro no Vale do Itajaí, de Angelina C. R. Wittman, 2001; Luiz Carlos Henkels, 2008)
Curiosidades enviadas por Zé Pfau:
Na antiga Estrada de Ferro conta-se histórias interessantes. Uma delas na região de Rio do Sul, quando o colono foi ao Superintendente da EFSC reclamar que seu cavalo, teria sido vitima e que foi o trem que atropelou e matou e que deveria ser indenizado. Reclamando e irritado o proprietário do animal foi levado perante a autoridade máxima da empresa de transportes e depois de explicar seu prejuízo teve do superintendente o seguinte argumento. "É lamentável, nós pedimos desculpas, o Senhor acredita que nós já solicitamos diversas vezes aos nossos maquinistas para não passar com o trem por dentro de pastos, pois lá estão os animais e podem causar acidentes". O reclamante adicionou a informação de, "não, não foi no pasto seu doutor, meu cavalo estava amarrado junto aos trilhos e se soltou". " É, pois é." O que encerrou a conversa sobre o assunto.

O relojoeiro em Indaial recebia diariamente pedidos de consertos de colonos que vinham no trem para a cidade. Num destes dias, entre na oficina um cidadão e desenrola de um lenço um belo pendulo, a peça móvel de um provável belo exemplar de relógio de parede e solicita. "É o Senhor que conserta relógios? Eu gostaria de consertar um relógio de parede que ganhei do meu avô". "Qual é o defeito?" questiona o relojoeiro. "É esse", mostra o pendulo, evidente sem o relógio. "Essa é a peça que parou de balançar, o Senhor conserta?".
Arquivo : Dalva e Adalberto Day /José Geraldo Reis Pfau

sábado, 3 de maio de 2008

- Estádios: Amazonas, Palmeiras e Olímpico.

- As imagens são verdadeiras, estes estádios já existiram. Uma época de pura nostalgia, principalmente nos campeonatos citadinos de futebol em Blumenau.

A imagem de 1963 e 1970 mostra o Estádio da Empresa Industrial Garcia de propriedade do Amazonas Esporte Clube, fundado oficialmente em 19 de setembro de 1919 – Este belo estádio, o mais bonito do Vale do Itajaí até seu último jogo e desativação a partir de 26 de maio de 1974, foi impiedosamente aterrado pela empresa Artex. Deixou na época um rastro de descontentamento da grande torcida Amazonense e dos fanáticos torcedores de toda nossa cidade.

A imagem de 1962, e dos últimos momentos deste Estádio do Palmeiras Esporte Clube, fundado em 19 de julho de 1919, inicialmente com o nome de Brasil e por final em 1980 BEC – Blumenau Esporte Clube. O Nome do Estádio era Aderbal Ramos da Silva.
A imagem de 1962, e dos momentos atuais, mostra o Estádio da Baixada de propriedade do Grêmio Esportivo Olímpico em Blumenau. O Olímpico foi fundado em 14 de agosto de 1919, e desativou seu futebol profissional em 1970. Este foi o palco que viu por duas vezes a única equipe campeã do Estado de Futebol, em 1949 e 1964. Neste belo estádio e com um gramado invejável, atuaram grandes jogadores do futebol brasileiro: Pelé, Garrincha, Zito, Teixeirinha e tantos outros.
Projeto:
O Projeto de ampliação do Estádio do SESI prevê 30.975 lugares e padrão FIFA, podendo ser até sede para copa de 2014. Foto: A.C.Arquitetura/Divulgação/Jornal de Santa Catarina.
História:
O futebol em Blumenau até 1941, era praticado mais de forma amadora, quando então é fundada a LBF – Liga Blumenauense de Futebol, que passa a organizar campeonatos da cidade e regionais. Anteriormente o futebol era praticado somente por equipes formadas pelos jovens do “Turnverein Blumenau – Sociedade de Ginástica (1873-1942)” e operários da Empresa Industrial Garcia, depois Amazonas Esporte Clube. Os jogos eram realizados nos finais de semana, próximo ao hotel Holetz (nos fundos do Hotel onde hoje é a casa do Comércio), hoje Grande Hotel. O primeiro jogo em Blumenau com equipe realmente formada foi no dia 26 de março de 1911 – no pasto do hotel Holetz contra um grupo de alemães – Imperial Esquadra Alemã – (conforme registros no jornal Der Urwaldsbote da época era um domingo à tarde), o resultado do jogo foi vencido pelos alemães 5x2. O importante nessas competições era o espírito esportivo e o amor à camisa vestida por qualquer dos componentes das agremiações blumenauenses.
Arquivo de Adalberto Day

quinta-feira, 1 de maio de 2008

- A Vida com alegria é outra coisa



- Hoje novamente vamos apresentar um belíssimo texto da escritora Urda Alice Klueger, falando sobre um tema por demais conhecido principalmente nas décadas 60 e 70, “Pick-up da frigideira”, programa do radialista Nelson Rosembrock, que faleceu no dia 06 de novembro de 2005, aos 78 anos de idade. A crônica foi escrita por Urda antes do Falecimento de Nelson Rosembrock.
Lembranças de nosso cotidiano.
A Vida com alegria é outra coisa:
- Tinha alguém que dizia isto, todos os dias, enquanto eu era criança, lá na década de sessenta. Era um radialista que viera anonimamente para Blumenau lá por volta de 1960, e que, meses depois, em 1961, acabara sendo o herói da cidade, quando perversa enchente tomou conta do nosso vale, deixando gregos e troianos ou submersos, ou ilhados e sem comunicação. Foi aí que entrou em cena o nosso radialista: ele permaneceu 72 horas ininterruptas no ar, transmitindo recados, achando gente perdida, organizando uma campanha de ajuda aos flagelados – enfim, era a única voz que o rádio nos trazia, uma voz que transmitia esperança. O nome desse radialista era Nelson Rosembrock. Ele chegara anonimamente em Blumenau, pouco antes – depois da enchente, passou a ser a pessoa mais conhecida da cidade. Ninguém esquecia do serviço que prestara à comunidade, daquelas 72 horas no ar, da “língua endurecida” que resultou daquelas 72 horas, conforme ele mesmo me contou. As homenagens foram muitas, e seus programas diários transformaram-se em sucesso. Quem não se lembra do “Pick-up da frigideira”, de “Conversando com o turista”, de “ A vida com alegria é outra coisa”? Ele me contou detalhadamente sobre cada programa desses, ano passado, quando tive a felicidade de gravar longa entrevista com ele, para os arquivos de História do município e da FURB. Eu, criança, era contemporânea dos programas dele, e trouxe para a minha vida uma coisa que ele sempre afirmou :”A vida com alegria é outra coisa”. Mais tarde, adulta, passei a classificá-lo como o nosso filósofo blumenauense (embora tenha nascido em Brusque) – quem mais ficara afirmando publicamente, por anos e anos, que a vida com alegria é outra coisa?
Obrigada, seu Nelson Rosembrock, por ter me ensinado isso! Garanto-lhe que ouvi-lo por tantos anos, sempre a repetir tal verdade, fez-me absorvê-la, e tornou muita coisa fosse diferente na minha vida. E se alguém não conhece esse nosso filósofo caseiro, e pensa que ele já dependurou as chuteiras (afinal, ele começou em rádio em 1948), vou dar o mapa da mina : Nelson Rosembrock continua no ar, aos domingos, a partir das cinco da manhã, na Rádio Nereu Ramos. Se você acordar cedo, dê uma ligadinha no programa dele. Quem sabe, como eu, você aprenda que a vida com alegria é outra coisa.
Urda Alice Klueger /Escritora
Arquivo Adalberto Day

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